ANGOLA : Decacampões africanos fazem estrear cinco atletas

Dos 12 eleitos apara a “operação” Antananarivo, quatro atletas vão disputar pela primeira vez uma fase final de um Campeonato Africano das Nações da bola ao cesto, Afrobasket, prova selectiva aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Trata-se de Miguel Kiala, Valdelício Joaquim, ambos postes, e os extremos Simão Santos e Jorge Taty. Dos quatro atletas, Jorge Taty e Miguel Kiala foram chamados pela primeira vez e mereceram a confiança da equipa técnica nacional liderada pelo francês Michel Gomez.

O extremo Simão Santos e Valdelício Joaquim, poste, integraram em ocasiões anteriores os trabalhos da pré-selecção nacional. Kiala e Valdelício Joaquim são os mais novos do cinco nacional (21 anos), ao passo que Eduardo Mingas e Joaquim Gomes “Kikas” são os mais velhos, com 32 e 31 anos de idade, respectivamente. O capitão “Kikas” é o mais titulado da Selecção Nacional, com cinco campeonatos ganhos, seguindo-se Mingas, Carlos Morais, Armando Costa, todos com três Afrobasket’s. O poste Felizardo Ambrósio vai disputar o seu terceiro Campeonato Africano das Nações.

Entretanto, a média de idade dos decacampeões africanos que vão em busca do apuramento aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, é de 26,87, ao passo que em termos de altura o cinco nacional está com 1,93m. Eis os 12 para a “operação” Antananarivo: Joaquim Gomes “Kikas”, Armando Costa, Felizardo Ambrósio, Carlos Morais, Miguel Kiala, Simão Santos, Jorge Taty, Eduardo Mingas, Leonel Paulo, Domingos Bonifácio, Valdelício Joaquim e Milton Barro.

Huilanos acreditam na consagração

Agentes desportivos e população em geral da cidade do Lubango, Huíla, acreditam na consagração da Selecção Nacional de basquetebol em seniores masculinos no Afrobasket de 2011, a disputar-se de 17 a 28 do mês corrente, em Antananarivo, capital do Madagáscar. Apesar de reconhecerem o potencial dos adversários a enfrentar na prova, aliado à evolução competitiva de algumas selecções africanas, os adeptos da modalidade no Lubango são unânimes em dizer que, com maior ou menor dificuldades, o combinado nacional irá conquistar o 11º título continental.

Salvador Rodrigues, empresário e membro da Associação Provincial de Basquetebol da Huíla, justifica a sua crença no espírito de entrega, força e jogo colectivo dos decacampeões. Quanto aos adversários de Angola na primeira fase da prova, (Senegal, Marrocos e Chade), inseridos no grupo B, o dirigente desportivo é de opinião que os comandados de Michel Gomez terão poucas dificuldades em os vencer e carimbar o passe para a fase seguinte. Emanuel Júlio, antigo praticante e adepto confesso da bola ao cesto, defendeu que a selecção é a mais forte candidata à conquista do troféu. B N, no Lubango


História dos Afrobasket

I Edição
País-Sede: Egipto
Data: 24 a 30 de Abril de 1962
Campeão: Egipto
Participantes (5): Egipto, Sudão, Marrocos, Guiné Konacry e Etiópia.
Logo depois de ter sido fundada a Associação das Federações Africanas de Basquetebol (AFABA), no Cairo, foi disputado o primeiro campeonato africano. O objectivo era aproveitar o balanço decorrente da criação do órgão reitor da modalidade no continente, para dar vida à competição continental. Nessa altura, a modalidade era pouco difundida em África e apenas seis selecções estiveram presentes na prova. Muito superior aos seus adversários, o Egipto chamou a si o primeiro título africano, praticamente sem dificuldades. Sudão, Marrocos, Etiópia e Guiné Konacry não tinham estofo bastante para se lhe opor, pois nessa altura o campeonato nacional egípcio já era bastante competitivo.

II Edição
País-Sede: Rabat
(Marrocos)
Data: 03 a 08 de Março
de 1964
Campeão: Egipto
Participantes (6): Egipto, Marrocos, Palestina,
Tunísia, Senegal e Mali
Pela primeira vez um país ao Sul do Sahara participou no Campeonato Africano de Basquetebol, no caso o Senegal. Também entrou na prova um país que não é propriamente do continente africano, a Palestina. A maior potência do basquetebol africano na altura, o Egipto, conquistou o primeiro lugar. Continuava a valer a alta competitividade do seu campeonato doméstico. Na verdade, o Egipto era, na altura, a maior potência desportiva do continente, razão pela qual tem sedeadas muitas confederações continentais no seu território. Embora actuando em casa, Marrocos não passou do segundo lugar e o Senegal, que mais tarde viria a ser uma grande potência, acabou na quinta e penúltima posição.

III Edição
País-Sede: Tunísia
Data: 28 de Maio a 02 de Abril de 1965
Campeão: Marrocos
Participantes (5): Marrocos, Tunísia, Argélia, Senegal e Líbia.
Foi preciso que o Egipto estivesse ausente do campeonato de 1965, na Tunísia, para que o título continental conhecesse outro dono, no caso Marrocos. Desse modo, os marroquinos conseguiram chegar ao topo do pódio de honra do basquetebol africano, redimindo-se assim do fracasso da edição anterior. Esse campeonato contou com a estreia de mais duas selecções: a Argélia e a Líbia. Na sua primeira participação, a Argélia subiu ao pódio, ocupando o terceiro lugar, sendo segundo classificado a anfitriã Tunísia. Curiosamente, além do Senegal, nenhum outro país da África Sub-sahariana fez menção de participar neste torneio, o terceiro continental. Nessa altura, as participações eram livres e directas, algo feito apenas mediante inscrição e sem necessidade de eliminatórias.

IV Edição
País-Sede: Marrocos
Data: 29 de Março a 06 de Abril de 1968
Campeão: Senegal
Participantes (8): Senegal, Marrocos, RCA, Mali, Sudão, Argélia, Nigéria e Costa do Marfim.
Pela primeira vez um país repetiu a organização do evento, no caso Marrocos, que queria igualar-se ao Egipto em termos de títulos conquistados. Este campeonato teve a particularidade de receber quatro novos “inquilinos”, todos da África Sub-Sahariana, designadamente RCA, Mali, Nigéria e Costa do Marfim. É curioso notar que o Egipto voltou a não estar presente nesta prova e, não sem alguma surpresa, o grande campeão foi o Senegal. Nascia, então, uma grande potência do basquetebol continental. No pódio houve ainda lugar para os anfitriões (segundos) e a estreante RCA. Era a primeira vez que os países da África Sub-sahariana ficavam em maioria no estrado da glória, além de que outras grandes referências da modalidade se perfilaram para as disputas que se iam seguir.

Ex-praticante aponta Senegal
como principal adversário

Com maior altura e eficácia no jogo da posição “cinco” (postes), a selecção do Senegal é apontada como o adversário que maior dificuldades pode criar à selecção de Angola na busca do 11º título do Afrobasket, que começa na próxima quarta-feira em Antananarivo, Madagáscar. O vaticínio é do antigo basquetebolista Henriques Albano, em declarações à Angop, quando perspectivou a participação de Angola. Henriques Albano justificou que o Senegal tem uma equipa “bastante” alta e que explora muito bem a estrutura física dos atletas.

A par da selecção do Senegal, o responsável desportivo afirmou que Angola pode ainda encontrar dificuldades em eventuais partidas contra as equipas do Mali, Egipto, Nigéria e Argélia, pois possuem uma estrutura organizada e forte, capaz de destabilizar qualquer adversário na competição. O também secretário da Associação Provincial de Basquetebol da Huíla considerou positiva a forma como a selecção nacional se comportou no estágio, realçando a evolução e a sincronia dos atletas.

“Michel Gomez está a explorar bem o talento dos atletas, pois na primeira fase de estágio, em Portugal, a equipa esteve um pouco apática, mas na China foi mais solta e veloz nos aspectos de contra-ataque e coesão defensiva”, afirmou. Henriques Albano disse que como praticante é com muita nostalgia que pensa no primeiro título de Angola, em 1989, em Luanda, e na última edição de 2009, na Líbia, e espera que esta equipa repita as alegrias deste anos de glória. Henriques Albano praticou basquetebol no Sporting de Moçâmedes, em 1983. Actualmente, é treinador do Desportivo da Huíla nos escalões de formação e Secretário da Associação Provincial da Basquetebol da Huíla