AFROBÁSQUETE MALI 2011- Que sofridíssimo quinto lugar
UFF! Mesmo quando luta pelos lugares de menor importância esta selecção não consegue nos livrar de um possível ataque cardíaco. O quinto lugar na classificação geral do Afrobásquete Mali-2011 foi conseguido de forma surpreendentemente sofrida, diante dos Camarões, ao cabo de uma apertada vitória pela marca de 68-67.
É verdade que razões absolutas para festejos neste campeonato pertenceram àquelas selecções que ontem à noite subiram ao pedestal do pavilhão do Estádio 26 de Março, em Bamako, para receberem medalhas. No entanto, e porque cada um na vida tem as suas razões para sorrir ou para chorar, não foi sem razão que as nossas atletas exultaram de alegria, quando soou a buzina, com apenas um ponto de vantagem. Estava, pois, superada a sexta posição alcançada há dois anos, em Madagáscar, o que, podendo ser insignificante aos olhos de muita gente, é para elas fruto de muito suor no epílogo de uma prova em que somente baquearam frente às melhores formações do continente.
No sábado, Moçambique foi implacável ante a RD Congo, ganhando por 84-60, numa partida em que Ana Flávia Azinheira e Ruth Muianga puxaram da sua sóbria experiência para a construção de uma vitória que constituía o princípio da perseguição do quinto posto. Com Deolinda Gimo sem poder alinhar devido a lesão e Deolinda Ngulela visivelmente diminuída fisicamente, mas mesmo assim a oferecer o seu saber à equipa, também a infalível Leia Dongue esteve em plano de destaque, tal como Anabela Cossa e Odélia Mafanela.
Mas ontem, senhoras e senhores, no pavilhão do Estádio Modibo Keita, a tarde pertenceu inteiramente a Anabela Cossa, com lançamentos triplos que acabaram sendo determinantes para o triunfo, muito embora tenha sido bastante sofrido e periclitante nos segundos finais, dada a condescendência defensiva da nossa equipa, situação bem aproveitada pelas camaronesas para uma ameaça que chegou a gelar as hostes moçambicanas, sobretudo porque, no dia anterior, diante da Costa do Marfim, os Camarões haviam obtido uma vitória, com um triplo, mesmo sobre a buzina.
Estávamos todos nós descansados, julgando que se trataria de “favas contadas”, particularmente quando a diferença chegou aos 14 pontos. E esta tese era sustentada pela forma pragmática como a equipa desenvolvia o seu fio de jogo ofensivo, com Anabela, Ana Flávia e Leia – a despeito desta mostrar-se claramente exausta - a darem sequência positiva à inteligência colocada em campo por Deolinda Ngulela, que a pé coxinho ia revelando a sua galhardia.
Entretanto, embora tudo estivesse a correr bem, Moçambique não conseguia, inexplicavelmente, segurar com determinação a vantagem que ia construindo. Vai daí, os Camarões, inconformados com o rumo dos acontecimentos e vendo que era possível discutir o jogo até à última gota de sangue, empertigaram-se e foram explorando algumas fraquezas defensivas das nossas atletas para se aproximar no marcador. Para tanto, terá contribuído de forma decisiva a acção de Priscilla Ndiandja, que rivalizava com Anabela nos lançamentos a partir dos 6.25 metros.
É verdade que razões absolutas para festejos neste campeonato pertenceram àquelas selecções que ontem à noite subiram ao pedestal do pavilhão do Estádio 26 de Março, em Bamako, para receberem medalhas. No entanto, e porque cada um na vida tem as suas razões para sorrir ou para chorar, não foi sem razão que as nossas atletas exultaram de alegria, quando soou a buzina, com apenas um ponto de vantagem. Estava, pois, superada a sexta posição alcançada há dois anos, em Madagáscar, o que, podendo ser insignificante aos olhos de muita gente, é para elas fruto de muito suor no epílogo de uma prova em que somente baquearam frente às melhores formações do continente.
No sábado, Moçambique foi implacável ante a RD Congo, ganhando por 84-60, numa partida em que Ana Flávia Azinheira e Ruth Muianga puxaram da sua sóbria experiência para a construção de uma vitória que constituía o princípio da perseguição do quinto posto. Com Deolinda Gimo sem poder alinhar devido a lesão e Deolinda Ngulela visivelmente diminuída fisicamente, mas mesmo assim a oferecer o seu saber à equipa, também a infalível Leia Dongue esteve em plano de destaque, tal como Anabela Cossa e Odélia Mafanela.
Mas ontem, senhoras e senhores, no pavilhão do Estádio Modibo Keita, a tarde pertenceu inteiramente a Anabela Cossa, com lançamentos triplos que acabaram sendo determinantes para o triunfo, muito embora tenha sido bastante sofrido e periclitante nos segundos finais, dada a condescendência defensiva da nossa equipa, situação bem aproveitada pelas camaronesas para uma ameaça que chegou a gelar as hostes moçambicanas, sobretudo porque, no dia anterior, diante da Costa do Marfim, os Camarões haviam obtido uma vitória, com um triplo, mesmo sobre a buzina.
Estávamos todos nós descansados, julgando que se trataria de “favas contadas”, particularmente quando a diferença chegou aos 14 pontos. E esta tese era sustentada pela forma pragmática como a equipa desenvolvia o seu fio de jogo ofensivo, com Anabela, Ana Flávia e Leia – a despeito desta mostrar-se claramente exausta - a darem sequência positiva à inteligência colocada em campo por Deolinda Ngulela, que a pé coxinho ia revelando a sua galhardia.
Entretanto, embora tudo estivesse a correr bem, Moçambique não conseguia, inexplicavelmente, segurar com determinação a vantagem que ia construindo. Vai daí, os Camarões, inconformados com o rumo dos acontecimentos e vendo que era possível discutir o jogo até à última gota de sangue, empertigaram-se e foram explorando algumas fraquezas defensivas das nossas atletas para se aproximar no marcador. Para tanto, terá contribuído de forma decisiva a acção de Priscilla Ndiandja, que rivalizava com Anabela nos lançamentos a partir dos 6.25 metros.
Verdade seja dita: a crença, a entrega e o nunca virar a cara à luta evidenciados pelas camaronesas acrescentou muitos pólos de atracão à partida, sobretudo na ponta final quando, no quarto período, saíram de 11 pontos de desvantagem para apenas um (66-65). As preocupações nas hostes moçambicanas vieram ao de cima. Algum improviso à mistura, fruto do nervosismo que se tinha apossado das jogadoras, mas aí o técnico Carlos Alberto Niquice soube ler os factos e inteligentemente encontrar as alternativas viáveis: Anabela, Ana Flávia e Deolinda Ngulela, sobretudo estas, para a partir da sua inspiração fazer a diferença na altura do xeque-mate.
E é preciso reconhecer que custou muito, pois mesmo quando Anabela, com um triplo, aparentemente tinha resolvido a questão, as camaronesas não se deixaram abater, tendo sido necessário “queimar” os derradeiros segundos com uma certa manha, porque o perigo de uma reviravolta no marcador permanecia iminente.
Alinharam e marcaram: Valerdina Manhonga (4), Deolinda Ngulela (5), Ana Flávia Azinheira (12), Anabela Cossa (24), Cátia Halar (2), Filomena Micato (0), Leia Dongue (13), Ruth Muianga (4), Ondina Nhampossa (2) e Odélia Mafanela (2).
Entretanto, a selecção nacional deixou ontem à noite Bamako rumo a Nairobi, onde passará todo o dia de hoje, devendo desembarcar em Maputo esta manhã. Na capital maliana permanecem as homenageadas Esperança Sambo e Aurélia Manave, que ontem viveram a final do Afrobásquete Mali-2011 com alguma nostalgia, pois, como sempre diziam “só apetece estar lá dentro”.
Alexandre Zandamela
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