AFROBÁSQUETE MADAGÁSCAR-2009 - Haja respeito, às “leoas”!
UMA entrada verdadeiramente leonina, a condizer com o cognome da própria equipa, e uma vantagem sempre a rondar as duas dezenas de pontos, não deixaram dúvidas rigorosamente a ninguém em relação ao vencedor da sensacional final do Afrobásquete Madagáscar-2009, ontem à noite, no pavilhão do Palácio dos Desportos de Antananarivo. O Senegal, o grande Senegal, dono de uma das melhores escolas da bola-ao-cesto feminina, não ofereceu tréguas ao então campeão, Mali, vencendo-o convincentemente por 72-57 e, desse modo, regressar à conquista do título, nove anos depois de o ter feito na Tunísia. No dia do epílogo desta prova continental, e no qual Angola repetiu a medalha de bronze mercê do triunfo sobre Costa do Marfim por 76-57, Moçambique entrou em acção no início da tarde, perdendo diante da Nigéria pela marca de 57-67 e classificar-se na sexta posição.
A despeito de a turma anfitriã não disputar a final, os malgaxes não quiseram deixar os seus créditos por mãos alheias, enchendo por completo aquele novíssimo complexo de construção chinesa. O próprio Presidente da Alta Autoridade de Transição, Andry Rajoelina, trajando calças “jeans” e acompanhado pela esposa, juntou-se à festa de arromba que se viveu em Antananarivo e que foi muitíssimo bem acompanhada pela final de sonho proporcionada por duas formações que tinham contas a ajustar desde o último Afrobásquete, em 2007, em Dacar, com o triunfo a pertencer às malianas, perante o desconforto das organizadoras.
Com a lição devidamente estudada, desta vez o Senegal não ofereceu qualquer espaço nem tempo para a turma adversária se organizar. Entrando à alta velocidade e a controlar os cordelinhos da partida em todos os aspectos, as “leoas” vincaram desde logo a sua inquestionável superioridade. O básquete melhor elaborado das malianas foi reduzido a pó pelo pragmatismo das senegalesas, que sabiamente foram conservando ao longo de todo o jogo uma diferença de 20 pontos. Mesmo nos momentos de pouca inspiração, faziam questão de não perder a seriedade, permitindo às adversárias reduzir para 17-18 pontos. Era o máximo que sobrava para o Mali.
Entre dois conjuntos que se conhecem perfeitamente e que nas quatro linhas proporcionavam um espectáculo a todos os títulos magnífico, levando o público vezes sem conta ao êxtase, era natural que também se travassem duelos interessantes. Do lado do Senegal virtuosismo de Aya Traoré, a perspicácia da excelente base Fatou Dieng, a perfeitíssima mão canhota de Mame Diouf e a força e determinação de Mame Sy superavam clara e irrefutavelmente toda a resposta empreendida por Ba Maiga, a espectacular construtora do jogo maliano, Djene Diwara, bem nos lançamentos, e Djenebou Sissoko, que tentou equilibrar a luta nas tabelas.
A dimensão do basquetebol senegalês era tal que, em determinadas etapas da contenda, as malianas eclipsavam por completo. Aliás, via-se na forma destemida das “leoas” que a vingança seria de facto servida a frio. Tudo lhes saía a contento, tanto a atacar como a defender. Embora as duas selecções não quisessem arriscar em relação aos triplos, as tentativas senegalesas, nomeadamente através da baixinha e irrequieta base Fatou Dieng, foram bem sucedidas. O Mali rendia-se às evidências, perante um time prático nas suas acções, sobretudo na função primordial de procurar os dois pontos, fonte para a grande diferença que sempre soube manter.
Quando a buzina soou, com o marcador em 72-57 para o Senegal, a festa das “leoas” e das suas dezenas de adeptos era incontestável. A conquista do Afrobásquete Madagáscar-2009 era o justo prémio para a selecção que não somente foi a única invicta na prova como também aquela que nos momentos mais difíceis soube puxar da sua inteligência e acima de tudo do valor das suas unidades para chegar ao triunfo. E a lição de bem jogar ontem oferecido às malianas é o exemplo mais eloquente dessa grande virtude das novas campeãs africanas.
FICHA DO JOGO
Árbitros: Petr Sudek, Gorshkov e Foster
SENEGAL (72) – Fatou Thiam (0), Aya Traoré (19), Awa Gueye (4), Fatou Dieng (17), Mame Diouf (11), Ndeye Sene (0), Fatoumata Diengo (0), Aminata Dieye (0), Mame Sy (10), Oumoul Sarr (0), Aminata Diop (7) e Bineta Diouf (4);
Treinador: Gaye Moustapha;
MALI (57) – Kama Touré (0), Aiassata Maiga (0), Mariatou Diarra (2), Nassira Traoré (1), Diana Gandega (6), Ba Maiga (17), Nagnouma Coulibaly (1), Djene Diwara (13), Maiya Tirera (0), Mariam Sy 4), Aminata Sininta (2) e Djenebou Sissoko (11);
Treinador: José Ruiz
Marcha do marcador: 28-9, 47-23, 55-37, 72-57.
QUADRO DE RESULTADOS
Senegal-Mali (72-57)
Costa do Marfim-Angola (57-76)
Nigéria-Moçambique (67-57)
Camarões-Madagáscar (66-61)
Classificação final: 1º Senegal, 2º Mali, 3º Angola, 4º Costa do Marfim, 5º Nigéria, 6º Moçambique, 7º Camarões, 8º Madagáscar, 9º Tunísia, 10º Ruanda, 11º África do Sul, 12º Maurícias.
* ALEXANDRE ZANDAMELA, em Antananarivo
A despeito de a turma anfitriã não disputar a final, os malgaxes não quiseram deixar os seus créditos por mãos alheias, enchendo por completo aquele novíssimo complexo de construção chinesa. O próprio Presidente da Alta Autoridade de Transição, Andry Rajoelina, trajando calças “jeans” e acompanhado pela esposa, juntou-se à festa de arromba que se viveu em Antananarivo e que foi muitíssimo bem acompanhada pela final de sonho proporcionada por duas formações que tinham contas a ajustar desde o último Afrobásquete, em 2007, em Dacar, com o triunfo a pertencer às malianas, perante o desconforto das organizadoras.
Com a lição devidamente estudada, desta vez o Senegal não ofereceu qualquer espaço nem tempo para a turma adversária se organizar. Entrando à alta velocidade e a controlar os cordelinhos da partida em todos os aspectos, as “leoas” vincaram desde logo a sua inquestionável superioridade. O básquete melhor elaborado das malianas foi reduzido a pó pelo pragmatismo das senegalesas, que sabiamente foram conservando ao longo de todo o jogo uma diferença de 20 pontos. Mesmo nos momentos de pouca inspiração, faziam questão de não perder a seriedade, permitindo às adversárias reduzir para 17-18 pontos. Era o máximo que sobrava para o Mali.
Entre dois conjuntos que se conhecem perfeitamente e que nas quatro linhas proporcionavam um espectáculo a todos os títulos magnífico, levando o público vezes sem conta ao êxtase, era natural que também se travassem duelos interessantes. Do lado do Senegal virtuosismo de Aya Traoré, a perspicácia da excelente base Fatou Dieng, a perfeitíssima mão canhota de Mame Diouf e a força e determinação de Mame Sy superavam clara e irrefutavelmente toda a resposta empreendida por Ba Maiga, a espectacular construtora do jogo maliano, Djene Diwara, bem nos lançamentos, e Djenebou Sissoko, que tentou equilibrar a luta nas tabelas.
A dimensão do basquetebol senegalês era tal que, em determinadas etapas da contenda, as malianas eclipsavam por completo. Aliás, via-se na forma destemida das “leoas” que a vingança seria de facto servida a frio. Tudo lhes saía a contento, tanto a atacar como a defender. Embora as duas selecções não quisessem arriscar em relação aos triplos, as tentativas senegalesas, nomeadamente através da baixinha e irrequieta base Fatou Dieng, foram bem sucedidas. O Mali rendia-se às evidências, perante um time prático nas suas acções, sobretudo na função primordial de procurar os dois pontos, fonte para a grande diferença que sempre soube manter.
Quando a buzina soou, com o marcador em 72-57 para o Senegal, a festa das “leoas” e das suas dezenas de adeptos era incontestável. A conquista do Afrobásquete Madagáscar-2009 era o justo prémio para a selecção que não somente foi a única invicta na prova como também aquela que nos momentos mais difíceis soube puxar da sua inteligência e acima de tudo do valor das suas unidades para chegar ao triunfo. E a lição de bem jogar ontem oferecido às malianas é o exemplo mais eloquente dessa grande virtude das novas campeãs africanas.
FICHA DO JOGO
Árbitros: Petr Sudek, Gorshkov e Foster
SENEGAL (72) – Fatou Thiam (0), Aya Traoré (19), Awa Gueye (4), Fatou Dieng (17), Mame Diouf (11), Ndeye Sene (0), Fatoumata Diengo (0), Aminata Dieye (0), Mame Sy (10), Oumoul Sarr (0), Aminata Diop (7) e Bineta Diouf (4);
Treinador: Gaye Moustapha;
MALI (57) – Kama Touré (0), Aiassata Maiga (0), Mariatou Diarra (2), Nassira Traoré (1), Diana Gandega (6), Ba Maiga (17), Nagnouma Coulibaly (1), Djene Diwara (13), Maiya Tirera (0), Mariam Sy 4), Aminata Sininta (2) e Djenebou Sissoko (11);
Treinador: José Ruiz
Marcha do marcador: 28-9, 47-23, 55-37, 72-57.
QUADRO DE RESULTADOS
Senegal-Mali (72-57)
Costa do Marfim-Angola (57-76)
Nigéria-Moçambique (67-57)
Camarões-Madagáscar (66-61)
Classificação final: 1º Senegal, 2º Mali, 3º Angola, 4º Costa do Marfim, 5º Nigéria, 6º Moçambique, 7º Camarões, 8º Madagáscar, 9º Tunísia, 10º Ruanda, 11º África do Sul, 12º Maurícias.
* ALEXANDRE ZANDAMELA, em Antananarivo
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home