MOÇAMBIQUE : LIGA NACIONAL DE BASQUETEBOL: Ferroviário da Beira próximo da revalidação

O FERROVIÁRIO da Beira pode revalidar o título esta noite em caso de mais uma vitória sobre o seu homónimo de Maputo em mais um “play-off” da final da Liga Nacional de Basquetebol, a ter lugar no Pavilhão do Maxaquene, a partir das 20:00 horas. Os “locomotivas” beirense venceram na noite de ontem o primeiro “play-off” dos três previstos, por 72-62, facto que lhes coloca próximo do segundo título consecutivo.

Em caso de o Ferroviário da Beira sair derrotado do jogo, as duas equipas disputarão, este fim-de-semana, mais um “play-off” para o desempate.

Entretanto, o Desportivo e Costa do Sol jogam entre si para o apuramento do terceiro lugar, a anteceder o embate decisivo (18:00 horas).

Actuando diante do seu maior adversário deste campeonato, os beirenses tiveram mérito no seu sistema defensivo e na precisão no capítulo de finalização isso graças a excelente organização do jogo, com o norte-americano Kejuan Johson a revelar muito activo nas transições, abrindo os caminhos para que a equipa chegasse com frequência para a zona de finalização. A isso aliou-se a capacidade técnica dos jogadores mais destacados da equipa, com destaque para o também norte-americano Jeffrey Fahnbuller, que teve maior contribuição para a vitória confortável dos beirenses, com penetrações pelos extremos para o garrafão e com lançamentos certeiros dentro do grande círculo.

Não fica de lado Octávio Magoliço e Amando Batista, que, com Jeffrey Fahnbuller, se destacaram nas missões defensivas e ofensivas, revelando-se como sendo os jogadores mais experientes da equipa. Nota de realce vai igualmente para Ismael Nurmamad, que se revelou como sendo um dos jogadores mais jovens e talentosos dos beirenses, tendo sido o único jogador mais certeiro nos lançamentos triplos. Acertou três dois de seis, perfazendo 12 pontos, os mesmos que Amando Baptista. Por seu turno, Kejuan Johson, que foi o mais notável nos lançamentos triplos no jogo das meias-finais com o Desportivo, apenas acertou um de seis tentativas. Porém, foi excelente nos lançamentos livres e acertou algumas tentativas dentro do grande círculo, tornando-se no segundo melhor finalizador dos beirenses, com 15 pontos.

No princípio, ficou a impressão de o Ferroviário de Maputo estava em melhores condições de vencer a partida, mas acusou muito nervosismo e nessa altura os beirenses não tinham ainda acertado o passo, o que permitiu aos “locomotivas” da capital adiantar-se no marcador, vencendo o primeiro período à tangente (14-13). Os beirenses descobriram que o adversário não estava bem, com muitas perdidas de bola e falhas incríveis cometidos pelos jogadores mais preponderantes da equipa, nomeadamente Edson Monjane e Custódio Muchate. Pouco acertou nos lances livres de que beneficou. O Ferroviário da Beira acelerou o ritmo e foi rigoroso no seu sistema táctico, defendendo-se imprimindo maior velocidade no ataque. E colheu os frutos disso, adiantando-se no marcador ao fim do segundo período, ou seja da primeira parte, com 31 pontos contra 27 dos maputenses.

Os “locomotivas” da capital continuaram com os mesmos defeitos, o que permitiu que os beirenses ganhassem maior confiança, jogando ao seu belo prazer. Houve muito esforço dos maputenses em estabelecer a vantagem, mas os beirenses foram avassaladores e, com muito mérito, terminaram o terceiro período a vencer por 53-44.

Feito isso, assistiu a uma tentativa inglória do Ferroviário de capital de virar o rumo dos acontecimentos, mais a equipa não estava no seu melhor dia, com algumas ofertas ao adversário quando tentava a sair em contra-ataque. Edson Monjane foi o mais imperfeito do conjunto. Aliás, os beirenses souberam fazer a leitura do jogo do adversário, cortando as saídas do adversário e arrancando com muita rapidez para a zona do garrafão, e foram mais certeiros nos lançamentos para o “cesto”. Nesta fase de jogo, o norte-americano Kejuan Johson estava muito endiabrado, cumprindo muito bem o seu papel de armador de jogo, portanto organizando bem o ataque e fazendo devidamente as transições. Desse modo, o Ferroviário da Beira logrou os seus objectivos, vencendo o jogo por 72-62.

SALVADOR NHANTUMBO