ANGOLA : Fracasso Angolano no Mundial da Turquia
Apesar de ter conseguido um feito histórico, ao vergar, pela primeira vez, o combinado da Alemanha numa fase final do Campeonato do Mundo de basquetebol em seniores masculinos (92-88 após prolongamento), a prestação da Selecção Nacional na XVI edição do Mundial, que caminha para o seu termo, acabou por ser um autêntico fracasso, por não se ter cumprido um dos principais objectivos, que era a melhoria do nono lugar alcançado do Mundial do Japão, em 2006.
O fracasso dos decacampeões africanos, que, com a Côte d’Ivoire e Tunísia, representou o continente, era mais do que previsível, face à preparação conturbada que o “cinco” nacional realizou, quer nos Estados Unidos da América, quer em Milão, Itália, onde faltaram jogos de controlo com selecções ou equipas de peso.
Essa desorganização administrativa da Federação Angolana de Basquetebol, liderada por Gustavo da Conceição, como de resto fez saber o seleccionador nacional, Luís Magalhães, contribuiu sobremaneira para o fracasso dos decacampeões africanos da “bola ao cesto”. A falta de organização levou já o técnico português a ponderar sobre a sua continuidade à frente dos destinos do “cinco” nacional.
Face às “cabazadas” que levou, principalmente com as selecções da Sérvia (44-94, 50 pontos de diferença) e Estados Unidos da América (66-121, 55 pontos de diferença), dificilmente o conjunto nacional vai ficar entre as 11 melhores selecções do mundo. Em seis jogos realizados, os angolanos conseguiram apenas duas vitórias, que os catapultaram para a fase seguinte da competição, tendo averbado quatro derrotas.
As vitórias foram alcançadas diante da Alemanha, por 92-88, e da Jordânia, por 79-65, ao passo que os desaires foram frente à Sérvia (44-94), Argentina (70-91), Austrália (55-76) e Estados Unidos da América (66-121). O combinado nacional marcou apenas 402 pontos, tendo sofrido 535 pontos, obtendo por isso, um saldo negativo de 133.
Cipriano e Gomes Kikas os mais do “cinco” nacional
Olímpio Cipriano, extremo base, 1,94 m de altura, 28 anos de idade, Joaquim Gomes “Kikas”, poste, 2 m, 29 anos, Miguel Lutonda, base, 1,86 m, 38 anos, Carlos Morais, extremo base, 1,90 m, 24 anos, e Felizardo Ambrósio, poste, 2,2 m, 22 anos, foram os atletas que mais se destacaram no conjunto nacional, nas estatísticas individuais. O extremo Olímpio Cipriano, 1,92 metros de altura, 28 anos, é o jogador da selecção nacional sénior masculina melhor classificado na lista de estatísticas individuais do 16º Campeonato do Mundo, que decorre até ao dia 12, na Turquia.
Na lista, composta por 263 atletas, Cipriano é o 18º com um registo de 59 pontos marcados em seis jogos, média de 14,8 pontos por jogo, 25,8 minutos por jogo, 70 por cento de eficiência nos lançamentos de campo, 42,9 por cento nos triplos e 81.8 por cento nos lances livres. Joaquim Gomes “Kikas”, foi o segundo melhor jogador angolano, ficando em 24º na tabela geral, com 79 pontos em seis jogos, média de 13,2 pontos por jogo, 56.9 por cento nos lançamentos de campo, 53,6 por cento nos triplos, 40,6 por cento nos lances livres e média de 28,3 minutos de utilização por jogo.
Nas posições imediatas ficaram Lutonda, com 56 pontos em 125 minutos, Carlos Morais, com 52 em 153, e Felizardo Ambrósio, 42 em 147 minutos. Nos lançamentos de dois pontos, Cipriano evidenciou-se, obtendo uma percentagem de 78, 8, seguido de “Kikas” (56,4 por cento) e Carlos Morais (47,8 por cento). Já nos lançamentos de longa distância, Lutonta e Kikas estiveram em grande, com 43.8 e 42,1 por cento.
O poste Eduardo Mingas, que, diga-se, passou ao lado do Mundial, em 116 minutos, seis jogos converteu apenas 30 pontos. O capitão Carlos Almeida, em seis partidas disputadas, totalizou 123 minutos, tendo convertido apenas 23 pontos. Vladimir Ricardino (extremo), com 13 pontos em 55 minutos de jogo, Leonel Paulo (extremo poste), com 12 em 68 minutos, e Domingos Bonifácio (base), com cinco em 49, foram os atletas menos produtivos do “cinco” nacional. Divaldo Mbunga marcou 22 pontos e Roberto Fortes 13.
Números do Japão’2006
superam edição de 2010
Ao contrário do que se esperava, a prestação do combinado nacional no Campeonato do Mundo de basquetebol da Turquia, esteve muito aquém das performances alcançadas no Mundial do Japão, onde a Selecção Nacional conquistou o honroso nono lugar e com exibições de encher os olhos. No Mundial do Japão, os campeões africanos conseguiram na fase preliminar três soberbas vitórias, frente ao Panamá (83-70), Japão (87-77) e Nova Zelândia (95-73).
Os desaires foram frente à Espanha (83-93), selecção que viria a sagrar-se campeã mundial, e Alemanha (103-108, após três prolongamentos). Nos oitavos-de-final, Angola caiu aos pés da França, por 62-68. Em seis partidas, a Selecção Nacional marcou 513 pontos e sofreu 489, além de ter colocado dois jogadores na lista dos melhores marcadores (Kikas e Mingas).
Na Turquia, o conjunto nacional baixou consideravelmente a sua produtividade e sobretudo a qualidade do seu basquetebol. Em seis jogos, Angola marcou apenas 402 pontos e sofreu 535, obtendo um saldo negativo de 133 pontos. O cinco nacional colecciona, ainda, as duas derrotas mais expressivas deste Mundial, 44-94 frente à Sérvia e 66-121 diante dos Estados Unidos. As outras duas derrotas foram diante da Argentina (70-91) e Austrália (55-76).
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