AFROBÁSQUETE 2013 - Moçambique carimba passaporte para Abidjan

A SELECÇÃO Nacional de basquetebol em seniores masculinos qualificou-se, sábado, para o Campeonato Africano da modalidade (Afrobasket/Abidjan 2013) ao vencer, na final, a Zâmbia, por 78-38.

Com uma entrada à campeão, Moçambique “apagou” por completo a Zâmbia durante os primeiros seis minutos, período em que esteve a ganhar, por 14-0. A verdade é que esta entrada destemida do conjunto moçambicano foi fundamental para que terminasse em festa, pois adquiriu desde muito cedo a confiança necessária para assumir o controlo da partida de forma tranquila, embora em alguns momentos os zambianos tenham dado mostras de alguma recuperação, mas ante ao supremo poderio técnico e táctico, bem como ao melhor nível qualitativo dos basquetistas nacionais, os visitantes nunca conseguiram manter uma regularidade suficiente para passarem para frente marcador.
Nem no pior momento da equipa nacional, quando ficaram cerca de seis minutos do segundo período sem marcar, os zambianos foram capazes de provocar apuros, porque também durante esse período não conseguiram acertar com o cesto.
Se no primeiro período Moçambique tinha saído a vencer, por 21-11, no segundo, baixou o rendimento, marcou 13, contra 12 do adversário, estando o resultado ao intervalo favorável a equipa nacional, por 34-23.
Numa primeira parte de algum nervosismo da parte dos comandados de Milagre Macome, notório na hora de atirar ao cesto, Custódio Muchate era o mais lúcido, motivo pelo qual era o líder entres os marcadores com 10 pontos. Já Sílvio Letela, triplista de eleição, parecia estar com a mão trémula, pois em três tentativas viu a bola bater no espigão, assim como Fernando Manjate que tinha sérias dificuldades para encestar.
Bem melhor no início do terceiro período, tal como no primeiro, o combinado nacional entrou agressivo e pressionante em toda à largura da quadra, e voltou a ser superior e até a dar espectáculo com direito a jogadas de bel-efeito e um estupendo afundanço de Muchate. Fernando Majante e Samora Mucavel, que até então, não tinham aparecido começavam a justificar o porquê de defenderem as cores nacionais.
A grande exibição de Moçambique, no terceiro período, fez com que saísse a vencer, por 56-32, e catapultou a equipa para os últimos dez minutos que viriam a ser bem conseguidos, visto que a equipa moçambicana, não só conseguiu manter a vantagem, como elevou-a para uma vantagem na casa dos trinta, algo que ainda não tinha se visto. A dois minutos do fina, com a equipa moçambicana a vencer, por 69-36, já se fazia a festa nas bancadas, o apuramento para o Afrobasket não fugiria, nem por um milagre.
Confiante num desfecho de comemoração, Mila lançou Amarildo Matos, que mesmo lesionado, executou um triplo, participou na vitória de Moçambique, por 78-36.
Custódio Muchate foi o melhor marcador com 16 pontos apontados. Augusto Matos, também com uma excelente exibição, marcou 13.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Joyce Mucheno (Zimbabwe) e Watelizu Ficadu (Etiópia)
MOÇAMBIQUE: Fernando Manjate, Octavio Magoliço, Custódio Muchate, Augusto Matos e Pio Matos.
ZÂMBIA: Titus, Dava, Muleza, Cosa e Sikwa.

O público fez-se presente e vibrou

José Delfino: Agora é preciso pensar na preparação

“ENTRAMOS bem depois tivemos um a quebra, mas conseguimos controlar o jogo da melhor maneira e acabamos alcançado uma vitória incontestável”, José Delfino, seleccionador adjunto da Selecção Nacional.
Delfino enaltece o elevado empenho de todo os jogadores que dignificaram as cores nacionais da melhor forma. “Fizemos um bom jogo alternando os ataques organizados com os contra-ataques, fomos felizes nestes dois aspectos determinantes para a vitória de Moçambique”.
O técnico defende que agora é o momento de pensar na preparação para o Afrobasket. “Temos que começar a pensar no Afrobasket. O primeiro objectivo era garantir a qualificação, agora é preciso pensa seriamente na preparação que passa por jogos de controlo e estágios competitivos fora do país.”.
Questionado sobre qual o objectivo da equipa nacional na maior competição continental a nível de selecções, respondeu: “Melhorar a classificação no último campeonato africano (10º lugar) é o objectivo principal”.

• Ivo Tavares