MOÇAMBIQUE : LIGA NACIONAL VODACOM - Campeão vulgariza-se
ESTAMOS em crer que nesta fase regular o mais importante talvez não seja a espectacularidade, tentar atingir o cume da montanha do ponto de vista de exibição e esgrimir todos os argumentos possíveis, mas sim gerir os acontecimentos com a finalidade de chegar aos “play-off”, onde, efectivamente, se discute o título. No entanto, não deixa de ser frustrante ver a vulgarização que o campeão Maxaquene atingiu nesta edição-2010 da Liga Nacional de Basquetebol Vodacom, decorridas quatro jornadas.
Os “tricolores”, com um investimento que incluiu a contratação de dois americanos, para além do regresso do técnico espanhol Joseba Garcia, o tal que proporcionou o regresso ao trono àquela casa tradicionalmente da bola-ao-cesto, surpreenderam negativamente na ronda passada com a sua derrota em Quelimane diante do Sporting/Soprotecção por 10 pontos de diferença (85-75), enquanto em Maputo o Desportivo e o Ferroviário passeavam a sua classe.
No grupo das oito formações participantes na prova, as quatro primeiras qualificam-se para as meias-finais, objectivo central dos principais concorrentes ao título, nomeadamente Desportivo, líder isolado da actual fase regular, Ferroviários de Maputo e da Beira e Maxaquene. Nos “play-off”, o primeiro classificado enfrentará o quarto e o segundo terá pela frente o terceiro. E, por aquilo que é a qualidade competitiva deste quarteto, não vale a pena tentar conjecturar quaisquer preferências, pois todos eles reúnem as mesmas possibilidades e nessa etapa crucial qualquer time irá se transfigurar, cerrar os dentes e apresentar o melhor de si.
Embora seja verdade que tudo se conjuga para o apuramento daquele conjunto de equipas, também não é menos certo afirmar que, com as surpresas que abundam nesta Liga Nacional de Basquetebol Vodacom, é lícito considerar a candidatura do sempre “outsider” Costa do Sol, assim como a imprevisibilidade do Sporting/Soprotecção, sobretudo após o aviso à navegação dado perante os “tricolores”, numa partida em que “todo o mundo” havia prognosticado um triunfo claro do Maxaquene.
Quem está verdadeiramente imparável é o Desportivo. Depois de brilhantemente conquistar o Campeonato da Cidade, os “alvi-negros” mantêm a sua magnífica postura competitiva, sustentada não somente pela dupla vitória nas jornadas inaugurais como também no pretérito fim-de-semana, perante os dois conjuntos do Chiveve. A turma de Horácio Martins ganhou ao Ferroviário da Beira por 88-85, no epílogo de um desafio a todos os títulos espectacular, assim como ao Desportivo da mesma cidade pela marca de 89-60, conservando a sua invencibilidade e o comando da prova.
Pelo mesmo diapasão alinhou o Ferroviário de Maputo, a dar mostras de pretender recuperar o espaço que ocupou durante quatro anos consecutivos. Os “locomotivas” carimbaram a “chapa 100” (102-45) face ao Desportivo da Beira e travaram um diálogo bastante interessante com os seus homónimos do Chiveve, vencendo por 95-88. Tratou-se de um jogo com muitos pólos de atracção e caracterizado pela incerteza quanto ao seu desfecho. O artífice da equipa de Carlos Ferro acabou sendo Gerson Novela, bom a comandar os seus colegas e excelente a marcar, tendo na sua conta pessoal registado 34 pontos.Na próxima jornada dupla (quinta e sexta), realce para a deslocação do Maxaquene e do Costa do Sol ao sempre difícil Pavilhão do Desportos da capital sofalense.
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