Africa Basquetebol

26 dezembro 2006

MOÇAMBIQUE : Nacional Seniores Femininos - Vitória do pragmatismo - Carlos Aik analisando o percurso do Ferroviário, após a revalidação do título


A REVALIDAÇÃO do título nacional de basquetebol sénior feminino, por parte do Ferroviário, sábado à noite, no Pavilhão do Maxaquene, não constituiu espanto para ninguém. Não somente em função daquilo que superiormente efectuou na partida da final, diante do ISPU, sobretudo quando foi necessário decidir-se por via do prolongamento, durante o qual revelou um pragmatismo irrepreensível, mas também por aquilo que foi durante todo o campeonato e igualmente ao longo da temporada, em que se superiorizou claramente ao seu rival. De facto, depois do empate (60-60) ao cabo dos 40 minutos regulamentares, era suposto que, no tempo extra, continuasse a mesma bitola, contudo, a verdade manda dizer que as "locomotivas" praticamente sufocaram as "universitárias", com um parcial de 17-0, ganhando desta forma pela marca de 77-60.


O técnico do Ferroviário, Carlos Aik, era um homem felicíssimo no final da contenda. Provavelmente não felicíssimo pelo título em si, já que é o "rei dos canecões" da nossa bola-ao-cesto em seniores femininos, mas pela forma dramática como o mesmo foi conquistado, pois as suas jogadoras demonstraram uma grande capacidade de perseverança e acima de tudo um extraordinário espírito ganhador, factos que acabaram sendo determinantes naquele fatídico momento da verdade. Aik recebeu felicitações de muita gente, inclusive de colegas seus, treinadores doutras cores, uma vénia desportivamente de assinalar.

Abordando especificamente o grande embate contra o rival ISPU, teceu rasgados elogios à sua equipa, destacando o excelente desempenho das jogadoras no período suplementar. "As meninas tiveram uma prestação fantástica e essencialmente pragmáticas. Conseguiram marcar 17 pontos e não sofrer nenhum, respondendo da melhor forma a alguns deslizes que fomos tendo, sobretudo no terceiro período, em que nos apresentamos de forma desastrosa, permitindo que o ISPU reduzisse para cinco pontos de diferença e readquirisse confiança", disse.

Desenvolvendo o seu raciocínio, Aik referiu que as "locomotivas" foram a melhor formação em campo, estiveram quase sempre à frente no marcador e, nos momentos menos bons, souberam ter a inteligência necessária para dar a volta às dificuldades. "O Ferroviário foi um justo vencedor e aquele que mais trabalhou para conseguir tal feito", concluiu.
Pauline Nsimbo

FRUTO DO TRABALHO




Chegou, viu e... venceu! Pois, foi assim a congolesa Pauline Nsimbo, a nova aquisição dos "locomotivas", depois de ter representado o 1º de Agosto, de Angola, e, na última Taça dos Campeões de África, em Outubro passado, no Gabão, os anfitriões do Somo.

Entrou de mansinho, quiçá a pretender conhecer melhor o terreno e principalmente as suas colegas. Mas a cada desafio via-se o seu ascendente, traduzido também no aumento gradual da sua média de pontuação. Por exemplo, diante do ISPU, foi simplesmente "arrasante": 29 pontos, que catapultaram-na para o título de melhor marcadora da prova.

Segundo ela, o segredo para este triunfo "locomotiva" residiu na forma como a equipa se preparou para a competição.

"Foi preciso muito treino, algo que fizemos muito bem durante a fase de preparação. Já no decorrer da prova, demonstrámos o mesmo empenho, situação que acabou sendo premiada com a conquista do almejado título", explicou, frisando que o Ferroviário superou todos os adversários, foi a melhor equipa da prova e um justo vencedor.