Africa Basquetebol

27 outubro 2007

MOÇAMBIQUE : TAÇA DOS CAMPEÕES DE ÁFRICA EM FEMININOS: Estamos nas meias-finais!

AGORA, compatriotas, o cerco é só e somente só sobre as angolanas! Elas, detentoras do título e com uma formação de se lhe fazer vénia, são as únicas “intrusas” no reinado moçambicano das meias-finais da 13ª edição da Taça dos Campeões de África em Basquetebol de Seniores Femininos. As nossas três representantes, à beira de fazer história na bola-ao-cesto continental, estão meritoriamente em peso nesta decisiva e delicada etapa da prova, com o pavilhão do Maxaquene, esta noite, a prometer estar verdadeiramente ao rubro, dado o luxo das partidas que se anunciam: Desportivo-ISPU (18.00 horas) e 1º de Agosto-Ferroviário (20.00), quatro equipas equilibradas e qualquer delas perfeitamente à altura de chegar ao galarim. Por isso, a questão que urge colocar é a seguinte: amanhã, dia da final, a festa na “catedral” será nossa – Deus, merecemo-la, por favor!... – ou então as angolanas vão nos sufocar aqui mesmo no nosso chão?
Maputo, Sábado, 27 de Outubro de 2007:: Notícias


É que o basquetebol, com a sua imprevisibilidade constante, é capaz do excelente, tal como têm sido todas as nossas equipas, como do pior – precisamente o que não gostaríamos que acontecesse, sobretudo nesta altura em que o ceptro está à mão de semear, tanto para qualquer um deles. Os quartos-de-final, ontem, foram uma verdadeira amostra dessa imprevisibilidade, pois as formações tidas, durante a primeira fase, como de menor dimensão, empertigaram-se e com forças e estratégias trazidas não se sabe donde, bateram-se de peito aberto com os seus adversários candidatos ao título, tendo estes transitado após suarem às estopinhas.

Depois de o Dolphins ter derrotado o Lupopo por 63-46, para o ordenamento da classificação, o Desportivo entrou para as quatro linhas longe de imaginar que o Port Authority fosse capaz de sair das cinzas para uma batalha tão firme e determinada como aquela que protagonizou. As “alvi-negras” ganharam pela marca de 54-45, no entanto, ficou a lição de perseverança das quenianas, num desafio em que a senegalesa Salimata Diatta fez 23 pontos e Diara Dessai 14. Também o Ferroviário se viu numa encruzilhada perante o First Bank, com a etapa final a ser disputada sob uma forte pressão de parte a parte e incerteza quanto ao vencedor, que acabou sendo a turma moçambicana por 71-66.

Acelerar, acelerar, porque as oponentes estavam dispostas a mostrar que há dois anos não foram campeãs por acaso, foi assim a forma de jogar do ISPU diante do Djoliba, com um triunfo por 65-51. As malianas ofereceram uma grande réplica, só que as “universitárias”, relevando uma maturidade fora de série, souberam em todos os momentos manter a serenidade e não se atrapalhar perante as vicissitudes. Ana Flávia Azinheira (8 pontos) mais relaxada, com a sua presença em campo a motivar as colegas, os cordelinhos da contenda estiveram sob o comando das outras, tendo Amélia Macamo e Tânia Wachene registado 12 pontos cada e Ana Branquinho 11.

Por seu turno, o 1º de Agosto, igualmente a passar por dificuldades, bateu o ABC por apenas oito pontos (68-60), tendo a marfinense Fatoumata Kamara feito 22 pontos.

CARLA RESOLVE...

O Ferroviário já precisava de Carla Silva recomposta e à altura dos seus pergaminhos, para que efectivamente tivesse alguém com essa múltipla função de armadora do jogo, triplista por excelência e desestabilizadora das adversárias. Deolinda Gimo vinha sendo uma lançadora infalível, mas faltava-lhe a complementaridade, que ontem se fez presente e cumpriu a sua missão: 21 pontos, todos eles – vejam só! – a partir dos 6.25 metros. Foram sete conversões em 13 tentativas.

Mas, meus senhores, as “locomotivas” não tiveram vida fácil. O First Bank foi um time incansável e insatisfeito, particularmente a partir da altura em que as moçambicanas passaram à dianteira, após ter estrado a vencer no primeiro período. O Ferroviário teve um rápido acumular de faltas, nomeadamente através das americanas, situação que obrigou Carlos Aik a contar durante muito tempo com a nomenclatura local. E não teve razões para se arrepender, uma vez que a equipa carburou devidamente, mesmo com a forte oposição das nigerianas.

A parte final foi marcada por suspense. O Ferroviário chegou a desfrutar de uma vantagem de 14 pontos, no entanto, o First Bank, astutamente, logrou a aproximação até apenas dois (68-66). Foi um momento de verdadeira incerteza, com os nervos à flor da pele no seio das artistas de ambos os times, particularmente as anfitriãs. Mas, como Carla resolve, um triplo, à sua maneira genial, desfez qualquer equívoco. Ufff, que sofrimento!...

FICHA DO JOGO

Árbitros: Ossama Dabbagh, Cisse Youssuf e Rasolo Claris

FIRST BANK (66) – Bintu Bramus (7), Nwamaka Abideli (2), Tamunomiete White (4), Greeba Barlow (1), Funmilayo Ojelabi (7), Erdoo Angwe (0), Sandra German (3), Adenik Dawodu (0), Mavis Omoh (0), Ezinne James (3), Chioma Udeaja (28) e Ugohkwu Oha (11)

Treinador: Aderemi Adewunmi

FERROVIÁRIO (71) – Stephanie Faulkner (4), Zinóbia Machanguana (3), Rute Muianga (11), Janete Monteiro (7), Tatiana Ismael (0), Carla Silva (21), Júlia Machalela (0), Mónica Naltner (5), Deolinda Gimo (19), Nádia Zucule (0) e Ondina Nhampossa (1)

Treinador: Carlos Aik

Marcha do marcador: 24-28, 36-47, 48-68, 66-71

* ALEXANDRE ZANDAMELA