Africa Basquetebol

18 outubro 2007

MOÇAMBIQUE : TAÇA DOS CAMPEÕES DE ÁFRICA EM FEMININOS: Mescla de nacionalidades prenuncia super competição




SUPER competição! É o que nada mais nada menos teremos a partir de amanhã, no Pavilhão do Desportivo, quando se iniciar a fase final da 13ª edição da Taça dos Campeões de África em Basquetebol de Seniores Femininos. Uma prova que traz à capital moçambicana uma verdadeira mescla de nacionalidades, pois as formações participantes, para além das suas habituais atletas, foram ao mundo global recrutar reforços, tendo como perspectiva a conquista do título, que desde já se prenuncia bastante renhido. Dos três representantes do nosso país, enquanto o ISPU preferiu manter a sua filosofia de privilegiar a “prata da casa”, Ferroviário e Desportivo expandiram-se, indo buscar jogadoras dos Estados Unidos da América, RD Congo e Senegal.
Maputo, Quinta-Feira, 18 de Outubro de 2007:: Notícias


Decorrendo a preparação do evento dentro da maior tranquilidade, está tudo a postos para que Maputo viva, a partir de amanhã, as emoções da maior competição basquetebolística do continente a nível de clubes, em femininos. No recinto dos “alvi-negros” estará reunida, até ao próximo dia 28 do mês em curso, a fina-flor africana, batendo-se pelo “canecão” neste momento na posse das angolanas do 1º de Agosto. Para a esmagadora maioria das participantes será o reencontro um mês depois, desta feita defendendo as cores das respectivas colectividades, uma vez que estiveram no Afrobásquete Senegal-2007.

Em princípio deviam disputar a prova 12 formações, porém, ficaram reduzidas a 11, pois o Inter Clube de Luanda, que havia sido convidado a preencher o lugar das desistentes malgaxes do Sotrata, também anunciou que já não iria tomar parte. Deste modo, irão evoluir o Ferroviário, Desportivo e ISPU (Moçambique), 1º de Agosto (Angola), First Bank e Dolphins (Nigéria), Djoliba (Mali), Arc-en-Ciel e Lupopo (RD Congo), ABC (Costa do Marfim) e Port Authority (Quénia).

De acordo com o regulamento, este conjunto de times estará repartido em duas séries, uma com seis equipas e outra com cinco, jogando, na primeira fase, no sistema de todos contra todos, numa única volta, transitando para os quartos-de-final os primeiros quatro classificados de cada grupo. Escolhidos estão já os cabeças-de-série, designadamente Ferroviário, organizador do evento, e 1º de Agosto, campeão em título.

CONFIANÇA A RODOS

Mesmo reconhecendo a extraordinária valia das formações visitantes, nas hostes moçambicanas respira-se um ambiente de grande confiança, não somente pelo facto de se jogar em casa como também, e sobretudo, pela experiência que as jogadoras de cada uma das três turmas possui no contexto internacional. Se, por exemplo, o 1º de Agosto foi buscar a cabo-verdiana Cristina Andrade, melhor marcador do Afrobásquete, o Djoliba é praticamente a selecção do Mali que recentemente conquistou o título africano, First Bank e Dolphins, como habitualmente o fazem, “voaram” para a Terra do Tio Sam, onde militam muitas jogadoras nigerianas, Ferroviário e Desportivo também não quiseram ficar atrás, chamando reforços de peso.

As “locomotivas” deverão contar com a estadunidense Mónica Nalther e a congolesa Pauline Nsimbo, que ajudou a equipa a ganhar o último Campeonato Nacional. Apesar de optimista, o técnico Carlos Aik não esconde a sua inquietação face ao facto de Carla Silva, a estrela-mor do Ferroviário e da Selecção Nacional – no Senegal, foi a melhor triplista – se ressentir de uma lesão no joelho, contraída no renhido jogo-treino efectuado terça-feira à noite com o ISPU, no Pavilhão do Estrela Vermelha. Quanto ao resto afirma que está sob os carris.

Para esta competição, o Ferroviário conta com o seguinte plantel: Mónica Nalther, Pauline Nsimbo, as reforços estrangeiras, Carla Silva, Janete Monteiro, Tatiana Ismael, Ondina Nhampossa, Deolinda Gimo, Ruth Muianga, Nádia Zucule, Zinóbia Machanguana, que regressa após ser mãe, e Júlia Machalela.

No Desportivo, as maiores novidades vêm do Senegal e jogam na selecção do seu país. Uma chama-se Anta Sy, poste de 32 anos e é capitã senegalesa; e outra é Salimata Diata, extremo de 26 anos, representando actualmente o KKC da Hungria. Estas duas atletas, que desde ontem treinam no clube “alvi-negro”, juntam-se, no grupo de reforços, a Diara Dessai, ida de Quelimane, e à “tricolor” Odélia Mafanela, por enquanto a aguardar pela autorização do Maxaquene.

O treinador Nazir Salé entende que a despeito de se achar feliz com estes reforços tal não é tudo para já proclamar campeão. Com Anta, Salimata, Diara e Odélia estarão Nádia Rodrigues, Anabela Cossa, Kátia Halar, Valerdina Manhonga, Luisa Nhate, Sílvia Neves, Filomena Micato, Elina Sigaúque, Crechúlia Mondlane, Josefina Jafar e Amélia.

Privilegiar as jogadoras da casa e dar-lhes oportunidade de também se exibirem ao mais alto nível esta é a filosofia adoptada pelo ISPU, cujos objectivos na prova passam precisamente pela conquista do título. A equipa mostra-se confiante e apta para o grande embate. O técnico Alexandre Mata tem à sua disposição Aleia Rachide, Ana Branquinho, Ana Flávia Azinheira, Cecília Henrique, Dulce Magaia, Delmira Castro, Vaneza Júnior, Marta Ganje, Amélia Macamo, Nália Simão, Nádia do Rosário, Iracema Ndauana e Tânia Wachene, atletas que, este ano, para além daquelas que pela selecção estiveram no Afrobásquete, tiveram a experiência de disputar as Universíadas, em Banguecoque, na Tailândia.

* ALEXANDRE ZANDAMELA