Africa Basquetebol

24 setembro 2013

MOÇAMBIQUE : Foi preciso muita réplica para matar teimosia argelina

A SELECÇÃO Nacional de basquetebol feminino precisou de um esforço redobrado para travar a resistência imposta pela sua congénere argelina ontem à noite, em partida da terceira jornada do Afrobasket, que decorre no pavilhão do Maxaquene.
A turma moçambicana teve de oferecer muita réplica para acabar com a teimosia oferecida pelas argelinas sobretudo nos primeiros dois períodos, durante os quais o equilíbrio dentro do rectângulo de jogo foi notório. Foi necessária muita força e inteligência para desmanchar o nó, numa altura em que as treinadas por Nazir Salé acusavam muito nervosismo, falhando a finalização mesmo dentro do pequeno círculo.
Algumas tentativas de lançamento fora de grande círculo sem sucesso, situação que ate colocou as argelinas ligeiramente em vantagem na primeira metade do primeiro período, mas que acabaria sendo quebrada no fim dos 10 minutos correspondentes, com Moçambique a terminar com a vantagem de 12-8. Neste período, o destaque vai para a extremo-poste Rute Muianga, que fez sete pontos. Clarisse Machanguana apareceu pouco na zona da finalização, tendo apenas feito três pontos. Acusou muito nervosismo, tendo desperdiçado muitos lances livres a que foi chamado a cobrar. Foi um período de muita desconcentração, facto que criou uma certa inquietação por parte da equipa técnica.
Aliás, a equipa continuou a ter os mesmos problemas até ao fim do segundo período, com as argelinas a fecharem-se muito bem à entrada do grande círculo e a anteciparem algumas investidas saídas dos extremos, o que dificultava ainda as tentativas de triplos. Foi um momento crítico, que deixou sinais claros de que seria uma partida a doer. Porém, a equipa foi controlando a ansiedade e pouco a pouco encaixou-se, e já podia jogar com alguma tranquilidade já na segunda metade do segundo período e foi possível romper, ainda com muitas dificuldades, o bloqueio à zona do garrafão, donde foi possível fazer mais 18 pontos, fixando o resultado a 30-20, no fecho do segundo período, com Rute Muianga a evidenciar-se no marcador com 15 pontos. Clarisse Machanguana elevou a sua contribuição individual para cinco pontos.
SEGUNDA METADE BEM CONSEGUIDA
As dúvidas quanto ao desfecho favorável à turma moçambicana começaram a ser dissipadas a partir do terceiro período. Nesta fase de jogo, Moçambique soube defender-se e imprimir maior velocidade nas triangulações e penetrações pelos extremos e, com o esforço redobrado, Clarisse Machanguana conseguiu, explorar a sua altura marcando mais seis pontos. Até então, ela e Rute Muianga deram conta do recado nas suas missões, o que permitiu que Moçambique chegasse ao fim do terceiro período com a vantagem de 43-27. Mas, no entanto, foi no último período que a equipa de todos nós libertou-se. Nazir Salé fez descansar a “velha guarda” e, com uma equipa mais refrescada, nomeadamente Valerdina Manhonga, Filomena Micato, Odélia Mafanela, Ana Flávia Azinheira e Lea Dongue, a Selecção Nacional fez explodir a plateia com alguns triplos bem conseguidos. Já na primeira metade vencia por 57-29. Lea Dongue esteve em destaque. Aproveitando-se da sua forte compostura física e altura, ganhou a disputa junto do pequeno círculo e muitos ressaltos debaixo do garrafão, para além de alguns triplos, elevando a sua contagem individual para 11 pontos. Ana Flávia marcou seis.
A última metade foi de consolidação da vitória e Moçambique terminava, depois de momentos de crise e de muito esforço, com o sucesso a sua missão com, a terceira vitória consecutiva, por 67-34. A equipa nacional estreou-se com uma vitória retumbante diante do Egipto, por 105-53, para na jornada seguinte esmagar Zimbabwe por 117-28.      
SALVADOR NHANTUBO