MOÇAMBIQUE : AFROBÁSQUETE ANGOLA-2007: Repescados, sim, mas não somos coitadinhos
COMPROMISSO assumido, alegria na rapaziada por esta sublime oportunidade de expor o seu talento aos olhos do continente e quiçá do planeta basquetebolístico, incompreensível torcer do nariz nalguns detractores e vitória incontida nas hostes federativas, eis o ambiente vivido nos últimos dias no seio da família da bola-ao-cesto moçambicana, com o surpreendente anúncio da participação da Selecção Nacional de Seniores Masculinos no Afrobásquete Angola-2007, a decorrer entre os dias 15 e 25 do mês em curso. Repescados, sim, mas não uns coitadinhos, os jogadores moçambicanos estão desde domingo empenhados na sua preparação com vista a este grandioso evento, trabalhando contra-relógio devido à exiguidade do tempo, particularmente em relação a aspectos tácticos, já que se encontram em competição interna.
Convidada a tomar parte na prova em substituição da desistente Argélia, a turma moçambicana está adstrita no grupo sediado em Cabinda, a província mais a norte em Angola, juntamente com África do Sul, Tunísia e Costa do Marfim, quatro equipas que irão lutar pelas duas vagas que dão direito à transição para os quartos-de-final. Com os sul-africanos, será um reencontro cinco meses depois, após a fase de qualificação zonal havida em Março último, no Zimbabwe, na qual a nossa selecção baqueou, facto que acontecia pela segunda vez consecutiva.
Tendo anuído ao convite da sua congénere angolana, após garantia de um patrocinador para a viabilização da viagem, a Federação Moçambicana de Basquetebol, de imediato, nomeou Carlos Alberto Niquice (Bitcho), treinador do Ferroviário, para seleccionador nacional, em substituição do “canarinho” Milagre Macome, e, para adjunto, Carlos Ferro, novo timoneiro do Desportivo. Esta dupla técnica, também sem perca de tempo, fez a convocatória da pré-selecção, que se encontra a trabalhar desde domingo, no pavilhão do Estrela Vermelha.
TENTAR PASSAR DA PRIMEIRA FASENuma primeira avaliação, Bitcho afirma que tem pela frente um grupo de jogadores dispostos a trabalhar e a dar o seu máximo em prol desta nobre missão que é representar o país no Afrobásquete. Reconhece que o tempo é extremamente escasso para se fazer muitas coisas, pois a viagem para Angola é já no dia 13, daí que a opção seja o aprimorar questões tácticas e fazer com que os atletas se adaptem à sua filosofia.
Domingo, o primeiro dia serviu essencialmente para a recuperação dos jogadores e harmonizar o grupo, tendo em conta que vinham de uma jornada dupla (sexta e sábado) do Campeonato da Cidade de Maputo. A partir de ontem, aí, sim, o trabalho foi mais consistente, mas virado para a parte táctica, pois os atletas estão no meio da competição – na capital do país, para além da prova em curso, já decorreu o Torneio de Abertura e a Taça Maputo.
Quanto aos objectivos da selecção, o jovem “mister” diz que, em primeiro lugar, é preciso analisar os adversários do grupo, que os classifica de acessíveis, “são praticamente do nosso campeonato”, embora frise que, se se qualificaram para o certame, fizeram-no meritoriamente, cada qual no seu grupo. “Em princípio, a luta residirá na superação do décimo lugar do último campeonato. Para tanto, é importante que nos apuremos para a segunda fase (quartos-de-final). Este é o caminho que nos deve nortear para a prossecução dos nossos objectivos” - referiu.
Neste momento a trabalhar com 15 atletas, viajarão para Angola 12, pelo que até ao final desta semana três serão dispensados. Em relação à hipótese de se contar com os “estrangeiros”, Bitcho disse que a Federação está a tentar a integração destes, mas tudo depende da sua disponibilidade e sobretudo do estado de forma que possam apresentar. Segundo ele, dos contactados, até aqui feitos apenas Cesário Chipepo (Pitcho) se mostrou aberto, mas somente o decorrer da semana se encarregará de trazer novidades, até porque, face ao tempo que é escasso, esses atletas iriam directamente para Angola.
- ALEXANDRE ZANDAMELA
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