Africa Basquetebol

02 novembro 2012

MOÇAMBIQUE : Mais atenção ao básquete interno - apelo das campeãs africanas




NO momento de festa para o básquete feminino e desporto nacional no geral, as jogadoras da Liga Muçulmana, não se esqueceram de olhar para o mau momento que a modalidade atravessa intramuros. Para as atletas, a conquista da Taça dos Campeões Africanos deve servir para estimular os dirigentes no sentido de tirarem a modalidade da monotonia em que se encontra mergulhada.
Para as basquestistas, o triunfo em Abidjan serviu para mostrar mais uma vez que o país tem muito talento, mas que é preciso fazer um acompanhamento sério desde a base aos seniores. A seguir-se um programa mais sério de formação, as atletas prevêem mais títulos africanos não apenas nos clubes, bem como nas selecções.

É gratificante - Odélia Mafanela

“É UMA satisfação inexplicável ser três vezes campeã africana. Não acontece todos os dias, nem toda a gente tem o privilégio de ganhar este título, quanto mais por três vezes”, reacção de Odélia Mafanela.
Acrescentou ainda que este triunfo só foi possível graças ao espírito de união do grupo. “Só com esforço e coesão do grupo é possível atingir este feito. Não são duas ou três pessoas que alcançam um título tão grandioso. É gratificante”.
Questionada sobre se este título teria sido mais fácil de conquistar comparativamente aos dois anteriores ao serviço do Desportivo, respondeu: “Não diria que foi mais fácil ou mais difícil, diria que vencemos dentro de um grande espírito de sacrifício, algo que nos encheu de orgulho. Foi maravilhoso ganhar este troféu logo na estreia da Liga Muçulmana nesta competição”.
Em relação ao futuro, a atleta diz que pretende continuar a conquistar mais campeonatos africanos e pede maior atenção dos dirigentes. “Gostaria que os responsáveis pelo básquete apoiassem mais. Hoje fomos nós, amanhã pode ser a Selecção Nacional a ganhar este título”.

Fruto de muito trabalho - Leia Dongue

“TIVEMOS uma preparação muito boa. Partimos para Abidjan com os níveis físicos, técnicos e até tácticos bem afinados. Sendo assim só nos restava aplicar em campo todo o nosso potencial encarando todos os jogos como se fosse uma final. Esta conquista não é obra do acaso, é fruto de muito trabalho”, palavras de Leias Dongue.
Dongue, mais conhecida por Tanucha nos meandros desportivos, afirma que o apoio dado pela direcção foi extremamente importante para que a equipa conseguisse o primeiro lugar. “Quero agradecer à direcção pelo apoio que nos deu em todo o nosso percurso até conquistarmos o título africano. Assim, como a direcção, a equipa técnica também soube transmitir às jogadoras a confiança necessária para que o objectivo principal fosse alcançado”.
A extremo-poste ajunta que com trabalho tudo é possível.


Superar as adversidades - Deolinda Ngulela

“FOI extremamente difícil conquistar este título. As equipas estavam bastante equilibradas, não se sabia quem seria vencedor. Mas nós, pela regularidade exibicional, acabámos superando todas as adversidades”, afirmou Deolinda Ngulela.
Ngulela sublinhou o crescimento do nível de concentração após a derrota com o CSA. “O nível de concentração, depois da derrota com o CSA, foi maior e acabámos nos encontrando, facto que ditou a nossa vitória na final frente ao Interclube.”
Para o desporto nacional continuar a trilhar bons caminhos além-fronteiras, a atleta deixou o seguinte recado: “Olhem mais para o básquete feminino, e não só, olhem para o desporto no geral. Como atleta gostaria de ver o desporto com uma outra imagem, não apenas nos clubes como nas selecções”.

Queremos mais títulos - Anabela Cossa
“É OBRA e motivo de orgulho ganhar este título. Dá-nos força para continuarmos a trabalhar com o pensamento em mais ganhos internacionais”, disse Anabela Cossa, satisfeita e ansiosa por conquistar mais títulos.
Afirmou que ser campeã africana era o único objectivo: “Sempre esteve nas contas do grupo sermos campeãs africanas. A avaliar pelo trabalho realizado, não podíamos pensar noutra coisa que não fosse atacar o primeiro lugar”.
No meio da alegria, Anabela Cossa recordou o momento triste por que passa o basquetebol feminino internamente. “A situação do básquete feminino internamente é muito triste. Baixou muito de qualidade. Mas espero que esta nossa conquista sirva de um incentivo aos responsáveis da modalidade no sentido de encararem a mesma com seriedade”.