Africa Basquetebol

05 janeiro 2012

MOÇAMBIQUE : RETROSPECTIVA-2011 - Bandeiras verdes e brancas na grande noite do básquete

SE os Jogos Africanos foram uma ocasião dourada para os amantes da bola-ao-cesto reviverem as grandes noites que caracterizaram as décadas de oitenta, sobretudo, e de noventa, a Liga Nacional veio mostrar, por um lado, que a paixão pelo básquete se mantém inexpugnável e, por outro, que o Ferroviário está vivo e recomenda-se. Maputo, Quinta-Feira, 5 de Janeiro de 2012:: Notícias


Ao longo do ano, enquanto no Maputo, a metrópole da modalidade, se assistia a uma prova bastante discutida, reinava, paralelamente, um certo cepticismo em relação ao Campeonato Nacional, considerando a saída da Vodacom como patrocinadora. Vai daí, a Liga Nacional de Basquetebol, entre opiniões das mais desconcertadas, viu-se obrigada a encontrar uma alternativa: um certame que reunisse no mesmo palco representantes de diversas províncias.
O figurino encontrou na capital uma grande resistência e críticas severas, com o argumento de que o sistema de “play-off” seria mais produtivo, competitivo, conferiria ao campeão maior legitimidade, as equipas teriam mais jogos e evitava-se o enorme fosso entre os intervenientes. Apesar destas posições, a verdade manda dizer que acabou sendo um evento que, sobretudo, valeu pela sua emotividade, particularmente nas meias-finais e na final, onde se encontraram as quatro melhores formações do país, com a “catedral” a ser palco da interessante romaria vivida ao longo da semana.
Inicialmente o campeonato contou com a participação de 10 equipas, a saber: Desportivo, Maxaquene, Ferroviário, Costa do Sol, Universidade Pedagógica, A Politécnica, Matolinhas, Ferroviário da Beira, Instituto Superior Politécnico de Tete e Soprotecção de Quelimane. Porém, para a etapa decisiva transitaram os mesmos de sempre: Desportivo, Maxaquene, Ferroviário do Maputo e Ferroviário da Beira.
Nas meias-finais o “derby” entre os vizinhos Desportivo e Maxaquene foi um espectáculo soberbo, com os “alvi-negros” a darem “show: Entre os “locomotivas” a maior experiência e entrosamento da equipa de Carlos Aik ditou as regras ao longo dos 40 minutos da contenda. Na grande final, a noite de bandeiras verdes e brancas foi coroada com uma vitória (59-41) sobre o Desportivo e consequente regresso do Ferroviário ao trono, após dois anos de reinando “tricolor”.
Em relação aos prémios individuais, o jovem Ermelindo Novela, de 20 anos, foi eleito Jogador Mais Valioso (MVP), assim como para o “Cinco Ideal”, juntamente com o seu colega de equipa Custódio Muchate, Armando Baptista, do Ferroviário da Beira, Fernando Manjate, do Maxaquene, e Amarildo Matos, do Desportivo.
Entretanto, em femininos, embora o “Nacional” ainda esteja para acontecer – será nos finais deste mês, em Quelimane – o certo é que a Liga Muçulmana, no campeonato da cidade, chegou, viu e venceu, fazendo assim jus ao naipe de estrelas que constituem o seu plantel, tendo à cabeça Nazir Salé.