MOÇAMBIQUE : LIGA NACIONAL DE BASQUETEBOL : Ferroviários na final
OS
Ferroviários de Maputo e da Beira vão disputar, a partir da
quinta-feira, os “play-offs” da final da Liga Nacional de Basquetebol,
após as vitórias ontem sobre o Costa do Sol e Desportivo,
respectivamente por 81-72 e 73-58.
A
final será disputada a melhor de três “play-offs”, sendo que o segundo
“play-off” jogar-se-á na sexta-feira, e, havendo necessidade de
desempate, far-se-á o terceiro no domingo.
DIGA-SE
em abono da verdade que ninguém dos que afluíram em número considerável
ao Pavilhão do Maxaquene sai arrependido pelo espectáculo produzido
pelas quatro equipas envolvidas nas meias-finais. Assistiu-se a dois
grandes jogos em que a incógnita prevaleceu até aos minutos cruciais,
sendo que decisão sobre os finalistas foi discutida, em ambos, até ao
último período.
O
Ferroviário de Maputo e o Costa do Sol foram os primeiros a entrarem em
cena e chegou-se a pôr em causa o favoritismo dos “locomotivas”, que
partiram para este encontro em vantagem em virtude de terem ganho o
primeiro “play-off” das meias-finais, entre ambos, no sábado, por 71-66.
Os “canarinhos” reivindicaram a possibilidade de puxar a disputa de
acesso à final para o terceiro (último) “play-off”, mas não conseguiram,
pois os “locomotivas” mantiveram firmes à frente do marcador até ao fim
dos 40 minutos regulamentares, tendo valido para este feito a maior
prestação de Custódio Muchate e Edson Monjane, que marcaram 20 pontos
cada, e Ermelindo Novela, que fez 19. O Ferroviário notabilizou-se pelo
conjunto, com Orlando Novela a revelar-se na armação do jogo, e Custódio
Muchate e Edson Monjane a destacarem-se nos ressaltos defensivos e
ofensivos, o que permitiu ao Ferroviário aumentar a vantagem à medida
que o tempo ia correndo.
Mas
encontrou uma forte oposição “canarinha”, que dispondo de um reforço
bastante tecnicista e finalizador nato de triplos, obrigou a
“locomotiva” a redobrar os esforços para travar a sua marcha. O poste
norte-americano Lamar Robson exibiu-se ao alto nível, com uma qualidade
técnica que elevou os ânimos do Costa do Sol, finalizando sete dos 15
lançamentos triplos, fazendo um total de 29 pontos. Também em evidência,
Sérgio Andrade, finalizou cinco lançamentos triplos de 11 tentativas,
perfazendo 19 pontos. Com este desempenho, o Costa do Sol adiantou-se no
marcador no segundo período (39-33), depois de perder no primeiro
(11-13). Impôs-se no terceiro, vencendo por (61-59), mas não suportou a
derradeira batalha, numa altura em que se assistia uma luta sem
precedentes entre Lamar Robson e o Edson Monjane, que deixou o
norte-americano sem campo de manobra. O Ferroviário conseguiu
adiantar-se novamente no marcador na primeira metade do último (quarto)
período, com a vantagem de sete pontos (73-66). O Costa do Sol ainda
tentou reposicionar-se, mas já era tarde, pois o Ferroviário não cedeu
até ao fim dos 40 minutos regulamentaras, fixando o resultado em 81-72.
FCHA TÉCNICA
ÁRBITROS: Abreu Muimua e Sello Chiau.
EQUIPAS INICIAIS
COSTA DO SOL: Alisio Machava, Isac Almoço, Helton Mazive, Miguel Bata e Lamar Robson.
FERROVIÁRIO DE MAPUTO: Edson Monjane, Luís Barros, Ermelindo Novela, Custódio Muchate e Orlando Novela.
FERROVIÁRIO DA BEIRA EXIBE CLASSE FRENTE AO DESPORTIVO
Quem
saiu mais feliz destas meias-finais será sido o Ferroviário da Beira,
que, com a vitória sobre o Desportivo marcou pela segunda vez
consecutiva a presença na final da Liga Nacional de Basquetebol.
Portanto, parte em busca do segundo título consecutivo e a exibição
demonstrada ontem não há dúvidas de que teremos uma final muito bem
renhida. Aliás, os “locomotivas” foram igualmente ao mercado externo
buscar duas pedras que se gabaram na decisão da qualificação dos
beirenses à final. Trata-se dos norte-americanos Kejuan Johson, um
excelente armador de jogo, mas poste Jeffrey Fahnbulleh, responsáveis
pela vitória tranquila dos beirenses. Johson foi notável em lançamentos
triplos, enquanto Fahnbulleh foi excelente no seu duplo papel, cobrindo a
zona de garrafão e aproveitando em grande percentagem os ressaltos
ofensivos. Foi assim que registou, na sua conta, 22 pontos, enquanto
Kejuan Johson contabilizou 19 pontos.
Aliás,
actuando com três postes, tendo Jeffrey como base, Octávio Magoliço e
Armando Baptista, pelos extremos, o Ferroviário da Beira teve tudo para
desfrutar dos melhores momentos, aliando o útil ao agradável. Foi por
essa razão que os “locomotivas” beirenses estiveram em todos momentos do
jogo à frente do marcador, apesar de muita resistência oferecida pelos
“alvi-negros”, com Pio Matos Júnior a puxar a equipa para a zona da
finalização e acabou sendo o melhor marcador da equipa, com 15 pontos. O
sul-africano Queetin Kalombo, contratado para dar mais-valia a equipa
“alvi-negra”, fez o que lhe convinha, mas pouco aproveitou os ressaltos
ofensivos e menos notabilizou também em missões defensivas. Mas teve
mérito nalgumas solicitações de Pio Matos sobre o garrafão, tendo por
isso sido o segundo finalizador da equipa, com 14 pontos. Augusto Matos,
que, com o irmão Pio Matos, já deu furor, estava um pouco fora dos seus
melhores dias, mas contribuiu com 13 pontos, permitindo que o
Desportivo não saísse deste embate desfigurado. Aliás, a estrutura
técnica e táctica da equipa beirenses, aliada a forte condição física
dos seus jogadores, superaram todo esforço dos “alvi-negros” de
equilibrar o jogo.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITROS: Artur Castro e Guidione Matsinhe.
EQUIPAS INICIAIS
DESPORTIVO: Anderson Macome, Augusto Matos, Isídio Zandamela, Pio Matos e Queetin Kalombo.
FERROVIÁRIO DA BEIRA: Armando Baptista, Ismael Nurmamad, Octávio Magoliço, Kejuan Johson e Jeffrey Fahnbulleh.
SALVADOR NHANTUMBO
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