ANGOLA : Decacampeões fecham estágio com saldo positivo
A conquista da VII edição da Taça Borislav Stankovic marcou sem sombras de dúvidas o estágio pré-competitivo da Selecção Nacional de basquetebol em seniores masculinos, que a partir do dia 18 do mês em curso começa a competir em Antananarivo, Madagáscar, na fase final da XXVI edição do Campeonato Africano das Nações da modalidade, vulgo Afrobasket. Depois de ter dado início aos trabalhos de preparação no país, nas províncias de Luanda e Cabinda, os decacampeões africanos, agora sob comando do francês Michel Gomez, rumaram para a região francesa de Pau, onde permaneceram durante dez dias.
Em Pau, os pupilos de Michel Gomez aprimoraram os aspectos técnicos e tácticos. Posteriormente, a Selecção Nacional seguiu para Portugal, onde participou num Torneio Internacional disputado em Guimarães. Dos três jogos disputados em Guimarães, Angola averbou duas derrotas, frente a Portugal (56-65) e Roménia (88-92), vencendo apenas a modesta selecção do Irão. Já na República Popular da China, o combinado nacional brilhou na VII edição da Taça Borislav Stankovic, prova que visa homenagear o ex-secretário-geral da Fiba-Mundo pelo contributo dado à modalidade, tendo arrebatado o referido troféu.
Em quatro jogos disputados, os pupilos de Michel Gomez conseguiram três vitórias, perdendo apenas com a Austrália, por 68-76. A Selecção Nacional começou por vencer na jornada inaugural a selecção anfitriã, China, por 67-64, na segunda ronda baqueou diante da Austrália, por 68-76. Na terceira jornada, o cinco nacional vergou a poderosa Rússia, por 60-53. E para a decisão do ceptro, o combinado nacional cilindrou a Austrália, por 85-66.
Na segunda versão da Taça Borislav Stankovic, prova disputada na cidade chinesa de Guangzhou, Angola começou por vencer a formação da casa, por 55-52. Depois seguiram-se três desaires consecutivos. Frente à Rússia (58-86), Nova Zelândia (70-73) e China (54-64), tendo ocupado o último lugar do certame.
Decacampeões africanos
terminam com saldo negativo
Das 11 partidas de controlo que disputou, para preparação da sua participação na fase final da XXVI edição do Afrobasket de Antananarivo, Madagáscar, a decorrer de 17 a 28 do mês em curso, os decacampeões africanos terminaram com um saldo negativo de 13 pontos. Os pupilos de francês Michel Gomez em 11 jogos marcaram 735 pontos, tendo sofrido 748, perfazendo um saldo negativo de 13 pontos.
Apesar de ter consentido seis derrotas e alcançado cinco vitórias, a Selecção Nacional, que vai à busca do 11º triunfo continental, depois das conquistas de 1989, 1991, 1993, 1995, 1999, 2001, 2003, 2005, 2007 e 2009, teve uma exibição acima da média para satisfação da equipa técnica, que augura a reconquista do troféu africano. Angola está no Grupo B do Afrobasket de Antananarivo, juntamente com as selecções do Chade, adversário de estreia, no dia 18, Senegal e Marrocos.
Madagáscar, país anfitrião, faz parte do Grupo A, ao lado de Moçambique, Nigéria e Mali. Costa do Marfim, vice-campeã africana, África do Sul, Camarões e Egipto compõem o Grupo C, e Tunísia, medalha de bronze, Togo, RCA e Rwanda fazem parte do Grupo D.
MC
Angola:
a caminho do 11º ceptro (II)
Abidjan’85 – Angola chega à então capital marfinense com todas as atenções viradas para si, face ao brilharete na edição anterior, embora não tivesse já o estatuto de potência continental. Até porque no próprio país, alguns “experts” consideravam o brilhante desempenho em Alexandria como um mero “acidente de percurso”, enquanto outros esperavam pela confirmação da força que começava a despontar.
Dirigia a equipa um ilibado Vitorino Cunha, que acabou por igualar a façanha, ao lograr a segunda medalha de prata para Angola. Na final, não teve peito para travar a selecção anfitriã, a quem entregou os pontos, tendo que se contentar com o segundo lugar. Porém, os angolanos deixaram a confirmação de que a África tinha que passar a contar com eles quando o assunto fosse basquetebol, juntando-se a um restrito grupo formado pelo senegaleses, egípcios, ivoirienses e centro-africanos, que na altura ainda tinham uma palavra a dizer.
Tunis’87 – Foi, de resto, a República Centro-Africana quem acabaria por conquistar o campeonato desse ano, repetindo a proeza de 1974, quando foi anfitriã da prova. Em Tunis, os centro-africanos venceram os egípcios na final, ficando os angolanos com o terceiro posto. Antes disso, Vitorino Cunha e os seus comandados tinham ambições de chegar ao lugar mais alto do pódio, pelo facto do terreno ser basicamente neutro, já que os tunisinos não tinham força para chegar lá, o que colocava os verdadeiros aspirantes ao ceptro em condições de igualdade. Porém, com este quase desaire, ficava assim adiada a consagração que Angola passara a perseguir desde Alexandria’83.
Luanda’89 – Foi na edição caseira da prova africana que Angola conseguiu finalmente a primeira consagração suprema, graças à perseverança do técnico Vitorino Cunha e do naipe de grandes jogadores de que dispunha, no qual Jean-Jacques, José Carlos Guimarães, Aníbal Moreira, Manuel de Sousa “Necas”, Paulo Macedo e Ângelo Vitoriano eram as principais referências. No campeonato de Luanda, Angola bateu o Senegal, por uma diferença que não dava margens para dúvidas.
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