AFROBÁSQUETE MALI 2011- Como foi magnífico queridas “kambas”!...
NA inolvidável noite de domingo, no pavilhão do Estádio 26 de Março, em Bamako, deixámos de lado a eterna rivalidade, entretanto sã, entre nós e os angolanos, e juntámo-nos a milhares de vozes eufóricas e ruidosas para festejar a meritória conquista do Afrobásquete Mali-2011 pela selecção mais perseverante e que na hora da verdade soube domar e retirar a ferocidade às “leoas” senegalesas vencendo, por 62-54.
Vistas as cores predominantes no pavilhão, nomeadamente verde, amarelo e vermelho – e que são as mesmas do Mali – à partida poderia dar a sensação de que as senegalesas, então campeãs em título, desfrutariam do maior quinhão de apoio. Porém, não foi bem assim. O Senegal, é verdade, tinha uma gigantesca massa de adeptos que quase faziam ruir as cadeiras do novíssimo pavilhão, só que, dada a rivalidade entre os dois países, os malianos, que não se esquecem da derrota sofrida no campeonato anterior, viraram as suas baterias de apoio às angolanas, dando até a sensação de estarem a jogar na Cidadela Desportiva de Luanda.
E, nas quatro linhas, as pupilas do grande campeão e arquitecto desta selecção, Aníbal Moreira, corresponderam a preceito, ao não oferecer qualquer espaço de vantagem nem de reacção ao Senegal, conhecido pelo seu jogo fácil e dócil, no entanto, bastante mortífero. Esteve patente ao longo da contenda que o técnico angolano estudou muitíssimo bem o adversário, todo o seu esquema táctico, os pontos fortes e fracos, a partir dos dois confrontos que travaram nos Jogos Africanos do Maputo-2011, com particular ênfase para a final ganha pelas “leoas”.
Foi uma entrada extraordinariamente agressiva aquela que Angola utilizou, anulando por completo as unidades nucleares do Senegal, casos de Aya Traoré, MVP no Afrobásquete de Madagáscar, em 2009, Astou Traoré, Marie Sy e Ndeye Ndiaye. Sem espaço para explanar o seu jogo e a enfrentar uma defesa bastante competente, entrosada e com uma melodia afável – as angolanas terão sido, quanto a nós, a melhor equipa a defender – as senegalesas cedo verificaram que esta final não teria rigorosamente nada a ver com a dos Jogos Africanos.
Foi assim que Angola, mais rápido na transposição do esférico defesa/ataque, assenhoreou-se dos cordelinhos da contenda, através de um jogo fundamentalmente assente nas baixinhas Catarina Camufal e Eusébia da Silva e com a experiência de Nacissela Maurício também a vir ao de cima. Mas onde as angolanas realmente “mataram” as senegalesas foi no jogo nas tabelas, pois, apesar de relativamente mais baixas, foram simplesmente magníficas, dando azo a que Sónia Guadalupe – a melhor unidade em campo – evidenciasse todo o seu virtuosismo, aliado a uma excelente capacidade de concretização.
Porque face a um oponente tecnicamente bem dotado como o Senegal em nenhum momento se pode cantar vitória, Angola, após uma fase categoricamente por si comandada, viu, de repente, as senegalesas com um ímpeto atacante avassalador, chegando a aproximar-se do marcador. Todavia, enquanto do seu banco as alternativas eram escassas, assim como o factor motivacional e a lucidez das suas jogadoras, o treinador angolano permitia-se levar a cabo uma série de mutações no seu xadrez, entretanto, sem baixar a qualidade do jogo. E, neste aspecto, Aníbal Moreira foi realmente feliz, uma vez que Luísa Tomás, Ângela Cardoso, esta particularmente na tabela, e Nadir Manuel foram um valor acrescentado muito valioso.
Quanta emoção
Quando Ndeye Sene, com um triplo, fez 41-41, à beira do intervalo, deixando o pavilhão em êxtase, terá ocorrido, nalgumas hostes, que finalmente o Senegal acordara e que a partir dessa altura o leão rugiria de verdade. Nada disso! É verdade que o empate (45-45) no final da primeira parte baralhou um pouco as angolanas, receando uma reviravolta. Porém, foi um sucesso efémero para o Senegal, dado que Angola se recompôs e de novo tomou conta do desafio, com um jogo completamente aberto para o ataque.
Aníbal Moreira sabia que, actuando desta forma, podia correr sérios riscos, considerando a imprevisibilidade das senegalesas, mas também estava seguro porque, nas quatro linhas, a capacidade das adversárias estava claramente diminuído. Incansáveis e mais expeditas, as angolanas, a cada instante, iam buscar forças não se sabe onde, emprestando ao seu jogo uma alegria fora de série. Por isso, quanto mais a partida se aproximava do seu final mais evidente era o triunfo angolano.
No momento de gerir o tempo, mesmo sem o Senegal atirar a toalha ao chão, jogadoras mais novas como Eusébia da Silva já deixavam escorrer no rosto lágrimas de uma vitória que só estava à espera da buzina para a sua certificação. Viviam-se momentos verdadeiramente emocionantes, com um barulho ensurdecedor no pavilhão. É que, para os malianos, perdida a corrida para o título nas meias-finais, que ganhassem todos, menos o Senegal. E era assim que se festejava a grande conquista de Angola e a sua vingança diante de um adversário que caiu sem argumentos.
Sónia Guadalupe teve um registo de 23 pontos, Nacissela Maurício 12 e Luísa Tomás 10, enquanto, do lado senegalês, realce para os 14 pontos de Marye Sy e 10 de Ndeye Ndiaye.
Selecção nacional regressa ao Maputo
SEM ter podido viver as emoções da grande final do Afrobásquete Mali-2011, em virtude de ter viajado domingo à noite para Nairobi, a selecção nacional desembarca esta manhã no Aeroporto Internacional do Maputo, levando na bagagem o quinto lugar – melhor que o sexto de há dois anos, em Antananarivo.
Durante a primeira fase, a turma moçambicana, recorde-se, venceu, sucessivamente, Costa do Marfim, RD Congo e Tunísia, tendo a carreira vitoriosa sido interrompida com uma derrota diante do Mali. A fechar o ciclo, “esmagou” o Gana.
Entrando para a etapa decisiva, Moçambique não foi além dos quartos-de-final, ao perder perante a Nigéria. Nas classificativas, ganhou à RD Congo e aos Camarões, ficando assim no quinto posto.
Vistas as cores predominantes no pavilhão, nomeadamente verde, amarelo e vermelho – e que são as mesmas do Mali – à partida poderia dar a sensação de que as senegalesas, então campeãs em título, desfrutariam do maior quinhão de apoio. Porém, não foi bem assim. O Senegal, é verdade, tinha uma gigantesca massa de adeptos que quase faziam ruir as cadeiras do novíssimo pavilhão, só que, dada a rivalidade entre os dois países, os malianos, que não se esquecem da derrota sofrida no campeonato anterior, viraram as suas baterias de apoio às angolanas, dando até a sensação de estarem a jogar na Cidadela Desportiva de Luanda.
E, nas quatro linhas, as pupilas do grande campeão e arquitecto desta selecção, Aníbal Moreira, corresponderam a preceito, ao não oferecer qualquer espaço de vantagem nem de reacção ao Senegal, conhecido pelo seu jogo fácil e dócil, no entanto, bastante mortífero. Esteve patente ao longo da contenda que o técnico angolano estudou muitíssimo bem o adversário, todo o seu esquema táctico, os pontos fortes e fracos, a partir dos dois confrontos que travaram nos Jogos Africanos do Maputo-2011, com particular ênfase para a final ganha pelas “leoas”.
Foi uma entrada extraordinariamente agressiva aquela que Angola utilizou, anulando por completo as unidades nucleares do Senegal, casos de Aya Traoré, MVP no Afrobásquete de Madagáscar, em 2009, Astou Traoré, Marie Sy e Ndeye Ndiaye. Sem espaço para explanar o seu jogo e a enfrentar uma defesa bastante competente, entrosada e com uma melodia afável – as angolanas terão sido, quanto a nós, a melhor equipa a defender – as senegalesas cedo verificaram que esta final não teria rigorosamente nada a ver com a dos Jogos Africanos.
Foi assim que Angola, mais rápido na transposição do esférico defesa/ataque, assenhoreou-se dos cordelinhos da contenda, através de um jogo fundamentalmente assente nas baixinhas Catarina Camufal e Eusébia da Silva e com a experiência de Nacissela Maurício também a vir ao de cima. Mas onde as angolanas realmente “mataram” as senegalesas foi no jogo nas tabelas, pois, apesar de relativamente mais baixas, foram simplesmente magníficas, dando azo a que Sónia Guadalupe – a melhor unidade em campo – evidenciasse todo o seu virtuosismo, aliado a uma excelente capacidade de concretização.
Porque face a um oponente tecnicamente bem dotado como o Senegal em nenhum momento se pode cantar vitória, Angola, após uma fase categoricamente por si comandada, viu, de repente, as senegalesas com um ímpeto atacante avassalador, chegando a aproximar-se do marcador. Todavia, enquanto do seu banco as alternativas eram escassas, assim como o factor motivacional e a lucidez das suas jogadoras, o treinador angolano permitia-se levar a cabo uma série de mutações no seu xadrez, entretanto, sem baixar a qualidade do jogo. E, neste aspecto, Aníbal Moreira foi realmente feliz, uma vez que Luísa Tomás, Ângela Cardoso, esta particularmente na tabela, e Nadir Manuel foram um valor acrescentado muito valioso.
Quanta emoção
Quando Ndeye Sene, com um triplo, fez 41-41, à beira do intervalo, deixando o pavilhão em êxtase, terá ocorrido, nalgumas hostes, que finalmente o Senegal acordara e que a partir dessa altura o leão rugiria de verdade. Nada disso! É verdade que o empate (45-45) no final da primeira parte baralhou um pouco as angolanas, receando uma reviravolta. Porém, foi um sucesso efémero para o Senegal, dado que Angola se recompôs e de novo tomou conta do desafio, com um jogo completamente aberto para o ataque.
Aníbal Moreira sabia que, actuando desta forma, podia correr sérios riscos, considerando a imprevisibilidade das senegalesas, mas também estava seguro porque, nas quatro linhas, a capacidade das adversárias estava claramente diminuído. Incansáveis e mais expeditas, as angolanas, a cada instante, iam buscar forças não se sabe onde, emprestando ao seu jogo uma alegria fora de série. Por isso, quanto mais a partida se aproximava do seu final mais evidente era o triunfo angolano.
No momento de gerir o tempo, mesmo sem o Senegal atirar a toalha ao chão, jogadoras mais novas como Eusébia da Silva já deixavam escorrer no rosto lágrimas de uma vitória que só estava à espera da buzina para a sua certificação. Viviam-se momentos verdadeiramente emocionantes, com um barulho ensurdecedor no pavilhão. É que, para os malianos, perdida a corrida para o título nas meias-finais, que ganhassem todos, menos o Senegal. E era assim que se festejava a grande conquista de Angola e a sua vingança diante de um adversário que caiu sem argumentos.
Sónia Guadalupe teve um registo de 23 pontos, Nacissela Maurício 12 e Luísa Tomás 10, enquanto, do lado senegalês, realce para os 14 pontos de Marye Sy e 10 de Ndeye Ndiaye.
Selecção nacional regressa ao Maputo
SEM ter podido viver as emoções da grande final do Afrobásquete Mali-2011, em virtude de ter viajado domingo à noite para Nairobi, a selecção nacional desembarca esta manhã no Aeroporto Internacional do Maputo, levando na bagagem o quinto lugar – melhor que o sexto de há dois anos, em Antananarivo.
Durante a primeira fase, a turma moçambicana, recorde-se, venceu, sucessivamente, Costa do Marfim, RD Congo e Tunísia, tendo a carreira vitoriosa sido interrompida com uma derrota diante do Mali. A fechar o ciclo, “esmagou” o Gana.
Entrando para a etapa decisiva, Moçambique não foi além dos quartos-de-final, ao perder perante a Nigéria. Nas classificativas, ganhou à RD Congo e aos Camarões, ficando assim no quinto posto.
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