Africa Basquetebol

14 fevereiro 2012

MOÇAMBIQUE : SUPERTAÇA COMPAL EM BASQUETEBOL - Maxaquene regressa aos grandes embates

INQUESTIONAVELMENTE a formação moçambicana com mais presenças em competições de grande vulto na arena internacional, fruto do seu rico passado, o Maxaquene está de regresso aos grandes palcos e aos grandes embates, com a participação na Supertaça Compal em Basquetebol, que decorre a partir de hoje, em Angola.
Trata-se de uma prova que este ano roda a sua terceira edição, tendo desta vez a organização decidido convidar o nosso país, através do Maxaquene. O campeão moçambicano de 2010 junta-se assim a uma festa da bola-ao-cesto que já granjeou popularidade e prestígio no seio de angolanos e portugueses, protagonistas das ocasiões anteriores e de desafios extraordinariamente renhidos.
Aliás, esta terceira edição traz também novidades quanto ao formato da competição. Assim, a prova foi alargada a mais duas equipas, passando a ser disputada por seis formações: Petro de Luanda, Recreativo do Libolo, FC Porto, CAB Madeira, 1º de Agosto, vencedor da edição anterior, e Maxaquene, alargando a competição a mais um país lusófono e reforçando a componente internacional do torneio.
Os “tricolores”, que se encontram desde ontem à noite em Angola, iniciam a competição precisamente na cidade (Benguela) que há dois anos foi hospedeira dos “Mambas” no CAN-2010. Neste seu regresso aos grandes embates, o Maxaquene estreia-se na Supertaça Compal, esta noite, no Pavilhão das Acácias Rubras, diante do FC Porto, em partida integrada no Grupo “B”, enquanto CAB Madeira e Petro de Luanda enfrentam-se no noutro jogo da jornada inaugural.
GRUPO MOTIVADO
Depois da Liga Nacional de Basquetebol, que terminou nas vésperas do Natal, os jogadores do Maxaquene praticamente não pararam, pois havia a necessidade de prepararem cuidadosa e atempadamente a sua participação neste grandioso evento lusófono. Sob a batuta de Iñak Garcia, os “tricolores” foram aprimorando uma série de conceitos, até porque, embora os reforços sejam também atletas da selecção, havia a necessidade de acertar alguns detalhes.
O técnico espanhol afirma que ao longo deste tempo a equipa tentou, sobretudo, trabalhar o ritmo de competição e depois alguns aspectos específicos que têm a ver com a forma como irá se posicionar para defrontar os seus adversários.
Segundo ele, os “tricolores” vão ter uma grande atitude, procurando controlar mais o adversário do que propriamente jogar em “pressing”. “Não vamos jogar taco-a-taco porque sabemos que, nesta altura, o nosso nível físico não é dos melhores, mas os jogadores estão moralizados e com vontade de fazer uma boa prova, referiu Iñak Garcia.
Questionado sobre os objectivos do Maxaquene na competição, o “mister” disse que estaria a mentir se dissesse que vai para ganhar a Taça Compal. “Vamos para competir, ganhar experiência para melhorar nosso nível e, inclusive, preparar uma boa equipa para a próxima época”, concluiu.

Samora Mucavele: Tentar superar as expectativas
UM dos jovens promessa da nossa bola-ao-cesto é Samora Mucavele, um “play-maker” que já está a ser uma referência no panorama nacional. Para a prova que hoje começa em Benguela, Samora diz estar consciente de que o Maxaquene não é favorito à conquista do título, mas a equipa vai dar tudo de modo a obter uma boa classificação.
“Acho que temos condições para superar as expectativas, atendendo que somos a única equipa que não é profissional. Acredito que é possível ficarmos em segundo ou em terceiro lugar”, vaticina o base “tricolor”.
Para Samora Mucavele, competições desta natureza e com adversários do gabarito dos que enfrentarão em Angola assumem uma importância primordial para o desenvolvimento do nosso básquete e até para sabermos em que nível nos encontramos face aos outros países. “É necessário que tenhamos mais provas desta natureza”, vincou.

Nandinho: Estes eventos vão nos fazer crescer
ELEITO Jogador Mais Valioso (MVP) do ano pela segunda vez, Fernando Manjate (Nandinho) é um dos esteios do Maxaquene e, segundo ele, em Angola, os “tricolores” vão para competir com a perspectiva de fazer bons resultados e, ao mesmo tempo, adquirirem experiência, visto que estarão entre formações de um nível relativamente superior.
“É verdade que não tivemos muito conhecimento das equipas adversárias, mas o treinador tem-nos transmitido algumas informações que seguramente nos serão bastante úteis, embora também seja verdade que conhecemos o básquete angolano”, diz.
Na óptica de Nandinho, torneios como este ajudam no crescimento da modalidade. “Os jogos internacionais são fundamentais para o crescimento do nosso básquete. Seria bom se todos anos as equipas moçambicanas participassem em provas do género”, referiu, a finalizar.
Alexandre Zandamela, em Cabinda