CABO VERDE : Cabo Verde vence Mali e está no Afrobasket
Rodrigo Mascarenhas salta no banco de suplentes, Ivan Almeida dá um forte abraço ao seu irmão Joel, Marito mostra um sorriso do tamanho do gimnodesportivo, repleto de adeptos, que retribuem com cânticos, saltos, muita euforia ao som da batucada. Missão cumprida: Cabo Verde venceu o Mali no último jogo do torneio da Zona II por 80 – 63 e junta-se ao Senegal como as duas selecções apuradas para o Afrobasket’2013, que acontece na Costa do Marfim.
Mas não foi um jogo fácil, o sexto em menos de uma semana. Com todos os jogadores a acusarem o cansaço e também alguma ansiedade (afinal estava em jogo uma vaga para a maior prova da bola ao cesto no continente) a primeira parte foi taco a taco, com Cabo Verde mais organizado a defender e a atacar, sinais de que poderia ganhar, caso imprimisse mais velocidade e agressividade aos lances.
E assim aconteceu. Num dos melhores jogos que se viu no torneio da Zona II, Cabo Verde organizou-se ainda mais na defesa, com blocos do experiente Rodrigo Mascarenhas e o jovem Kevin, e desferia contra-ataques fulminantes por Ivan Almeida (eleito melhor jogador (MVP) e melhor marcador do torneio, com 134 pontos), Marito, Bryan e Joel Almeida, que apareceu no momento certo para galvanizar a equipa com os seus lançamentos de três pontos.
Nesta altura, a turma nacional tapou todos os caminhos à ofensiva do Mali, que a dado momento do jogo deixou de marcar pontos. Cabo Verde mostrou o seu melhor basquetebol, para entusiasmo do público que gritava de pé em apoio à sua selecção. Afinal, a equipa de todos nós lançou-se para uma vitória espectacular com uma diferença de 17 pontos, que garante o 2º lugar no torneio.
Mas no meio da festa, aconteceu o caso do jogo. O Mali revelou o seu mau perder e um atleta seu empurrou ostensivamente, com violência gratuita e fora do lance o Ivan Almeida, o menino de ouro de Cabo Verde. Um comportamento anti-desportivo que revoltou o público, que começou a lançar objectos para dentro da quadra de jogo.
Perante estas "escaramuças" a dez segundos do fim, os árbitros Kamaté Assanh (Costa do Marfim), Touré Abdou (Guiné Conakry) e Seye Embey (Senegal) paralisaram o encontro durante quase 10 minutos. Estavam decididos a não reatar a partida, caso não fossem criadas condições de segurança no Gimno. Mas jogadores, equipa técnica e dirigentes nacionais acalmaram a claque enfurecida, e o jogo lá terminou com Cabo Verde a conseguir os seus objectivos. Espera-se agora pelo relatório de jogo para ver se o basket nacional e os jogadores do Mali poderão ser punidos pela FIBA-África.
No final da partida, Tó Tavares, treinador-adjunto de Alex Nwora, diz que sempre acreditou na selecção, apesar de esta se apresentar tensa na primeira parte. Mas notou que a equipa soltou-se no segundo tempo e fez o seu melhor jogo deste torneio. Festa à parte, tanto jogadores, treinadores e dirigentes federativos garantem que a “onda positiva” deve continuar, para que o país possa ser representado ao mais alto nível na maior montra do basquetebol africano, no mês de Agosto do próximo ano.
No primeiro jogo da tarde, o Senegal bateu a Mauritânia por 90 – 52 e fez a festa anunciada de campeão do torneio da Zona II.
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