Africa Basquetebol

12 abril 2011

MOÇAMBIQUE : Torneio internacional: Damas em grande estilo


A SEIS meses dos X Jogos Africanos de Maputo-2011, se a selecção feminina de basquetebol, tal como nos habituou, esteve em grande estilo frente à África do Sul, no torneio internacional realizado fim-de-semana em Maputo, já a equipa masculina primou por uma dissonância deveras preocupante.

NUMA altura em que a intensificação da preparação das nossas selecções é uma realidade, de permeio com a efectivação de provas competitivas e estágios no estrangeiro, a Federação Moçambicana de Basquetebol achou por bem preencher o fim-de-semana com um torneio internacional, que em princípio devia ter sido triangular, mas que, face à ausência do Zimbabwe, acabou sendo disputado entre as selecções masculina e feminina de Moçambique e da África do Sul.
É verdade que outra motivação não existia senão de facto rodar as nossas equipas, dada a aproximação da Olimpíada continental, a acontecer entre os dias 3 e 18 de Setembro, para além dos Afrobásquetes, no entanto, as vitórias, como em todas as competições, são sempre necessárias. E, no caso específico deste torneio, havido entre sexta e sábado, no pavilhão do Desportivo, em femininos estivemos irrepreensíveis, com triunfos folgadíssimos diante das sul-africanas, enquanto em masculinos, por demérito nosso, vimos os nossos vizinhos a festejar euforicamente em ambas as ocasiões.

Na jornada inaugural do evento, aberto pelo presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol, Francisco Mabjaia, Moçambique ganhou em femininos pela folgadíssima marca de 76-34, tendo perdido em masculinos por dois pontos (58-60). Já no sábado, se a formação ora orientada pelo espanhol Luís Hernández voltou a confirmar a sua hegemonia perante a África do Sul, marcando outra vez 76 pontos, contra 26, a vingança que se esperava por parte dos pupilos de Milagre Macome acabou por não acontecer, para desalento dos nossos amantes da bola-ao-cesto, com os sul-africanos a triunfarem novamente, desta vez por 72-68, isto é, quatro pontos.

A despeito de se tratar de um adversário de menor expressão, não resta a menor dúvida que, para começar, a nova equipa técnica da selecção feminina precisava de uma oportunidade desta natureza para desse modo Luís Hernández conhecer a capacidade competitiva da equipa, no global, e de cada jogadora, em particular. E o que se constatou é que, tanto num como noutro embate, as atletas foram impiedosas e iguais a si próprias, aproveitando o ensejo para aprimorar uma série de questões de natureza técnica e táctica, assim como o acerto no capítulo da concretização, que tem sido a maior pecha das equipas moçambicanas.

A concorrência na selecção é muito grande e perspectiva-se que cresça ainda mais, tendo em conta que serão integradas cinco jogadoras a actuar no estrangeiro, designadamente Clarisse Machanguana, Deolinda Ngulela, Nika Gemo, Vaneza Júnior e Nádia do Rosário, qualquer delas, se efectivamente estiver a competir e em óptima forma, à altura de integrar a equipa nos Jogos Africanos e no Afrobásquete.

Diante da África do Sul, embora no primeiro desafio se tenha notado alguma falta de ritmo em certas artistas, o envolvimento colectivo, aliado a algumas iniciativas individuais tacticamente bem ensaiadas, o grupo esteve bem e foi constituído por Ana Flávia Azinheira, Deolinda Gimo, Ondina Nhampossa, Valerdina Manhonga, Anabela Cossa, Nádia Rodrigues, Odélia Mafanela, Filomena Micato, Ruth Muianga, Leia Dongue, Aleia Rachide e Cátia Halar.

Em relação aos masculinos, à semelhança de uma eliminatória para o Afrobásquete em que perdemos em plena “catedral”, os sul-africanos voltaram a chamar-nos a atenção sobre a necessidade de a selecção trabalhar com seriedade, se de facto pretende almejar voos mais altos. As derrotas não somente revelaram a ausência de uma estrutura competitiva capaz no seio da equipa como também reflexo de uma certa desorganização, tal como testemunhámos, por exemplo, na sexta-feira, em contraponto com o garbo evidenciado pelos visitantes.