MOÇAMBIQUE : Africano de Femininos Sub-20 - Juramos por ti, ó Moçambique!

AINDA não é a final, no entanto, todas as circunstâncias que envolvem o embate, a expectativa criada em seu torno, o palpitar de milhões de corações, fazem dele, inegavelmente, a batalha mais aliciante que espera a nossa selecção na 2ª edição do Campeonato Africano de Basquetebol Feminino Sub-20, que esta noite conhece a disputa das meias-finais.
Maputo, Sexta-Feira, 8 de Dezembro de 2006:: Notícias

É verdade que de antemão "todo o mundo" sabe que o sorriso de campeão só poderá ser expresso amanhã, no epílogo da prova, mas o desafio com a África do Sul, às 20.45 horas, encerra um cariz transcendental, pois o triunfo significará um passo gigantesco rumo à conquista do almejado título. Por Moçambique, nossa belíssima pátria, todos nós juramos que nenhum adversário nos impedirá de festejar a grande vitória na prova. Para hoje, no "teatro dos sonhos", ali no Pavilhão do Maxaquene, a imprevisibilidade das sul-africanas de maneira nenhuma deverá trair as nossas laboriosas atletas e nem tão pouco estas embandeirarem em arco, sob pena de o dourado castelo moçambicano se desmoronar prematuramente. Os dois francófonos presentes no certame, Senegal e Mali, defrontam-se na outra meia-final do dia, a partir das 18.30 horas. O início do fim-de-semana maputense tem motivos de sobra para ser verdadeiramente de arromba. Eventos marcados para esta noite são muitos e diversificados, todavia, a festa da bola-ao-cesto continental assume uma primazia indiscutível, daí se prever que a "catedral" conheça uma enchente invulgar desde que no passado sábado se deu início a esta competição. Mais: para além de se tratar de uma prova iminentemente juvenil e que atraia sobretudo espectadores desta faixa etária, não se pode descurar o facto mais relevante de todo o enredo: a turma nacional tem estado a fazer uma carreira auspiciosa, segue invicta e reúne o maior número de probabilidades de se sagrar campeã africana, o que constituiria um brilhante presente do Natal que se aproxima. Aparentemente, África do Sul é o oponente mais acessível que alguma vez podia calhar à equipa de Nazir Salé nestas meias-finais. Dizemos aparentemente porque, a despeito de as sul-africanas terem entrado na prova modestamente e sem grande expressão, a verdade manda dizer que o desenrolar dos acontecimentos proporcionou-lhes um crescimento substancial, tendo Angola sido a principal vítima dessa realidade. Para uns, a sua vitória (48-44) na passa de uma mera casualidade, mas temos para nós que ela constitui o reflexo real da sua crença até à última gota de sangue.
SUPERAR A INTRANQUILIDADE

Maputo, Sexta-Feira, 8 de Dezembro de 2006:: Notícias

Entre Moçambique e África do Sul, estarão frente-a-frente artistas que se conhecem perfeitamente. Na Namíbia, as sul-africanas foram excluídas do torneio alegadamente por falsificação de idades. No pretérito sábado, na estreia do presente "Africano", quando as anfitriãs previam um passeio pelo "parquet" do pavilhão, ideia cimentada quando ao longo do desafio chegaram a vencer por uma margem de 20 pontos, a verdade manda dizer que as sul-africanas não se mostraram nada dóceis e, com a sua frieza e determinação, lograram reduzir a desvantagem para apenas cinco pontos. Grande obra para um conjunto novo nestas andanças! Pois, para tanta intranquilidade que caracterizou a actuação das moçambicanas, nomeadamente no terceiro período, estamos em crer que, para além da mudança de atitude por parte das artistas, Nelito e Simão Mataveia, a dupla técnica, terão achado as melhores formas para que situações daquela natureza não aconteçam e sobretudo não tenhamos que viver 40 minutos de incertezas. Espectacular poderá ser também a primeira partida da noite. Senegal, detentor do título, e Mali, são outros dois sérios candidatos à conquista do ceptro. No encontro entre si, as senegalesas levaram a melhor, um pouco contra a maioria dos vaticínios, pois as malianas haviam revelado uma sólida estrutura basquetebolística. Tecnicamente, ambas as formações são bem dotadas, sendo por isso de augurar um verdadeiro duelo de titãs. Ontem, a nossa selecção efectuou dois treinos: um no período da manhã e outro à noite. Mas também aproveitou a folga para um passeio, tendo visitado os principais patrocinadores da prova, um périplo concluído na Sasol, onde o responsável pelas relações institucionais, Mateus Zimba, acompanhado da sua colega Joana Saranga, curiosamente, ex-basquetista, recebeu as jogadoras e prestou-lhes uma breve explicação sobre o funcionamento daquela multinacional. Ausentes estiveram Deolinda Gimo, Nádia Zucule, Filomena Micato, em trabalhos de fisioterapia, e Cláudia Chembene, em exames.
ALEXANDRE ZANDAMELA