Africa Basquetebol

22 outubro 2007

MOÇAMBIQUE : TAÇA DOS CAMPEÕES DE ÁFRICA EM FEMININOS: Moçambique canta de galo!


NATURALMENTE que ainda é cedo demais para festejarmos a conquista do tão cobiçado ceptro continental. No entanto, temos razões de sobra para irmos cantando de galo, face ao comportamento indubitavelmente meritório das nossas representantes na fase final da 13ª edição da Taça dos Campeões de África em Basquetebol de Seniores Femininos. Decorridas já três jornadas, o Ferroviário, organizador do evento e até aqui invicto, carimbou já o passaporte rumo aos quartos-de-final, devendo acontecer o mesmo em relação ao Desportivo, quando esta noite defrontar a atrasada formação congolesa do Arc-en-Ciel. Por seu turno, o ISPU, a despeito da derrota sofrida sábado diante do campeão 1º de Agosto, amanhã, seguramente, será o dia da sua passagem para a etapa seguinte, tendo pela frente o Lupopo, igualmente da RD Congo, cuja chegada a Maputo apenas se verificou na noite de sábado.
Maputo, Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2007:: Notícias


À semelhança do que aconteceu na jornada inaugural, ontem, foi um dia de particular alegria nas hostes moçambicanas, com vitórias que catapultaram as suas equipas para desempenhos mais resolutos, tendo em atenção o objectivo final, que é a conquista do título. As “locomotivas”, com dificuldades que certamente estavam fora dos prognósticos e conjecturas de “todo o mundo”, face à clara desigualdade com as adversárias, ganhou ao Dolphins, da Nigéria, por apenas dois pontos (69-67), numa partida resolvida somente ao suar da buzina. No mesmo Grupo “A”, o Desportivo, esse sim, soube inteligentemente tornear as aguerridas malianas do Djoliba, batendo-as por 61-46. O ISPU, para o Grupo “B”, passeou diante do Lupopo pela marca de 58-37, tendo, por seu turno, o ABC derrotado o Arc-en-Ciel por 54-46. First Bank e 1º de Agosto estiveram de folga.

O dia de hoje, em princípio, estava reservado para o descanso geral das equipas, porém, face à chegada tardia das congolesas, será aproveitado para o acerto do calendário, tendo a organização decretado entradas livres no pavilhão do Desportivo. O Arc-en-Ciel, para desgraça sua, terá de realizar duas partidas, uma às 11 horas, diante do Djoliba, e outra a partir das 18.00, contra o Desportivo. Já o First Bank terá pela frente Lupopo, às 16.00.

AMARRAR A CORDA POR SI PRÓPRIO

O espectador atrasado, quando entrasse no pavilhão e se deparasse com aquele resultado desnivelado, no decorrer do primeiro período, ocorria-lhe naturalmente a vantagem “locomotiva”. Só que, logo que tomasse conhecimento de era o contrário, o espanto era inevitável. É que, na verdade, colocando o valor absoluto dos dois conjuntos na balança, o Ferroviário é claramente superior e, nas quatro linhas, em nenhum momento se admitiria que pudesse correr o risco de perder uma partida “a priori” ganha.

Não se sabe se por demasiada auto confiança ou então cansaço da equipa, o certo é que a produtividade da turma de Carlos Aik esteve muitos furos abaixo do seu normal e acima de tudo do exigido nestas circunstâncias. O instinto matador que é apanágio da equipa esteve praticamente ausente, entregando as rédeas da contenda às nigerianas, que alguma astúcia foram sabendo estar na posição de vencedoras, inclusive alargar a vantagem para números ameaçadores, com uma extraordinária contribuição da dupla Rashidat Sadiq (20 pontos no total) e Tinuke Arowosafe (15).

Foi particularmente a meio do terceiro período que as campeãs moçambicanas acordaram para uma realidade mais consentânea com a sua grandeza. Mesmo reconhecendo um dia menos feliz para as esteios Janete Monteiro (14 pontos) e Deolinda Gimo (apenas nove), o Ferroviário acabou por se valer pelo colectivo, isto é, foi obrigado a abdicar da força das suas estrelas – não reluzentes na noite de ontem – para uma estratégia de grupo, dando lugar a que jogadoras como Júlia Machalela (12 pontos), Rute Muianga e Nádia Zucule aparecesse em grande.

Acabou sendo uma vitória bastante sofrida, pois as nigerianas em nenhum momento viraram a cara à luta. Aliás, por sempre acreditarem até ao fim, ainda tentaram o empate, que forçaria um período suplementar de cinco minutos, mas o seu triplo final foi insuficiente, ficando-se em 69-67 para as moçambicanas. Ainda bem para estas, porque hoje vão descansar...

FICHA DO JOGO

Árbitros: Sammy Wakaba e Henry Rosolo

FERROVIÁRIO (69) – Stephanie Faulkner (0), Zinóbia Machanguana (1), Rute Muianga (10), Janete Monteiro (14), Tatiana Ismael (0), Carla Silva (0), Júlia Machalela (12), Mónica Naiter (9), Deolinda Gimo (9), Nádia Zucule (6) e Ondina Nhampossa (8)

Treinador: Carlos Aik

DOLPHINS (67) – Tokunbo Olaosebikan (3), Ochuko Okworogun (2), Nkechi Akashili (4), Nkoto George (0), Esther Igben (0), Rebecca Iritei (2), Patricia Chukwama (9), Tinuke Arowosafe (15), Peace Aliyu (0), Julie Onyelugo (12), Memuna Fuludu (0) e Rashidat Sadiq (20)

Treinador: Wale Aboderin

Marcha do marcador: 9-23, 24-32, 45-46, 69-67.

* ALEXANDRE ZANDAMELA

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