AFROBÁSQUETE MALI 2011- Filhas de um deus menor
Acabou sendo um verdadeiro cataclismo o desfecho do lindo castelo construído pela selecção nacional no Afrobásquete Mali-2011. O sonho de pisar o pódio transformou-se ontem num autêntico pesadelo quando, quais filhas de um deus menor, as nossas jogadoras tiveram um estrondoso baque diante da Nigéria por 28 pontos (77-49).Maputo, Sábado, 1 de Outubro de 2011:: Notícias
Os prognósticos e conjecturas dando conta de nigerianas com evidentes sinais de exaustão, tal como terão feito entender nalguma partidas da primeira fase, caíram em saco roto. Ontem, no pavilhão do Estádio 26 de Março, em Bamako, e a contar para os quartos-de-final, elas foram uma equipa que em cada momento da contenda soube construir o que muito bem pretendia e lhe convinha, aproveitando até, em grande medida, o desespero que cedo se apossou das moçambicanas, as quais passaram a maior parte do desafio sem um fio de jogo vistoso e esclarecido.
Com as unidades nucleares praticamente ausentes e sem uma jogadora mais lúcida que pudesse controlar o nervosismo das colegas e impusesse alguma disciplina táctica, a nossa selecção não passou de um conjunto de atletas baralhadas, sem nexo e desestruturadas como equipa. E quando os argumentos escasseiam para discutir o jogo com frontalidade, normalmente recorre-se à falta. É que, se as nigerianas começaram a partida com um cumulativo de faltas muito grande e depois serenaram, as moçambicanas nunca conseguiram evitar o recurso à margem da lei, dando assim vantagem às adversárias, mercê do seu óptimo aproveitamento dos lances livres.
A título elucidativo, vejamos o seguinte: no primeiro período, Ruth Muianga chegou às três faltas; no segundo, foi Cátia Halar. Na etapa complementar do desafio, Ruth cometeu a quarta, cifra também atingida por Leia Dongue e Odélia Mafanela, habitualmente moças extrovertidas na sua forma de jogar, em particular a primeira, mas que assim se viram inibidas na determinação dos seus movimentos defensivos, acabando por perder muitos ressaltos.
A perder durante toda a partida, momentos houve em que a selecção logrou baixar a diferença drasticamente, por exemplo para um ponto (14-13 e 16-15), porém, foi uma ocasião efémera, dado que nunca conseguiu manter níveis exibicionais que pudessem pôr em causa o claro domínio da Nigéria. Por incrível que pareça, chegamos a viver situações de perdas de bola tão infantis que até nem pareciam as mesmas atletas que neste campeonato protagonizaram grandes “shows” referenciados pelos adversários e pela Imprensa local.
Com os factos certamente a ultrapassarem a sua capacidade de imaginação, pois terá sido surpreendido com tanto desequilíbrio na forma de actuar e essencialmente no marcador, o técnico Carlos Alberto Niquice, a confrontar-se igualmente com a acumulação de faltas, procurou rodar a equipa e colocar em campo uma estratégia defensiva mais pressionante sobre todas as jogadoras contrárias. Até certo ponto até funcionou plenamente, considerando que, por exemplo, no terceiro período o gráfico de concretização das nigerianas diminuiu, só que, para a triste sina do “mister”, as suas atletas também foram bastante fracas nesse aspecto.
Resultado: praticamente, a Nigéria não chegou a sentir o peso dessa fase, voltando a agigantar-se em todos os aspectos, mercê da perspicácia de Rashidat Sadiq e de Sarah Ogoke, aliada à exuberância na condução do jogo por parte de Onwude Cold, apesar dos fortes duelos travados com Valerdina Manhonga. Essencialmente, foi aqui onde as nigerianas marcaram a diferença: maior agressividade tanto a defender como a atacar e boa qualidade do seu basquetebol, a contrastar com alguma pasmaceira que caracterizou o jogo das moçambicanas, no seio das quais a combatividade esteve ausente - unidades habitualmente desequilibrados como Deolinda Ngulela, na organização do jogo, Leia Dongue e Deolinda Gimo, nas alturas, viram o seu poderio desbaratado, acabando por entrar na rotina de uma equipa longe dos seus pergaminhos.
Na bancada, as antigas estrelas Aurélia Manave e Esperança Sambo iam gritando e puxando pelas meninas, no entanto, o desacerto era tal que, já no quarto período, só um milagre poderia alterar o rumo dos acontecimentos, favorável a uma Nigéria que adoptou o esquema de “terra queimada”, isto é, fechar todos os passes, uma defesa agressiva e não oferecer tempo ao adversário para uma eventual passagem ao comando do marcador, nas situações em que este se aproximasse.
De novo as congolesas
Os prognósticos e conjecturas dando conta de nigerianas com evidentes sinais de exaustão, tal como terão feito entender nalguma partidas da primeira fase, caíram em saco roto. Ontem, no pavilhão do Estádio 26 de Março, em Bamako, e a contar para os quartos-de-final, elas foram uma equipa que em cada momento da contenda soube construir o que muito bem pretendia e lhe convinha, aproveitando até, em grande medida, o desespero que cedo se apossou das moçambicanas, as quais passaram a maior parte do desafio sem um fio de jogo vistoso e esclarecido.
Com as unidades nucleares praticamente ausentes e sem uma jogadora mais lúcida que pudesse controlar o nervosismo das colegas e impusesse alguma disciplina táctica, a nossa selecção não passou de um conjunto de atletas baralhadas, sem nexo e desestruturadas como equipa. E quando os argumentos escasseiam para discutir o jogo com frontalidade, normalmente recorre-se à falta. É que, se as nigerianas começaram a partida com um cumulativo de faltas muito grande e depois serenaram, as moçambicanas nunca conseguiram evitar o recurso à margem da lei, dando assim vantagem às adversárias, mercê do seu óptimo aproveitamento dos lances livres.
A título elucidativo, vejamos o seguinte: no primeiro período, Ruth Muianga chegou às três faltas; no segundo, foi Cátia Halar. Na etapa complementar do desafio, Ruth cometeu a quarta, cifra também atingida por Leia Dongue e Odélia Mafanela, habitualmente moças extrovertidas na sua forma de jogar, em particular a primeira, mas que assim se viram inibidas na determinação dos seus movimentos defensivos, acabando por perder muitos ressaltos.
A perder durante toda a partida, momentos houve em que a selecção logrou baixar a diferença drasticamente, por exemplo para um ponto (14-13 e 16-15), porém, foi uma ocasião efémera, dado que nunca conseguiu manter níveis exibicionais que pudessem pôr em causa o claro domínio da Nigéria. Por incrível que pareça, chegamos a viver situações de perdas de bola tão infantis que até nem pareciam as mesmas atletas que neste campeonato protagonizaram grandes “shows” referenciados pelos adversários e pela Imprensa local.
Com os factos certamente a ultrapassarem a sua capacidade de imaginação, pois terá sido surpreendido com tanto desequilíbrio na forma de actuar e essencialmente no marcador, o técnico Carlos Alberto Niquice, a confrontar-se igualmente com a acumulação de faltas, procurou rodar a equipa e colocar em campo uma estratégia defensiva mais pressionante sobre todas as jogadoras contrárias. Até certo ponto até funcionou plenamente, considerando que, por exemplo, no terceiro período o gráfico de concretização das nigerianas diminuiu, só que, para a triste sina do “mister”, as suas atletas também foram bastante fracas nesse aspecto.
Resultado: praticamente, a Nigéria não chegou a sentir o peso dessa fase, voltando a agigantar-se em todos os aspectos, mercê da perspicácia de Rashidat Sadiq e de Sarah Ogoke, aliada à exuberância na condução do jogo por parte de Onwude Cold, apesar dos fortes duelos travados com Valerdina Manhonga. Essencialmente, foi aqui onde as nigerianas marcaram a diferença: maior agressividade tanto a defender como a atacar e boa qualidade do seu basquetebol, a contrastar com alguma pasmaceira que caracterizou o jogo das moçambicanas, no seio das quais a combatividade esteve ausente - unidades habitualmente desequilibrados como Deolinda Ngulela, na organização do jogo, Leia Dongue e Deolinda Gimo, nas alturas, viram o seu poderio desbaratado, acabando por entrar na rotina de uma equipa longe dos seus pergaminhos.
Na bancada, as antigas estrelas Aurélia Manave e Esperança Sambo iam gritando e puxando pelas meninas, no entanto, o desacerto era tal que, já no quarto período, só um milagre poderia alterar o rumo dos acontecimentos, favorável a uma Nigéria que adoptou o esquema de “terra queimada”, isto é, fechar todos os passes, uma defesa agressiva e não oferecer tempo ao adversário para uma eventual passagem ao comando do marcador, nas situações em que este se aproximasse.
Num campeonato em que “todo o mundo” aposta mos verdadeiros colossos Senegal e Mali – tudo indica que a final, amanhã, será entre estas duas selecções – já era previsível que Moçambique, nos quartos ou nas meias-finais, se despedisse da competição, porém, estava longe dos vaticínios que tal acontecesse ao cabo de uma partida em que pouco se viu de si e, sobretudo, as jogadoras de maior preponderância fossem subjugadas a tal ponto de não se verem nas quatro linhas e a sua contribuição no capítulo da concretização fosse quase nada, conforme se pode ver a seguir.
Pelas moçambicanas, alinharam e marcaram: Valerdina Manhonga (4), Deolinda Ngulela (2), Ana Flávia Azinheira (2), Anabela Cossa (2), Cátia Halar (5), Filomena Micato (3), Leia Dongue (6), Ruth Muianga (1), Ondina Nhampossa (2), Odélia Mafanela (5) e Deolinda Gimo (17).
Marcha do marcador: 15-23, 27-47, 37-61, 49-77.
FALHADO o objectivo de lutar pelos lugares do pódio, a nossa selecção inicia hoje o “campeonato da consolação” no Afrobásquete Mali-2011, podendo tanto ocupar a sexta posição, à semelhança de há dois anos, em Madagáscar, como a oitava. O primeiro adversário é a RD Congo, em partida a realizar-se a partir das 16.00 horas, no pavilhão do Estádio 26 de Março.
Na fase de grupos, os dois conjuntos se defrontaram, tendo o triunfo sorrido para as moçambicanas, tal como sucedeu em Maputo, nos X Jogos Africanos. Agora, mesmo considerando que não existe uma grande pressão, visto que os lugares cimeiros já estão fora de questão, o orgulho e a posição final na prova espevitará qualquer das duas formações. Ontem, nos quartos-de-final, as congolesas sucumbiram face ao Senegal.
Esta noite, para as meias-finais, Senegal defronta Nigéria e Mali joga com Angola. A final está marcada para amanhã, prevendo-se que esteja presente o Chefe do Estado maliano, Amadou Toumani Touré.
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