Africa Basquetebol

09 janeiro 2011

CABO VERDE : Jogos de beneficência: Vitócas e Marito estendem as mãos aos internatos de Lém Cachorro

Em vésperas do final do ano de 2010, o pavilhão desportivo "Vává Duarte" foi o palco de um jogo de solidariedade que envolveu alguns dos melhores basquetebolistas internacionais cabo-verdianos e grandes promessas do basket cabo-verdiano.

Numa iniciativa do capitão da selecção nacional de basquetebol, Marito Correia, atleta que se encontra de férias no torrão natal depois de ter conquistado o título de campeão de Angola e da África ao serviço do 1º de Agosto e do antigo capitão e internacional Vitócas, os amigos e amantes da modalidade da bola ao cesto responderam o convite.

A entrada era, nada mais, nada menos que donativos composto por cesta básica - géneros alimentícios - ou mesmo verbas monetárias, como medida de ingresso para o pavilhão, receita esta destina ao Centro de protecção Social de Lém Cachorro, uma instituição vocacionada para trabalhar com crianças e adolescentes mais necessitados desta zona suburbana da cidade da Praia.

Para além da competição sadia entre duas equipas denominadas "Amigos de Vitócas" e "Amigos de Marito"; em que evoluíram jogadores em representação de equipas diversas como o Seven Stars, Prédio, ABC e Bairro, a noite foi marcada por uma demonstração dos atletas paralímpicos que mostraram os seus dotes na prática do basquetebol em cadeiras de rodas.

A emoção foi tão grande que os paralímpicos desafiaram os internacionais cabo-verdianos para uma partida sobre cadeiras de rodas em que, obviamente, os atletas ditos "normais" tiveram grandes dificuldades em se adaptarem às cadeiras de rodas.

No final da partida, tanto o público como os atletas saíram satisfeitos por mais esta iniciativa considerada nobre e imbuída do espírito natalício, pelo que Marito manifestou a sua convicção em como o evento terá a sua continuidade nos próximos anos, como forma de dar seguimento a um casamento realizado em 2007.

Capitão Marito
"Estou sempre disponível para representar a selecção nacional"

De mini-férias na sua terra natal para retemperar as energias gastas no competitivo basquetebol profissional em Angola, ao serviço de um dos maiores clubes africanos da última década, Marito Correia que Dezembro último venceu a Liga de Campeões d'África mostra-se preocupado pelo facto de Cabo Verde ter falhado a qualificação para o campeonato d'África para 2011.




Ainda assim, diz acreditar que Cabo Verde tem forte possibilidade de ser repescado, pelo que diz estar totalmente aberto para "continuar a dar o seu contributo á selecção cabo-verdiana da modalidade", desde que for chamado pela equipa técnica.
A este propósito explicou o porque da sua ausência nos trabalhos da última selecção, marcada pela falta de comparência de alguns jogadores, considerados peças chaves como Rodrigo Mascarenhas ou ele próprio, considerado "por razões diversas e maiores".
"No meu caso concreto nunca rejeitei a selecção de Cabo Verde, assim como tantos outros, mas acho que não houve comunicação atempada e eu pessoalmente não sabia que Cabo Verde iria disputar o jogo de qualificação em verão passado. O convite chegou-me em cima da hora e já tinha outros planos, familiares e de força maior que na altura não podiam ser adiado para outros tempos e não foi possível a minha contribuição", esclarece Correia que desde os 18 anos representa a equipa nacional.

Vitócas quer uma selecção com espinhas na prata da casa

É sem dúvida uma das grandes referências do basquetebol cabo-verdiano. Victor Hugo, Vitócas no campo desportivo, outrora internacional cabo-verdiano de eleição e dos melhores da sua geração já vem sendo hábito nas acções de carácter social, já que ano transacto esteve envolvido na realização de "All Star Solidário", como forma de ajudar aos mais necessitados.




Destacou o contributo dos atletas e amantes da modalidade, ao mesmo tempo que alerta as entidade desportivas no sentido de dar mais atenção a prática da modalidade em Cabo Verde, particularmente na cidade da Praia, como forma de redinamizar o basquetebol, e levá-lo à frente.

Vitócas não se contenta com o rumo que a modalidade está a tomar nos últimos anos: "o basquetebol em cabo Verde está na mó de baixo e ano transacto foi prova disto com o campeonato nacional mal feito, pouco jogos o que se reflectir na nossa selecção que acaba por ter uma má prestação".
Sugere uma reflexão profunda com vista a evitar com que o basket caia numa "travessia do deserto vividos em tempos", alegando que Cabo Verde pelo estatuto que conseguiu em 2007 em Angola, teria de melhorar o seu nível competitivo.
Para isto, insinua a construção de uma selecção nacional baseada em jogadores que evoluem no basquetebol nacional, - quatro ou cinco - dando como exemplos que Marito gaba-se de ter aprendido a jogar em Cabo Verde.
É que Vitócas critica a forma como a selecção está a ser construída praticamente por atletas que jogam lá fora, o que faz com que a língua do balneário seja a inglesa, quando a seu ver, o país está dotado de jogadores de grandes qualidades.