Africa Basquetebol

07 dezembro 2006

MOÇAMBIQUE : Africano de Femininos Sub-20 - BAIXINHA ANABELA À GIGANTE DEOLINDA


É inegável que, a despeito de a sua carreira ser a todos os títulos esplêndida e plena de confiança de jornada em jornada, o raio de alternativas apresenta-se extremamente limitado para o técnico Nazir Salé, não se comparando, por exemplo, com o que detém o seu colega maliano, que constantemente roda o cinco, sem no entanto se verificarem desequilíbrios de grande vulto. Nelito, praticamente, gira à volta de seis/sete atletas, nomeadamente o quinteto constituído por Anabela Cossa, Vaneza Júnior, Nádia Zucule, Nádia do Rosário e Deolinda Gimo. A estas, acrescentam-se com alguma regularidade Janete Monteiro e Odélia Mafanela, ficando Esmeralda Casimiro entre cá e lá, enquanto as debutantes Cláudia Chembene, Josefina Jafar e Sílvia Neves são somente chamadas para brevíssimos trechos. Filomena Micato, depois de ter jogado um total de 15 minutos na partida inaugural, viu-se infelizmente lesionado e relegada para o banco. Mas é essencialmente ao mesmo trio que assenta o jogo da nossa selecção: Anabela (41 pontos em quatro jogos), uma "play maker" fenomenal, Vaneza (37), uma maravilha tecnicamente e entradas fulgurantes debaixo da tabela, e Deolinda (51), um poço de forças, destemida e perspicaz nas alturas. Nádia Z, que acabou se lesionando frente ao Mali, não tendo jogado contra Angola, ressentiu-se do peso da responsabilidade - provavelmente pelo facto de não ter actuado em nenhum clube ao longo da temporada -, atabalhoou-se várias vezes, todavia, redimindo-se ante as senegalesas, com 10 pontos. Surpresa agradável terá sido mesmo Nádia R (13), face à sua espontaneidade e espírito de briga, destoando apenas pelo excessivo número de faltas. Janete (16), que para nós foi a maior descoberta dos Jogos da Namíbia, onde foi deslumbrante, tem vindo a pautar as suas exibições entre o suficiente, diante de Angola, o bom, contra África do Sul e Mali, e o excelente, ante o Senegal, em que foi a melhor marcadora, com 16 pontos. Mas, quando o "mister" decide fazê-la jogar em paralelo com Anabela e/ou Vaneza, a combinação tem sido perfeitíssima, com ganhos evidentes para a equipa. A beirense Odélia, única "forasteira" do grupo, é outra revelação do certamente namibiano, notando-se nela um grande crescimento, sobretudo no encarar a competição sem quaisquer temores e também a aliança e cumplicidade com as colegas. Ora, mesmo percebendo que a determinação global das jogadoras é um facto evidente, daí este conjunto de vitórias saborosíssimas, agora que entramos para a etapa decisiva, a partir de amanhã, não será demais chamar a atenção para uma atitude mais madura, responsável e consentânea com a realidade, pois será doravante que se definirá o futuro de Moçambique, o futuro risonho que todos nós ansiamos.