Africa Basquetebol

18 agosto 2011

MOÇAMBIQUE :AFROBÁSQUETE MADAGÁSCAR 2011- Que sofrimento, rapaziada!...


COMEÇAR a ganhar é bom. E melhor ainda quando a descrença inicial não aconselhava a festas exuberantes antes do tempo. Só que, sofrer como sofreu a selecção nacional, diante de Madagáscar, podia, sem necessidade, ter sido fatal, mas, felizmente, acabou por ser uma estreia vitoriosa (77-67) no Afrobásquete-2011, ontem, em Antananarivo.

Contrariamente a Angola, com 10 títulos conquistados, seis dos quais consecutivos, Moçambique está nesta 26ª edição do Campeonato Africano de Basquetebol de Seniores Masculinos com rótulo de menoridade, expresso pelo antepenúltimo lugar na última edição, há dois anos, na Líbia. Terá sido esta razão, pois, que levou os malgaxes a escolherem a nossa selecção para o seu primeiro desafio da prova, referente ao Grupo A, que integra ainda Nigéria e Mali.

Estava claro que os insulares vaticinavam uma estreia primorosa, porém, o tiro saiu-lhes pela culatra, pois, muito embora se possa reconhecer que ofereceram uma forte réplica ao adversário, este, nos minutos decisivos, soube ser sereno e acabar por levar a água ao seu moinho. Extraordinariamente importante foi a acção de Fernando Manjate, em duas ocasiões, e de Custódio Muchate, cujos lançamentos livres constituíram o verdadeiro xeque-mate nas pretensões malgaxes, numa altura em que a diferença era de apenas três pontos (68-65) e a escasso 1.30 minuto.

Foi um momento de muito sofrimento para a turma moçambicana e até imprópria para cardíacos, uma vez que, de uma desvantagem de 14 pontos, Madagáscar, com uma fé incrível e igualmente a tirar partido de alguma desconcentração e desacerto dos nossos jogadores, conseguiu uma recuperação que lhe permitiu acreditar numa possível reviravolta.

Globalmente, a equipa nacional dominou a contenda e sempre esteve à frente no marcador. Com Sílvio Letela a escangalhar o esquema inicial malgaxe com três triplos, a nossa selecção foi jogando entre o à-vontade e o aperto, senão vejamos: no segundo período, conseguiu a maior diferença até aí, com 11 pontos (34-23), no entanto, imediatamente também proporcionava ao adversário momentos empolgantes, reduzindo para, pelo menos, até quatro pontos.

O técnico espanhol ao serviço da selecção, Joseba Garcia, apesar de uma diversidade de jogadores tecnicamente bem dotados, na prática, tinha poucas soluções, isto é, quando mudasse o cinco melhor sincronizado, a equipa ressentia-se claramente. Assim, foi obrigado a não abrir mão de Sílvio Letela, mesmo nos períodos menos bons, quando as suas tentativas a partir dos 6.25 metros não saíam, Fernando Manjate, Samora Mucavele, Custódio Muchate e Octávio Magoliço. A base alargava-se um pouco a Stélio Nuaila, enquanto o trio Matos (Amarildo, Augusto e Pio) esteve aquém dos seus pergaminhos.

Com o seu jogo assente no americano naturalizado malgaxe Charles Ramsdell, os ilhéus mostraram-se pouco consistentes e com falhanços verdadeiramente infantis. Mesmo assim, porque Moçambique não se apresentava seguro e determinado quando pressionado, os malgaxes conseguiam, em muitas fases da contenda, desbaratar o esquema do adversário e obrigá-lo a um esforço suplementar.

Em resumo, Moçambique, com uma melhor organização ofensiva e dispensar algumas excentricidades nos momentos em que dispunha de uma vantagem de certo modo confortável, podia ter terminado o jogo sem sobressaltos, escusando-se do sofrimento a que se sujeitou na ponta final.

A marcha do marcador foi a seguinte: 18-12, 36-26, 54-49, 77-76.

O técnico Joseba Garcia iniciou o jogo com o seguinte cinco: Fernando Manjate, Samora Mucavele, Sílvio Letela, Octávio Magoliço e Custódio Muchate. Também jogaram Stélio Nuaila, Amarildo Matos, Augusto Matos, Pio Matos e, com pouco tempo de presença nas quatro linhas, Sérgio Macuácua e David Canivete Jr., enquanto Armando Baptista não chegou a alinhar.

Entretanto, noutros desafios da jornada inaugural, para o Grupo A, Nigéria derrotou Mali pela marca de 84-59 e, para o C, Costa do Marfim “esmagou” África do Sul por 105-53, enquanto Camarões bateu Egipto por 96-81. Hoje, realizam-se os embates Angola-Chade e Marrocos-Senegal, para o Grupo B; Tunísia-Togo e República Centro Africana-Ruanda, para o D.
Alterados moldes de disputa da prova

Maputo, Quinta-Feira, 18 de Agosto de 2011:: Notícias
OS moldes de disputa da 26ª edição do Afrobásquete de Seniores Masculinos sofreram alterações comparativamente à edição anterior. A decisão resultou da reunião técnica orientada por membros da referida área e da direcção da FIBA-África, com realce para o secretário-geral, Alphonse Bile.

O campeonato é disputado por 16 selecções divididas em quatro grupos com igual número de equipas que jogam entre si nas respectivas séries, transitando todas para os oitavos-de-final, fase a eliminar, na qual se defrontam dia 23 no sistema cruzado (A1/B4; D2/C3; C1/D4 e B2/A3), prosseguindo no dia 24 com o cruzamento (B1/A4; D2/C3; C1/D4 e A2/B3), para se apurar aos quartos-de-final e, sucessivamente, às meias-finais e final.

Assim, ao contrário do sucedido no campeonato de 2009, na Líbia, diminui o número de jogos da equipa campeã, de nove para sete.

No Afrobásquete-2009, onde estiveram igualmente 16 selecções, as três primeiras de cada série tiveram passagem aos oitavos-de-final, disputado por 12 equipas, tendo as seis resultantes das séries A e B constituído o agrupamento E, e as saídas dos grupos C e D formado o agrupamento F, ao passo que as quatro últimas que não passaram à fase de grupo jogaram as classificativas do 13º ao 16º lugar.
Jogos e resultados

GRUPO A

Ontem
Madagáscar-Moçambique (67-77)
Nigéria-Mali (84-59)