Africa Basquetebol

20 setembro 2013

ANGOLA : Angola começa em Maputo defesa do título continental

                       
Angolanas procuram hoje a primeira vitória na fase regular do Campeonato Africano das Nações com palco em Moçambique
Fotografia: José Cola
A Selecção Nacional de basquetebol sénior feminina começa hoje a sua trajectória em defesa do título continental africano, quando, a partir das 21h45, menos uma em Angola, medir forças no Pavilhão de Maxaquene, em Maputo, com a sua congénere da Nigéria, em partida pontuável para a primeira jornada do grupo B da fase preliminar do Campeonato Africano das Nações, competição que termina a 29 do mês em curso.
A equipa nacional, que se encontra na capital moçambicana desde quarta-feira à noite, realizou ontem a sua primeira sessão de treinos no Pavilhão do Desportivo de Maputo, durante a qual Aníbal Moreira e Elisa Pires puderam tirar ilações positivas sobre a prontidão do plantel, em função da entrega e o entrosamento no ensaio das variantes tácticas a serem aplicadas no confronto com formação nigerina.
 Aníbal Moreira está consciente do grau de dificuldades que a sua equipa vai enfrentar, numa competição em que é encarada como “o alvo a abater”, razão pela qual o factor psicológico tem merecido particular realce nas últimas horas que separam para o início da maior contenda da bola ao cesto continental.
Com os termómetros a registarem temperaturas semelhantes às da capital angolana, as campeãs africanas não tiveram muitas dificuldades em se adaptar ao ambiente local, tal como sucede com as suas adversárias, acostumadas a temperaturas mais altas. Porém, tais factores não se afiguram fulcrais, na medida em que a equipa nacional é, em teoria, superior, tendo em conta a fisionomia e a técnica das suas unidades.
A Nigéria, que no africano de Bamaco quedou-se na quarta posição, está disposta em complicar ao máximo o jogo das campeãs africanas, uma pretensão que se estende às demais equipas que partilham o objectivo de retira a coroa de Angola, mas em termos de opções, Aníbal Moreira está bem servido, necessitando apenas de gerir as suas unidades em função das necessidades. 
Apesar dos indicadores favoráveis a Selecção Nacional, Aníbal Moreira continua a fazer um discurso comedido. “Estamos aqui para defender o título e sabemos que somos o alvo a abater, por isso, vamos procurar fazer o nosso melhor para que sejamos vitoriosos de jogo para jogo. Ainda não pude fazer um levantamento profundo sobre todos os adversários, mas observamos Cabo Verde e temos ideia de que a Nigéria também se preparou com muita força. Todavia, confiamos na capacidade das nossas atletas em defender o título continental”, disse Aníbal Moreira.

Previsão
“Ginguba” faz avaliação positiva

O ex-seleccionador nacional sénior masculino, Alberto de Carvalho “Nando Ginguba”, fez uma avaliação positiva sobre a estrutura da Selecção Nacional de basquetebol sénior feminina, que inicia hoje a defesa do título africano.
O treinador, que se encontra na capital moçambicana como comentador do maior evento da bola ao cesto à escala continental, disse ao Jornal dos Desportos, que a forma como as atletas têm sabido interpretar a filosofia incutida pela equipa técnica permite ver um grupo disciplinado, com argumentos necessários para impedir que o desejo dos adversários em destronar a titularidade seja concretizado.
Na visão de Alberto de Carvalho “Ginguba”, as atletas nacionais devem ter em conta que existe uma vontade enorme por parte dos adversários, em particular a selecção anfitriã, de retirar de Angola o prestígio alcançado em 2011, na capital do Mali, Bamaco, tendo Moçambique a vantagem de estar a jogar em casa. Por isso, acrescentou, devem procurar manter a serenidade nos momentos decisivos.
Questionado sobre os prováveis jogos mais difíceis, “Nando Ginguba” aconselhou a equipa a procurar não subestimar qualquer adversário, para que o plantel ganhe maior competitividade na fase preliminar da competição, assim como os técnicos devem observar os jogos dos adversários mais cotados para, em função dos seus pontos fortes e fracos.
O técnico disse que Angola tem tudo para voltar a dar uma grande alegria à nação, mas tal proeza só poderá ser concretizada com as precauções necessárias e evitar que factores como a ansiedade e o nervosismo nas partidas mais complexas inibam o bom desempenho que as atletas têm vindo a evidenciar desde o estágio pré-competitivo realizado no Reino da Espanha.

Crónica
Às margens do Índico

O Pavilhão do Maxaquene regista hoje um dos momentos áureos e de efervescência quando forem 18h00 locais, menos uma hora em Angola, altura em que vai testemunhar a cerimónia de abertura da fase final do Campeonato Africano das Nações.
Apesar de alguns atrasos que se verificam em termos organizativos, já é possível viver a grande euforia em torno do evento que durante nove dias vai juntar a nata da “bola ao cesto” no país do Índico, em que o nome de Angola faz eco por todos os cantos, mercê dos títulos que ostenta, quer no género feminino, quer no masculino.
A cidade de Maputo continua cada vez melhor, no que à sua estrutura arquitectónica diz respeito, mas mantém a vantagem, em relação a Luanda, de praticar preços mais baixos nos serviços que oferece, Depois de um ano em que cá estive, ao chegar no princípio da noite de quarta-feira, senti-me um pouco baralhado, mas não demorou para “apanhar a pata” da cidade e cá me encontro mais uma vez às margens do Oceano Índico.
Quando me referia a algumas falhas na organização, era para criticar o atraso no credenciamento, quer das atletas, quer dos profissionais da imprensa, motivo que deixou o meu colega do Jornal de Angola, Amândio Clemente, muito agastado, depois da “Kunga” que tivemos para tratar da comunicação (Internet e telefone).

Reconhecimento-
Nacissela valoriza espírito de grupo

A capitã da Selecção Nacional de basquetebol sénior masculina, Nacissela Maurício, garantiu, em nome das suas companheiras, prontidão para defender com honra as cores nacionais na fase final do Campeonato Africano das Nações que a capital moçambicana acolhe a partir de hoje, até dia 29 do presente.
Em declarações ao Jornal dos Desportos, a atleta mostrou-se esclarecida sobre a pressão a que a equipa nacional estará submetida ao longo do campeonato, na qualidade de detentora do troféu mais cobiçado entre as equipas africanas, mas demonstra firmeza pessoal e confiança no espírito de grupo até agora reinante.
De acordo com Nacissela Maurício, o facto de a equipa estar mais homogénea possibilita que os técnicos façam as opções necessárias para triunfarem em cada jogo, pelo que cada uma das integrantes fará o seu melhor na busca de um resultado que se reflicta na preparação dentro e fora do país.
“É uma missão que, de certeza, não será fácil, tal como sucede em qualquer campeonato desta dimensão. Sabemos que somos o alvo a bater, mas somos uma equipa que vai primar pela união, de forma que cada uma de nós faça a sua parte em defesa do título”, enfatizou.
H.J