MOÇAMBIQUE : "Tricolores" campeões nacionais
A EQUIPA sénior masculina de basquetebol do Maxaquene foi coroada na noite do último sábado como bicampeã nacional ao vencer o Desportivo, por 99-84, na segunda final do “play-off”. Após soar a apitadela final viveu-se um momento de grande festa no pavilhão do Maxaquene que esteve completamente lotado. O triunfo dos “tricolores” não sofre qualquer tipo de contestação. Veio apenas confirmar a supremacia apresentada na primeira partida do “play-off”, realizada na sexta-feira, em que haviam triunfado igualmente, mas por 93-91.
Se no primeiro duelo o equilíbrio foi a nota dominante até aos últimos segundos, ao segundo embate a balança desequilibrou-se no quarto e último período. A formação “tricolor” conseguiu fazer 34 pontos contra 28 dos “alvi-negros”, uma margem de seis pontos, suficientes para encetarem uma fuga vitoriosa que lhe valeram o “canecão”.
O jogo começou a todo o gás com as duas equipas a procurarem jogar na ofensiva. Mas pecavam pela ineficácia em baixo da tabela. Neste aspecto, Kim Adam, um dos dois americanos do Maxaquene ia desperdiçando pontos atrás de pontos. Do lado do Desportivo, o cenário era ainda mais preocupante. Vivia muito às custas dos raides de Pio Matos que fazendo uso da sua rapidez e bom controlo de bolo abria espaços para as finalizações de Sete Muianga, que tendo começado bem foi perdendo fôlego de período em período. Devido a essa falta de clarividência na hora de acertar com o cesto, os primeiros dez minutos foram muito pouco produtivos (13-17) a favor dos “tricolores”.
Na etapa subsequente, o jogo cresceu de ritmo e a emoção tomou conta das cerca de quatro mil pessoas que preenchiam as bancadas do pavilhão do Maxaquene, que tem uma capacidade para cinco mil lugares. No rectângulo do jogo, os protagonistas do espectáculo estavam mais ágeis. Augusto Matos, Sete Muianga e Pio Matos faziam acreditar aos adeptos “alvi-negros” que era possível virar ganhar o jogo e adiar a decisão do título para o próximo sábado. Mas por outro lado, estava uma turma “tricolor” disposta em terminar a noite de sábado em festa. Cameron Echols, Sílvio Letela, Kim Adam e Nandinho eram os “tentáculos” do conjunto e souberam sempre manter a cabeça no lugar mesmo quando as coisas não corriam bem. O facto é que no final do segundo período (entrada para o intervalo), as duas equipas apontaram 21 pontos, embora na contabilidade geral fosse favorável ao Maxaquene (38-34).
Estava tudo aberto para os períodos subsequentes. Os espectadores, que iam curtindo a dança animada dos “Tofo-Tofo”, estavam ávidos em saber como iriam decorrer os 20 minutos, tempo que no basquete é uma eternidade.
(C.Bila)VIZINHO NÃO PERDOA VIZINHO
Embora o Desportivo tenha entrado melhor graças ao grande espírito de luta dos irmãos Matos, foi o Maxaquene que se apresentou mais estável e inspirado. Começou o show dos americanos, Cameron e Kim, com este último a fazer alguns “smaches” que quase deitavam abaixo o pavilhão, dado o barulho ensurdecedor que se fazia sentir. Sílvio Letela com alguns triplos e concretizações categóricas na tabela catapultou os “tricolores” para um convincente triunfo.
No final do terceiro período, o marcador registava 65-56 e já havia sinais de festa. A diferença de nove pontos permitia gerir os derradeiros dez minutos e quiçá aumentar ainda mais o “score”.
NANDINHO EM GRANDE
A excelente prestação de Nandinho no último período fez valer aquela máxima “Os grandes jogadores aparecem em momentos decisivos”. O base-extremo arrancou para uma exibição de luxo e tirou ao Desportivo a possibilidade de reacção. Com assistências primorosas e cestos só ao alcance dos super-dotados, Nandinho levou o pavilhão do Maxaquene à loucura. Foi o melhor com 24 pontos. A sua bela contribuição colocou a sua equipa quase na fasquia dos 100 pontos.
Mas no final a vitória foi a mais saborosa pois pela segunda vez consecutiva os comandados de Inak Garcia erguerem o canecão.
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