CABO VERDE : Tuberculose afecta basquetebolistas da Académica do Mindelo
Os jogadores da equipa de basquetebol da Académica do Mindelo vão fazer um rastreio de tuberculose, provavelmente antes de participarem no campeonato dos clubes campeões africanos. A decisão foi tomada pela equipa técnica e a direcção do clube depois da infecção de três atletas, ainda durante o campeonato regional de S. Vicente. O rastreio deveria acontecer logo após o término do nacional, mas o técnico Kula Monteiro aguarda apenas um contacto das autoridades sanitárias para marcar as consultas.
“É fundamental fazermos o rastreio porque a
tuberculose é uma doença séria e contagiosa. A doença atingiu três dos
nossos jogadores e fomos aconselhados a fazer um teste geral, para
sabermos quem precisa de tratamento e que medidas de prevenção podemos
tomar”, explica o técnico da Micá. Segundo Kula, tudo começou com o
poste Jaison num treino normal da equipa. O atleta, explica, começou a
tossir com frequência e a expelir sangue. “Ele foi aconselhado a
procurar o hospital, mas não foi de imediato. Dias depois a sua situação
agravou-se e acabou por ser internado”, conta o treinador dos campeões
nacionais da modalidade.
Aquilo que parecia ser um caso isolado, afinal deixou
ramificações. Mais tarde, os irmãos Anderson e Vany, dois jogadores
influentes da Micá, apresentaram os mesmos sintomas. E ambos foram
também internados. “Primeiro foi o Anderson, mas, como vivemos na mesma
casa, acabei por contrair também a infecção. No meu caso não foi assim
tão violento, mas fiquei internado”, conta Vany, que se recuperou, mas
não a tempo de participar no campeonato nacional. Já o irmão Anderson
teve a sorte de jogar.
Neste momento, os jogadores que contraíram a bactéria da
tuberculose estão recuperados, mesmo assim vão ser sujeitos a um
despiste, por motivos de segurança. O receio é que algum deles possa
estar infectado e venha a passar a doença aos colegas de equipa e aos
outros atletas que utilizam o polidesportivo de Monte Sossego.
“Tratando-se de um espaço fechado, existe essa possibilidade. Mas
felizmente que o polidesportivo é um recinto amplo, o que dificula a
capacidade de propagação da doença. Coisa diferente seria num pequeno
quarto”, explica Júlio Wahnon, clínico geral e presidente da Académica
do Mindelo.
Enquanto médico, Wahnon recomenda o rastreio dos
jogadores e da equipa técnica, por uma questão de prudência. É que, para
ele, a tuberculose é um caso de saúde pública. A doença, justifica o
clínico, pode ser mortal, se não for tratada à tempo, e, além disso, os
casos têm vindo a aumentar em África e noutras paragens.
A Micá quer resolver esta questão o quanto antes, talvez
ainda antes do início do campeonato dos clubes campeões africanos. A
data provável da prova é o mês de Outubro, mas ainda falta definir o
país anfitrião, por causa da epidemia do Ébola que está a afectar alguns
territórios africanos.
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