MOÇAMBIQUE : RETROSPECTIVA-2006 : As inevitáveis e briosas meninas da bola-ao-cesto
JÁ estamos no novo ano! Hoje é o segundo dia de 2007. Dia da ressaca depois da recepção festiva deste novo ciclo de 365 dias. Enquanto ainda perspectivamos, sob todos os ângulos, o que efectivamente será este ano, as nossas reminiscências em relação a 2006 estão bem fresquinhas. A par do que de extraordinário nos trouxe o hóquei em patins, com a conquista do Campeonato Mundial do Grupo "B", assim como o desencanto face aos insucessos registados no futebol, as inevitáveis meninas da bola-ao-cesto, uma vez mais, não deixaram os seus créditos por mãos alheias, nas diversas frentes internacionais a que foram chamadas, prenunciando um 2007 coroado de êxitos, se tivermos em linha de conta os Jogos Africanos da Argélia e o Afrobásquete do Senegal, duas competições de importância transcendental e em que, indubitavelmente, serão sérias candidatas à medalha de ouro.
Maputo, Terça-Feira, 2 de Janeiro de 2007:: Notícias
Depois de, no final de 2005, a Selecção Nacional de Basquetebol Feminino ter arrebatado o terceiro lugar no "Africano" de Abuja, no ano ora findo, logo em Março, a maior novidade se chamou Jogos da Commonwealth, em Melbourne, na Austrália, onde a modalidade se estreava neste fórum que aglutina os países de expressão inglesa. Sem as "americanas", à semelhança do que havia sucedido na Nigéria, as comandadas de Nelson Isley e Nazir Salé – das experientes Nádia Rodrigues, Rute Muianga, Iracema Ndauana e Ondina Nhampossa às novatas Anabela Cossa, Vaneza Júnior, Deolinda Gimo e Amélia Macamo – enfrentaram um mundo completamente novo, do ponto de vista de adversárias.
É que, excepção feita à Nigéria, que haviam defrontado em Abuja, o resto eram selecções doutros continentes, casos das anfitriãs australianas, Nova Zelândia, Inglaterra, Malásia, Índia, Malta, numa prova em que a turma moçambicana surpreendeu pela positiva. É verdade que certos círculos tinham colocado a fasquia demasiada alta, baseando-se no mero empirismo, porém, no terreno, a realidade foi outra: não deslumbramos, mas não fomos os "bombos da festa". Antes pelo contrário, um time que mereceu rasgados elogios de diversos quadrantes, pela qualidade de jogo que exibiu, perante algumas atletas que actuam no profissionalismo do "Planeta do Básquete", a WNBA.
Mas, se a nível do grupo de países da língua de Shakespeare voltamos sem nenhuma medalha, já no de Luís Vaz de Camões as nossas meninas foram espectaculares. Na primeira edição dos Jogos da Lusofonia, em Macau, a turma moçambicana espalhou o seu charme, conquistando a medalha de ouro, com duplo triunfo sobre o seu principal, rival, Portugal. Desta feita encabeçada pelo espanhol Alberto Blanco, coadjuvado por Armando Meque, a equipa protagonizou uma carreira invicta, não tendo restando dúvida a ninguém sobre a sua eficácia.
Logo a seguir a Macau, as principais formações do país, Ferroviário e ISPU, disputaram a fase final da Taça dos Campeões de África, no Gabão. As "locomotivas" foram mais longe, chegando à final, onde perderam com as angolanas do 1º de Agosto, novas campeãs continentais.
NOVINHAS E... ARROJADAS
Maputo, Terça-Feira, 2 de Janeiro de 2007:: Notícias
Não coube somente às mais velhas a missão de prestigiar o país além-fronteiras. As mais novinhas, as Sub-20, foram de um arrojo fora de série. Primeiro, foi na Namíbia, nos Jogos da Zona VI/SADC, onde, a par da certeza Deolinda Gimo e da "americana" Ilda Chambe, as revelações foram Janete Monteiro, Esmeralda Casimiro, Odélia Mafanela e Gracinda Bucar. Treinada pela dupla Nazir Salé/Simão Mataveia, a equipa distribuiu autênticas "cabazadas" a todas as adversárias, incluindo as angolanas, “a priori” vistas com probabilidades de travar o ímpeto moçambicano.
Foi um bom ponto de partida para o Campeonato Africano que teria lugar em Maputo. A selecção não sofreu alterações de vulto, senão a sentida ausência de Ilda e as entradas das craques Anabela Cossa e Vaneza Júnior. Durante a primeira fase, foram apenas vitórias, sucessivamente sobre África do Sul, Senegal, Mali e Angola. Nas meias-finais, diante das sul-africanas, novo triunfo. Na final, aí já foi o desencanto. As malianas foram francamente superiores e levaram consigo o troféu, qualificando-se, consequentemente, para o "Mundial"-2007, em Moscovo.
O ano basquetebolístico, em femininos, conhece o seu epílogo mesmo nas vésperas do Natal, com o Campeonato Nacional. Ferroviário de Maputo renova o título, após derrotar na final o rival ISPU por 77-60, numa prova em que igualmente tomaram parte Maxaquene, terceiro classificado, Desportivo, Ferroviários da Beira e de Nampula, Francisco Manyanga de Tete e Quelimanenses.
No sector masculino, as participações internacionais resumiram-se aos Sub-20. A selecção treinada por Horácio Martins esteve nos Jogos da Namíbia, regressando sem quaisquer motivos para festejar. Seguiu-se o "Africano" de Sub-18, em Durban, África do Sul, igualmente sem glória.
Mas glorioso foi o Campeonato Nacional de Seniores, realizado na Beira, com o Pavilhão dos Desportos local a registar, diariamente, enchentes invulgares. Tal como havia acontecido no ano anterior, Ferroviário e Maxaquene foram os finalistas, tendo os "locomotivas" conquistado a medalha de ouro. Ferroviário da Beira, terceiro lugar, Académica de Maputo, Costa do Sol, Desportivo das Beira, Sports Club de Chimoio, ISPU de Quelimane, Pastelaria Universal de Inhambane e Académica do Songo, foram os outros participantes na competição.
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