Africa Basquetebol

02 fevereiro 2015

MOÇAMBIQUE : Promessas, historial e humor na apresentação “canarinha”

HOUVE um bocado de tudo na apresentação, sábado, da equipa de basquetebol sénior feminina do Costa do Sol, onde os destaques foram os oitos reforços que darão certamente outro alento à colectividade na presente época.
O momento alto da cerimónia, que decorreu na sede do clube (Matchiki Tchiki), foi a apresentação das atletas de reconhecida qualidade, nomeadamente Deolinda Ngulela, Deolinda Gimo, Ilda Chambe, Valerdina Mahonga, Katia Halar, Filomena Micato, Elizabeth Pereira e Maria Eduarda.
Só para elucidar o grandioso investimento da direcção “canarinha” no basquetebol, basta frisar que há quatro campeãs africanas nesta lista, são elas: Deolinda Ngulela, Valerdina Manhonga, Filomena Micato e Katia Halar, sendo que Deolinda Gimo e Ilda Chambe são jogadoras da selecção e marcaram presença no Mundial da Turquia. Face a este leque brilhante, os objectivos competitivos das “canarinhas” colocam-se ao mais alto nível, ou seja, propõem-se a atacar todos os troféus na cidade de Maputo e a sagrarem-se campeãs nacionais.
Após o momento da assinatura de contratos, as atletas prometeram dar tudo para colocar as cores do clube no topo do pódio nacional. Aliás, houve entre as duas partes, direcção e atletas, uma espécie de pacto de trabalho conjunto. Foram unânimes em afirmar que é preciso haver um trabalho coordenado para se atingir o sucesso.
Antes desse momento, houve espaço para “beber”, através de uma figura incontornável do clube, João Raúl, um bocado daquilo que é o historial do Costa do Sol e das conquistas. Enaltecendo a grandeza da colectividade, o secretário-geral quis incutir nas atletas um espírito vencedor.
O animador e comediante Ringue-Ringue também foi convidado a fazer parte do encontro e brindou aos presentes com o seu bom humor. Numa das suas intervenções, e de uma forma mais humorada (como só ele sabe fazer), transmitiu às jogadoras uma mensagem que todos os desportistas que tencionam atingir resultados positivos devem seguir ao dizer que a vida nocturna não se compadece com atletas que querem conquistar títulos.     
PLANTEL DO COSTA DO SOL
Reforços: Elizabeth Pereira (ex-Liga), Eduarda Chongo “Duda” (A Politécnica), Deolinda Gimo (ex-Ferroviário), Deolinda Ngulela (ex-Liga), Filomenta Micato (ex-Liga), Katia Halar (ex-Liga)
Valerdina Mahonga (ex-Liga) e Ilda Chambe (ex-A Politécnica)
Transitam: Bendita Muchave, Katia Samo, Sandra Mutemba, Yolanda Chilaúle, Tânia Chiúle
Fatima Paquira e Raima Domingos Manjate
Equipa técnica
Treinadora e atleta - Deolinda Ngulela
Jaime Macabe - treinador adjunto
Lutar pelos lugares do pódio - Deolinda Gimo
“O QUE me fez assinar pelo Costa do Sol é o facto de ser um dos maiores clubes do país e pelo projecto apresentado no basquetebol”, disse Deolinda Gimo.
Acrescenta que o facto de terem rumado para a equipa “canarinha” jogadoras que bem conhece foi também uma motivação. “Muitas de nós estava sem clube. São jogadoras que conheço, jogamos juntas na selecção e vim praticamente encontrar uma família aqui”, avançou.
A poste diz ter ficado com uma boa impressão do clube, na forma como foram recebidas pela direcção e prometeu aplicar-se para levar a equipa aos lugares do pódio.
Vamos dar o máximo - Deolinda Ngulela, treinadora-jogadora
“GARANTO que não será fácil vestir a pele de treinadora e jogadora. É uma nova fase da minha carreira e para me adaptar a ela precisarei de tempo”, afirmou Deolinda Ngulela, treinadora e jogadora do Costa do Sol.
Acrescenta que as coisas terão de ser feitas gradualmente. “Temos de ir com calma. Será preciso familiarizar-me com esta nova experiência, que as jogadoras se familiarizem aos novos conceitos e que se ambientem a mim, nesta minha posição de líder”, disse.
A treinadora-jogadora agradeceu a confiança depositada pela equipa técnica. “Quero agradecer a direcção e vamos dar o nosso máximo para justificar esse investimento. Acredito que a direcção não se vai arrepender”, arrematou.  
Deolinda Ngulela afirma que irá incutir um espírito ganhador às suas pupilas. “Vou pedir às jogadoras que dêem o seu melhor. Quero que as mais novas atinjam o nível das mais experientes. Vamos lutar para ter uma equipa cada vez mais competitiva, porque sempre me habituei ao longo da minha carreira a ganhar tudo”, sentenciou.
Trabalho para vencer- Valerdina Mahonga
“AO longo da minha vida como jogadora de basquetebol sempre trabalhei para vencer e é com esta vontade e atitude que me vou apresentar no Costa do Sol a cada treino, a cada jogo”, palavras de Valerdinha Mahonga.
Valerdina disse que o facto de conhecer as jogadoras (colegas de selecção e de equipa) e ser um clube que conhece a motivaram a aceitar o convite da direcção.
Convidada a dar a sua opinião sobre a nova página que se abre na vida de Deolinda Ngulela como treinadora, ela foi peremptória em responder. “A nova treinadora é uma líder. Nos treinos da equipa e da selecção por vezes teve de fazer esse papel e sempre conseguiu segurar a equipa”, reconheceu.
Atingir uma posição privilegiada- Amosse Chicualacuala, presidente do Costa do Sol
“É NOSSA intenção atingir uma posição privilegiada no basquetebol nacional. Este ano o clube completa 60 anos, queremos que seja de muito sucesso e por isso decidimos apostar nestas atletas que achamos terem capacidade para ajudarem a elevar a imagem do clube”, afirmou Amosse Chicualacuala, presidente do Costa do Sol.
Chicualacuala diz que a aposta no basquetebol faz parte de um projecto bastante ambicioso, através do qual o clube pretende dar enfâse ao desporto no seu todo e não se centrar apenas no futebol, para onde as atenções estão mais viradas.  
“Assumimos que o básquete é uma modalidade que precisa de ser acarinhada, pois é também uma forma de praticar desporto. Queremos que as pessoas que gostam de basquetebol o façam livremente e que se juntem a este projecto. Em tempos esta modalidade foi uma referência, assim como foram outras modalidades, como o andebol e o hóquei. É nosso desejo que o Costa do Sol volte a constar entre as colectividades mais cotadas a nível nacional”, arrematou.
Para já, o presidente dos “canarinhos” não assume a conquista do título da cidade de Maputo e o “Nacional” como objectivo número um. “O grupo é novo e irá precisar de uma fase de adaptação. Vai ter de ir adquirindo a cada treino e jogo o espírito de entreajuda e de sacrifício. Por isso, seria prematuro assumir a candidatura do título. Posso dizer que vamos lutar pelos lugares cimeiros”.
Apesar de contar com um leque de jogadoras de elevado nível, o dirigente aponta o empenho e dedicação como o segredo para o sucesso. “Queremos transmitir às jogadoras que os títulos não se fazem das coisas boas do passado e muito menos de nomes. É preciso haver trabalho”, frisou. 
Ngulela apresentada treinadora-jogadora
O ANÚNCIO de Deolinda Ngulela como treinadora da equipa de basquetebol sénior feminina do Costa do Sol foi a grande surpresa da apresentação do plantel.
A base, que acumulará esta sua nova função com a de jogadora, inicia assim uma nova fase da sua rica carreira como basquetista.
Amosse Chicualacuala, presidente do Costa do Sol, a quem coube a missão de anunciar a nova treinadora, disse que esta é mais uma aposta na juventude, que se enquadra na filosofia da direcção de que é necessário dar espaço aos mais novos.
“No futebol vivemos uma situação igual. Confiamos a equipa principal de futebol a um técnico jovem. Fazemos, agora, o mesmo no basquetebol porque achamos que os mais novos também merecem a oportunidade de mostrar o seu valor. Se não abrirmos as portas para eles, nunca saberemos das suas capacidades como líderes”, arrematou.
IVO TAVARES