Africa Basquetebol

25 outubro 2007

TAÇA DOS CAMPEÕES DE ÁFRICA EM FEMININOS: Estamos de vento em popa!


CONTINUAMOS a subir. E de que maneira! Com a competição a realizar-se na nossa capital, a “cidade das acácias”, próxima dos 120 anos, nada melhor que o presente diariamente oferecido pelos nossos três representantes, que se mantêm no bom caminho e qualquer deles na senda do título desta 13ª edição da Taça dos Campeões de África em Basquetebol de Seniores Femininos. Concluída, ontem, a primeira fase da prova, a profecia moçambicana cumpriu-se integralmente: Desportivo, invicto no seu grupo, Ferroviário e ISPU, com uma derrota cada, qualificaram-se naturalmente para os quartos-de-final, jogando amanhã diante do Port Authority, First Bank e Djoliba, respectivamente. Igualmente em grande está o 1º de Agosto, campeão em título, que nesta nova fase do evento terá pela frente o ABC.

Com os jogos, a partir de amanha, a decorrerem na “catedral”, o pavilhão do Maxaquene, este campeonato entra agora numa etapa verdadeiramente complicada para qualquer interveniente, pois, com o afunilar do número de equipas, restaram de facto os melhores. Aqueles que efectivamente estão à altura de conquistar o almejado ceptro, com o nosso país, meritoriamente, a colocar três formações e com bastas possibilidades de todas elas transitarem para as meias-finais, marcadas para sábado. Só que, é preciso realçar este pormenor, estão rodeadas dos últimos três campeões continentais, designadamente First Bank, que se sagrou vencedor em Maputo, Djoliba, proveniente do Mali, actual campeão africano de nações, e 1º de Agosto, a apresentar uma estrutura competitiva bastante forte.

Ontem, derradeiro dia da etapa inicial, praticamente não se definiu muita coisa em relação ao posicionamento final das equipas nos respectivos grupos. Mas registou-se, isso sim, um facto insólito: a falta de comparência averbada ao Dolphins, alegadamente por não terem trazido um árbitro acompanhante, tal como preconizam os regulamentos da FIBA-África nas suas competições. A organização sustenta que, antes da tomada desta decisão, multou o clube nigeriano, mas este não se dignou a efectuar o pagamento da importância estipulada. Deste modo, beneficiado saiu o seu adversário, o Djoliba, que, inclusive, segue em frente.

Propriamente nas quatro linhas, enquanto o Desportivo primou pela moderação, aparentemente para diminuir a grande carga sobre as atletas, ganhando ao ABC por 43-37, o Ferroviário passou por extremas dificuldades para superior o Arc-en-Ciel pela marca de 62-50, após ter estado durante os dois primeiros períodos a perder. O Port Authority venceu o Lupopo por 53-37 e, no fecho da noite, entre 1º de Agosto e First Bank, interessante discussão, envolvendo duas formações basquetebolisticamente adultas, com as angolanas a triunfarem por 58-50.

OUTRA VEZ AS CONGOLESAS...

Por aquilo que observamos, primeiro, diante do Desportivo e, ontem, frente ao Ferroviário, achamo-nos na razão de questionar o seguinte: afinal, o que aconteceu para o Arc-en-Ciel não estar nos quartos-de-final? É verdade que poderá estar a pagar caro a factura da sua chegada tardia ao “teatro das operações”, porém, é nossa convicção que se trata de um conjunto bem estruturado, excelentes pormenores de jogo e atletas que indubitavelmente mereciam mais nesta prova, como são os casos de Rukonishi Kamin e Irene Nyama que, para desgraça sua, ficarão a ver da bancada as suas principais adversárias lutando pelo título.

Para as “locomotivas”, qualquer resultado neste desafio não alterava rigorosamente nada em relação ao seu segundo lugar no grupo, no entanto, do ponto de vista de motivação das atletas, evidentemente que uma vitória se afigurava perfeita. O Ferroviário foi durante algum tempo preguiçoso, permitindo a prevalência do domínio congolês nas quatro linhas. Foi a partir do terceiro período, quando saiu a ganhar por apenas um ponto (40-39), que a formação de Carlos Aik decidiu, em definitivo, assumir as rédeas da contenda, valendo-se, como sempre, dos pontos de Deolinda Gimo (20) e da americana Stephanie Faulkner (13), que se estreou em grande.

FICHA DO JOGO

Árbitros: Sammy Wakaba e Basolo Claris

ARC-EN-CIEL (50) – Rukonishi Kamin (16), Puati Ndandu (3), Jeanin Kalombo (7), Caty Muna (0), Tshitshi Ilanga (0), Diane Mabibi (0), Nathalie Kabeya (4), Mireille Tshiyoyo (0), Yvonne Ntumba (2), Irene Nyama (12), Ginette Makiese (4) e Micheline Ngobe (2).

Treinador: Jean-François Ntangu.

FERROVIÁRIO (62) – Stephanie Faulkner (13), Zinóbia Machanguana (6), Rute Muianga (5), Janete Monteiro (5), Tatiana Ismael (0), Carla Silva (3), Júlia Machalela (0), Mónica Naiter (7), Deolinda Gimo (20), Nádia Zucule (0) e Ondina Nhampossa (3).

Treinador: Carlos Aik.

Marcha do marcador: 19-18, 31-27, 39-40, 50-62

* ALEXANDRE ZANDAMELA