Africa Basquetebol

26 agosto 2010

ANGOLA : Angola quer fazer história na sua sexta participação

Em 1986 a selecção nacional de basquetebol participou pela primeira vez num campeonato do mundo de basquetebol, na Espanha, e terminou na 20ª posição, numa prova que contou com 24 selecções. Na ocasião, Victorino Cunha era o seleccionador.

Na primeira presença, num conjunto de onde constavam nomes como Gustavo da Conceição, Jean Jacques da Conceição, Manuel de Sousa e Paulo Macedo, Angola encontrou muitas dificuldades ao defrontar adversários muito tácticos europeus e sul-americanos, diferentes dos africanos com quem estava habituado a jogar.

Perdeu o primeiro jogo diante da então União Soviética, por 89-51, e na segunda ronda com o Israel (75-95), mas redimiu-se ao vencer a Austrália (74-69) na terceira jornada, naquela que foi a primeira vitória angolana em campeonatos do mundo.

Seguiram-se mais duas derrotas frente a Cuba e Uruguai por 53-81 e 81-83, respectivamente, sendo o último resultado encontrado após prolongamento, uma vez que no tempo regulamentar empataram (73-73).

Com quatro derrotas e uma vitória na primeira presença, o “cinco” nacional ficou na 20ª posição, na classificação final, à frente da Nova Zelândia, Coreia do Sul, Cote d’ Ivoire e Malásia.

Quatro anos mais tarde, na Argentina1990, Angola surge na maior montra do basquetebol mundial com caras novas como Ivo Alfredo, Ângelo Victoriano, Nelson Sardinha, Hérlander Coimbra e Victor de Carvalho, e já não contou com muitos dos presentes na primeira participação como Gustavo da Conceição, Zezé Assis, Adriano Baião, Francisco Cungulo e Josué Campos.

Com a intenção de melhorar o 20º lugar alcançado na edição anterior, a selecção angolana, na altura campeã africana, entrou para a prova da Argentina mais confiante e na primeira jornada deixou bons indicadores, apesar da derrota frente a Porto Rico (75-78).

Mesmo com bons indicadores na ronda inaugural, numa série de quatro selecções, Angola voltou a perder nas duas jornadas seguintes diante da Jugoslávia (79-92) e Venezuela (77-83), terminando a primeira fase na última posição do grupo A e obrigada a disputar as classificativas.

Nesta fase, a selecção nacional começou por perder com a Itália e Canadá (78-86, 80-82) e venceu a Coreia do Sul (104-93). Já na disputa do 13º ao 16º os angolanos derrotaram o Egipto (83-70) e a China (112-96) e melhoraram a classificação final ficando com o 13º posto, numa competição que contou com 16 selecções, menos oito que na edição anterior.

No Canadá1994, na sua terceira presença, Angola baixou três lugares, tendo terminado a prova no 16º posto, última posição. As derrotas diante da Alemanha (76-86) e Cuba (71-75) foram fatais para colocar os angolanos a disputar as classificativas do 13º ao 16º e nem mesmo a vitória frente ao Brasil (79-78) impediu que isto acontecesse.

Nesta fase voltou a perder com a Coreia do Sul e Cuba por 71-75, 67-75, respectivamente, e quedou-se na 16ª posição, três lugares abaixo da participação anterior.

Depois do fracasso no Campeonato Africano das Nações no Senegal (Afrobasket Dakar1997), em que ficou na terceira posição, o "cinco" nacional falhou presença no Mundial da Grécia em 1998, uma vez que apenas os dois finalistas garantiam apuramento para o Campeonato do Mundo.

No seu regresso ao evento (EUA2002) que junta as melhores selecções de basquetebol do mundo, Angola, orientada pelo luso-guineense Mário Palma, terminou a primeira fase no terceiro lugar do grupo A e garantiu presença na fase seguinte, depois de vitória sobre o Canadá (84-74) e derrotas frente à Jugoslávia (63-113) e Espanha (55-88).

Na segunda fase, conseguiu apenas equilibrar os jogos com o Brasil, Turquia e Porto Rico, mas não conseguiu evitar as derrotas por 83-86, 66-86, e 87-89 respectivamente, sendo obrigada a disputar as classificativas do 9º ao 12º posto. No primeiro encontro perdeu com a Rússia por 66-77 e discutiu com a China, que também havia perdido com a Turquia (86-94), o 11º posto a quem venceu por 96-84.

No Japão2006, finalmente Angola ficou entre as dez melhores. Angola até poderia fazer melhor, mas a inexperiência de alguns jogadores e do técnico (Alberto de Carvalho "Ginguba") foram cruciais para as derrotas diante da Alemanha, na fase de grupos, e França nos oitavos-de-final.

O “cinco” nacional pela primeira vez desde a estreia no mundial de 1986, começou com vitória, vencendo o Panamá por 83-70.
Seguiram-se vitórias sobre os anfitriões (Japão) e Nova Zelândia por 87-62 e 95-73, respectivamente. Tinha então começado uma nova era para o basquetebol africano, no geral, e angolano, em particular.

Nem as derrotas frente à Espanha (83-93) e Alemanha (103-108 após dois prolongamentos) impediram os angolanos de alcançar os oitavos de final. Nesta fase da prova, a selecção nacional baqueou diante da França (62-68) e "deitou por terra" o sonho de estar entre as oito melhores selecções do mundo, posicionando-se, ainda assim, num honroso nono lugar.

Este ano no mundial da Turquia2010, com Luís Magalhães no comando, que será o quarto seleccionador a orientar Angola num mundial, os campeões africanos, já com dez títulos continentais na galeria, procuram fazer história, mas para isso têm que obrigatoriamente melhorar a nona posição alcançada em 2006, na edição anterior no Japão.

Por Nelson Pascoal

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