Africa Basquetebol

24 setembro 2013

ANGOLA : Angola vence o Quénia

                       
Equipa de Aníbal Moreira procura alternativas para revalidar o título de campeã africana
Fotografia: Santos Pedro
A Selecção Nacional de Basquetebol sénior feminina e a sua congénere do Camarões decidem hoje a liderança do grupo B da fase preliminar da 23ª edição do Campeonato Africano que decorre de 20 a 29 do corrente, no pavilhão de Maxaquene, na capital de Moçambique, Maputo. O jogo é pontuável para a quarta jornada do torneio.

As camaronesas, que na segunda jornada, disputada sábado, se impuseram diante das malianas por 67-64, depois de se estrearem com vitória diante das quenianas e ontem baterem as cabo-verdianas por 67-39, estão galvanizadas por partilhar o mesmo número de pontos que as angolanas.
Os dois primeiros jogos da formação camaronesa davam indícios de que Angola tinha a tarefa facilitada no embate de hoje, mas a boa desenvoltura com que a equipa apareceu diante de Cabo Verde deixa antever uma jornada de grande intensidade competitiva para as comandadas de Aníbal Moreira.
A Selecção Nacional está ciente de que as adversárias denotam maior motivação nos jogos frente a Angola, tal como foi o caso da partida de ontem, em que não obstante a supremacia das campeãs, a adversária conseguiu fazer o seu jogo exterior e violou, com frequência, o último reduto nacional.
A equipa técnica liderada por Aníbal Moreira deve optar por uma defesa mais esclarecida contra as camaronesas, que tem as extremos-postes Laure Mbiandja e Siloi Gano e a extremo Amina Njokou, entre as mais eficientes na zona de rigor ofensivo.
Apesar da pausa forçada ter influenciado o rendimento da formação nacional, Aníbal Moreira está confiante nas suas atletas, que na fase derradeira do jogo de ontem mostraram a postura que lhes é característica, melhorias do ritmo competitivo.
O técnico afirma que “as equipas tendem a melhorar de desempenho” e, por esse motivo, prima pelo “respeito” às selecções adversárias, cujos objectivos, nesta fase, visam garantir a presença nos oitavos de final.
Nas outras partidas, o Egipto tem pela frente o Zimbabwe, o Quénia joga com o Malí, Argélia defronta Senegal, Costa do Marfim enfrenta Moçambique e Cabo Verde joga com a Nigéria.

Imprensa pressiona organização
A imprensa moçambicana advertiu a Federação Moçambicana de Basquetebol para melhorar as questões organizativas da 23ª edição da fase final do Campeonato Africano de Basquetebol, que o país alberga desde o dia 20 do corrente.
O editorial do semanário desportivo “O Desafio” exteriorizou o desconforto das autoridades moçambicanas face às reclamações emitidas pelas delegações e jornalistas de vários órgãos de informação dos países que cobrem a maior montra da “bola ao cesto” continental. O adiamento forçado da terceira jornada, sem prévio aviso, foi o motivo.
O principal jornal desportivo adverte a Federação local para primar por maior respeito e organização, sob pena de manchar a imagem do país que se candidatou para acolher o evento. O jornal sublinha ser característica do povo moçambicano a hospitalidade e boa convivência, algo que contrasta com as debilidades em termos organizativos com que o evento tem-se vindo a pautar.
A demora na acreditação, atraso no fornecimento das estatísticas e falta de locais para entrevistas são entre outras as matérias que mancham a imagem da organização e do país.

TERCEIRA JORNADA
Vitória sofrida diante do Quénia

A Selecção Nacional de basquetebol sénior feminina conseguiu com muitas dificuldades a sua terceira vitória consecutiva na 23ª edição do Campeonato Africano das Nações, ao vencer ontem à tarde, no pavilhão de Maxaquene, por 45-39, a sua congénere do Quénia, em partida da terceira ronda do grupo B do campeonato que decorre de 20 a 29 na cidade de Maputo.
Com todas as previsões a indicar uma partida sem grandes preocupações para as detentoras do anel continental, Aníbal Moreira foi surpreendido pela forma convincente com que a equipa orientada pelo técnico Owino Ronald entrou para o desafio. As transições rápidas da defesa para o ataque e circulação da bola em plena dimensão do campo dotaram a selecção adversária de superioridade táctica.
Com Luísa Tomás, Nachissela Maurício e Nguendula Filipe limitadas em termos físicos, Aníbal Moreira tinha a pretensão de as poupar para o jogo de amanhã diante dos Camarões.
A situação no terreno não permitia tal veleidade para o treinador angolano, porque o jogo implicou maior investimento no esforço colectivo para evitar o primeiro dissabor na competição. As três unidades foram influentes, sobretudo, nos dois últimos períodos.
Nos dois primeiros tempos, o combinado nacional pouco se identificou com a equipa que está a defender o título. Apresentou um jogo sem discernimento, pouco esclarecido em termos defensivos e permitiu a finalização das jogadas das adversárias sempre com penetração.
As duas equipas empataram o primeiro quarto (9-9), ao passo que Angola foi para o intervalo a perder por um ponto (16-17).
No regresso, a equipa nacional começou a denotar melhorias, mas insuficientes para travar o entusiasmo das camaronesas que acreditavam ser possível ultrapassar as angolanas. O terceiro quarto foi fechado com um novo empate (31-31).
Aníbal Moreira apenas encontrou o antídoto para a endiabrada “armada” camaronesa a escassos minutos do final. Angola mostrou boa desenvoltura na abordagem do jogo ofensivo, revelando-se Clarisse Mpaka (cestinha da partida, com 14) preponderante na luta debaixo da tabela, ao passo que Nachissela Maurício, mesmo limitada, foi a segunda marcadora com 13.
O técnico Aníbal Moreira reconheceu as dificuldades e sublinhou que “o mais importante foi ganhar o jogo”.
 Para cumprir o objectivo na competição prometeu: “vamos procurar vencer o jogo diante dos Camarões”.
Ainda ontem, no grupo A, Cabo Verde voltou a perder, desta feita, por 62-39, diante dos Camarões e o Senegal bateu o Zimbabwe por 123-45.
Até ao fecho da edição, o Egipto perdia por 25-38 com a Costa do Marfim ao intervalo e desconhecia-se os resultados dos jogos entre Moçambique e Argélia (A) e Nigéria e Mali (B).

SELECÇÃO CAMPEÃ
Moçambique lidera pesquisa

Moçambique lidera o ranking do grupo A  do Campeonato Africano de basquetebol sénior feminino, em que estão presentes as selecções de Angola, Mali, Camarões, Quénia, Cabo Verde, Nigéria, Moçambique, Senegal, Costa do Marfim, Argélia, Egípto e Zimbawe.
Moçambique foi a única a aplicar a chapa 100 aos seus dois primeiros adversários na competição. As moçambicanas cilindraram o Egipto por 105-53 e o Zimbabwe por 117-28. Até antes do jogo frente à Argélia, as moçambicanas lideravam a lista com 222 pontos marcados, 81 consentidos, seguidas do Senegal, que não havia consentido derrota nos dois encontros, converteu 150 e permitiu quatro violações.