Africa Basquetebol

04 outubro 2011

ANGOLA : Movimento espontâneo prepara mega recepção ás campeãs africanas

A Selecção Nacional sénior feminina de basquetebol, que domingo último se sagrou campeã africana da categoria, ao derrotar na final a forte selecção do Senegal, por 62-54, no Pavilhão 26 de Março de Bamako, Mali, chega amanhã ao país, por volta das 12h00. O Movimento Nacional Espontâneo (MNE), agora liderado por Job Capapinha, que substituiu no cargo Justino Fernandes, ex-presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), vai organizar uma mega passeata a fim de tributar uma calorosa recepção à Selecção Nacional, que de forma brilhante arrebatou o seu primeiro título africano e, consequentemente, o apuramento aos Jogos Olímpicos de Londres, competição a ser disputada em 2012.

Apesar de ter chegado tarde à competição, as pupilas de Aníbal Moreira, que além das suas adversárias enfrentaram o problema da altitude, conseguiram ainda, durante a fase preliminar da XXII edição do Afrobasket, estabilizar o seu jogo. Aliás, depois de afastar na final o país anfitrião, Mali, os índices de motivação subiram bastante no seio das jogadoras.
E contra a selecção do Senegal, conjunto com o qual a Selecção Nacional tinha perdido a final dos Pan-africanos de Maputo, as pupilas de Aníbal Moreira conseguiram realizar a tão esperada desforra, para alegria do povo angolano, que há muito almejava o título africano.O basquetebol feminino torna-se a primeira modalidade colectiva a apurar-se directamente para os Jogos Olímpicos de Londres.

Ministro felicita título africano

O ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, felicitou no domingo, em San Juan (Argentina), a Selecção Nacional sénior feminina de basquetebol pela conquista do título de campeã africana, que venceu na final o Senegal por 62-54, competição que decorreu em Bamako, capital do Mali.
Em declarações à Angop, em San Juan, o membro do Executivo afirmou que este título é fruto de muito empenho e dedicação das atletas e equipa técnica, que mais uma vez projectaram bem alto o nome de Angola.“Temos de estar felizes porque é uma grande satisfação este título, por sinal o primeiro conquistado por estas meninas que merecem todo o nosso carinho e afecto”.
Para o governante, esta conquista tem um sabor especial, visto que no decorrer da semana o desporto angolano teve um momento de tristeza pela má prestação da selecção nacional sénior masculina de hóquei em patins no campeonato do mundo, que decorreu em San Juan, onde Angola ficou na 11ª posição.Este título, salientou, é mais uma clara demonstração que a jovem mulher angolana, apesar de algumas dificuldades, tem vindo a crescer consideravelmente.
Gonçalves Muandumba disse que aquando da partida da selecção nacional para Bamako, as jogadoras prometeram surpresas na competição e a melhor forma de o fazer foi conquistar o título que serve também de reflexão para toda a família do desporto, em particular a do basquetebol.Com este título, Angola garante presença, pela primeira vez, nos Jogos Olímpicos.

Título para reflectir!

Depois do país ter vivido, recentemente, a perda do título africano a nível dos seniores masculinos, após duas décadas e meia de domínio absoluto, aliado à má campanha da Selecção Nacional de hóquei em patins, que na cidade de San Juan, Argentina, não conseguiu melhorar o sexto lugar da edição passada, eis que o povo angolano voltou a sorrir domingo último, com a consagração da Selecção Nacional sénior feminina de basquetebol, que, em pleno Pavilhão 26 de Março de Bamako, vergou na final a sua similar do Senegal, por 62-54.
O terceiro lugar alcançado em 2009, no Campeonato Africano das Nações, realizado em Antananarivo, capital malgaxe, ao que tudo indica, não terá representado nada para a direcção da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), liderada por Gustavo Vaz da Conceição.Senão vejamos.
Depois do seleccionador nacional, Aníbal Moreira, ter manifestado publicamente os objectivos do cinco nacional – quer nos Jogos Pan-africanos, competição disputada na capital moçambicana, quer no Afrobasket do Mali, que passava pela conquista dos lugares cimeiros, a verdade é que a direcção da FAB não levou em consideração o plano de preparação previamente delineado pela equipa técnica nacional, que tinha agendado um estágio pré-competitivo no Brasil, antes dos dois compromissos internacionais.
As baterias foram centralizadas para as selecções masculinas, no caso, as selecções A e B, ao passo que as senhoras foram mais uma vez esquecidas. Com ausência de jogos de controlo no exterior do país, a Selecção Nacional foi obrigada a efectuar partidas com equipas masculinas de cadetes de algumas agremiações da capital do país.
Apesar da preparação “atribulada” que a Selecção Nacional teve, as senhoras conseguiram um brilhante segundo lugar nos X Jogos Pan-africanos de Maputo e no domingo conquistaram o primeiro título africano para o país. Por via disso, o combinado nacional estará pela primeira vez na maior cimeira desportiva do mundo (Jogos Olímpicos de Londres). Portanto, o título africano conquistado pelas nossas senhoras deve servir de reflexão, de modo a mudarmos o quadro actual do basquetebol feminino em Angola, que se abeira da extinção.