A jogar sob pressão de pelo menos três mil e 500 adeptos líbios presentes no pavilhão Suleiman Darat, a selecção angolana de basquetebol não teve dificuldades para ultrapassar a sua congénere da Líbia, por 33 pontos de diferença (91-58), assumindo a liderança do grupo E dos oitavos-de-final do Afrobasket2009.
Iniciando em desvantagem de 0-5, o conjunto nacional, que hoje apresentou o seu basquetebol característico (eficácia nos lançamentos e defesa, passes certeiros e poucas faltas), facilmente se impôs diante de um anfitrião sem história na modalidade, com Carlos Morais (melhor cestinha com 20 pontos) e Eduardo Mingas a converterem os primeiros seis pontos.
Após ter ultrapassado o marcador (6-5), a equipa nacional acertou o jogo exterior e com uma defesa aguerrida anulou o adversário que ficou sem pontuar durante cerca de cinco minutos, sendo o seu técnico, Nickelberry Kevin, obrigado a solicitar o primeiro desconto de tempo da partida, numa altura em que o “placard” registava 14-5.
As orientações tiveram algum resultado e no reatamento os líbios converteram o mesmo número de pontos que os campeões em títulos, terminando o primeiro quarto em 24-15.
O segundo quarto foi o menos produtivo para a selecção nacional, face a paragem de cinco minutos originada pela mesa de cronometragem, a qual tirou ritmo aos comandados de Luís Magalhães.
Perante uma defesa zona dos líbios, a equipa nacional ficou quatro minutos sem pontuar e perdeu bolas consecutivas, permitindo a redução da vantagem até dois pontos 31-29, mas a eficácia nos lançamentos triplos, onde Carlos Morais acertou seis dos 14 tentados, e de campo permitiu Angola sair para o intervalo com vantagem de 39-30.
No entanto, o terceiro período foi, uma vez mais, decisivo, com Angola a evidenciar a sua melhor sincronização defesa-ataque. Com triplos de Armando Costa, Bonifácio, Carlos Almeida e companhia, somente há três minutos do final é que a tabela do cinco nacional foi “violada”. Neste período o adversário converteu apenas sete pontos, contra 27 dos angolanos, que apesar dos apupos do público não deixavam de acertar os “tiros” na cesta líbi
Foi assim que no período seguinte, Luís Magalhães teve tempo para rodar todos os jogadores, enquanto do lado contrário o técnico Nickelberry Kevin, quase sem soluções e esperanças, optou por tirar os seus atletas mais experientes, como Fareed Raed e Farag Hisham, naturais dos Estados Unidos da América, que juntos produziram apenas nove pontos.
Face a situação bastante adversa para os anfitriões, o público começou a abandonar o pavilhão ainda a meio do último quarto deste primeiro encontro entre as duas selecções no seu historial.
O extremo Carlos Morais com 20 pontos foi o melhor marcador, seguido por Carlos Almeida com menos seis, ao passo que pelos líbios o poste Dow Omram produziu 11 pontos.
Com este resultado, Angola lidera a série E dos oitavos-de-final com oito pontos, uma vez que a organização reconsiderou, numa circular de última hora, os pontos por completos adquiridos na fase de grupo.
Assim, o Mali tem sete pontos, após vitória hoje sobre a Cote d’Ivoire (71-58), os ivoireenses têm seis, conjuntamente com a Nigéria, que joga neste momento com o Egipto.
Os egípcios somam quatro pontos e a Líbia cinco.
Durante uma partida ajuizada pelo trio Godé Vitalis (Quénia), Ndobegang Pierre (Camarões) e Babacar Gueye (Senegal), as equipas alinharam e marcaram da seguinte forma:
Angola: Cipriano (5), Armando Costa (6), Carlos Morais (20), Bonifácio (6), Luís Costa (8), Leonel Paulo (6), Kikas (8), Quimbamba (0), Felizardo Ambrósio (8), Carlos Almeida (14), Felipe Abraão (6) e Eduardo Mingas (4)
Treinador: Luís Magalhães
Líbia: Fareed Raed (5), Kwedir Yusef (7), Mohamed Issa (3), Farag Hesham (4), Zaid Muftah (11), Alogli Saad (0), Shukmak mohamed (7), Yagub Jumaa (0), Belhag Abdallah (0), Dow Omram (15) e Belgasim Mohamed (6).
Técnico: Nickelberry Kevin
Cinco inicial:
Angola – Cipriano, Morais, Armando Costa, Kikas e Mingas
Líbia – Raed, Yusef, Issa, Hesham e Belgasim
Marcha do marcador: (24-15), (39-30), (66-37) e (91-58)
Pavilhão: Suleiman Darat
Assistência: três mil e 450 espectadores