Africa Basquetebol

28 agosto 2006

ANGOLA : Sublinhamos a nossa categoria - Gustavo Conceição

O presidente da federação nacional, Gustavo Conceição, afirmou domingo em Saitama que a participação no campeonato do mundo de basquetebol Japão2006 permitiu sublinhar a categoria e valor da selecção nacional e manifestou esperança no futuro desta equipa que esta em fase de renovação.

Considerou a prestação positiva em termos numéricos: "Nunca tivemos três vitorias, nunca tivemos resultados tão equilibrados com equipas de topo como os que tivemos aqui. Portanto, penso que a nossa participação foi positiva".

Reconheceu que algumas questões que vão procurar melhorar, até as próximas etapas, sendo a fundamental e nuclear e o afrobasket 2007.

"Vamos procurar melhorar alguns pontos negativos que constatamos (que preferiu não revelar), para que o Afrobasket que vamos organizar, para que possamos atingir o objectivo que é sermos o único representante africano nos jogos olímpicos Pequim2008".

Mostrou-se optimista quanto a maturação dos jogadores, mas alertou para o facto de que o horizonte competitivo que eh Africa e não eh ainda o mundial. Para estar a nível do campeonato do mundo, disse que precisam de aumentar alguns quilos e alguns centímetros a equipa. Frisou que só se faz com um processo de detecção de talentos bastante apurado.

"O mais importante de tudo foi conseguirmos sublinhar nesta competição a nossa categoria, obter o reconhecimento da imprensa e dos outros países de que Angola é uma potencia do basquetebol mundial, que é preciso levar em conta o nome de Angola.

"Isso foi importante tendo em conta as condições e dificuldades que todos conhecemos no nosso basquetebol interno".

Felicitou por isso a equipa técnica e jogadores e mostrou optimismo e esperança no futuro. "Estamos no bom caminho e o futuro será seguramente melhor que este presente bom e positivo que vivemos".

Caracterizou o grupo como uma equipa jovem, que mais de 50 por cento dos seus integrantes participa pela primeira vez num mundial. A maior parte faz a sua segunda participação de alto nível, pois a renovação foi iniciada no Afrobasket de 2005, onde o cinco angolano foi renovado em cerca de 50 por cento.

"Vamos continuar a renovar. Trouxemos jogadores jovens com muito caminho para amadurecer.

Estou absolutamente de acordo que perdemos com equipas bastante fortes, mas perdemos na nossa ausência de experiência, na falta de maturidade competitiva. Foi assim contra a Espanha, Alemanha e hoje.

Convidado a comentar o jogo com a França na mera qualidade de ex-jogador e adepto que gritou e apoio a selecção durante toda a prova, o ex-capitão da selecção a seguinte leitura:

"O ex-jogador constatou que a Franca e forte, controlou o jogo, estava preparada, estudou bem a nossa selecção, entrou numa guerra psicológica e ganhou, quando conseguiu transferir para Angola a responsabilidade de ganhar o jogo, através de declarações na imprensa".

Referiu que "há alguns dias que vinha anunciando que Angola era o terror e que ja tinham perdido o jogo e que eram mais fracos que nos. Não sei como uma equipa com quatro jogadores da NBA e com a estatura física desta, com uma experiência considerável pode ser mais fraca de Angola".

O facto eh que conseguiram por esta via transferir para Angola esta responsabilidade.

"Embora os números indicassem isso, o basquetebol não são só números e a prova esta ai. A estatística era favorável a Angola porque estas selecções estiveram em grupos diferentes nas preliminares. Se isolarem ambas dos seus grupos, a França é mais alta, mais pesada e mais madura que nos. Esta a competir na Europa".

O problema, segundo Gustavo da Conceição, é que foi comparada a prestação das duas selecções nas preliminares e não se teve em conta que Angola tem um campeonato com nove equipas e a França tem três divisões e compete ao mais alto nível da Europa.

"E preciso considerar isso tudo e não fazer a mera leitura dos números aqui no local da competição. E a vitoria esteve ai.

"Não somos melhores que a França, ela tem quatro jogadores que jogam na melhor liga de basquetebol do mundo, e do ponto de vista morfo-fisiologico e muito mais alta e pesada que nos.

Tem ainda um conjunto que trabalha junto há anos e tem muito mais experiente e adulto que o nosso plantel. A França não tem nenhum jogador a juventude e imaturidade da maioria dos nossos", lembrou, para sustentar que foi pelo jogo psicológico que Angola começou mal o jogo. Depois de estar a perder por 17 pontos, foi difícil recuperar a desvantagem.

"Foi na minha opinião uma vitoria psicológica que determinou aquele inicio mau do jogo. Temos que reconhecer que a França tremeu. Ganhou com dignidade, dominou o jogo, mas temos de dizer que jogadores da NBA tremeram ante atletas que actuam em Angola. Uma equipa fisicamente bem tremeu contra outra que teve hoje dois jogadores lesionados (Milton jogou com o pé ligado e Victor não entrou)".

"Portanto - frisou - eh tudo isso que nos leva a reconhecer que apesar da derrota, caímos de pé, sublinhamos o nosso potencial em termos de basquetebol".