ANGOLA : Bom começo
Campeões Africanos contaram com apoio de muitas dezenas de adeptos
Fotografia: Jornal dos Desportos
Fotografia: Jornal dos Desportos
A
determinação demonstrada pelos sul-coreanos nos minutos iniciais da
partida não foi suficiente para derrubar os angolanos que, ontem,
conseguiram alcançar a primeira vitória no arranque da jornada inaugural
da fase preliminar do Campeonato do Mundo de basquetebol, grupo D, com
sede em Las Palmas, mercê do triunfo por 80-69.
O estreante Yanick Moreira, atleta que milita nos Estados Unidos, e o veterano Olímpio Cipriano estiveram em grande ao marcarem 16 pontos cada.
A selecção da Coreia do Sul entrou melhor no desafio, ao contrário dos campeões africanos, que mostraram algum nervosismo, fundamentalmente nos primeiros três minutos do quarto inicial.
A perder por 0-5, os comandados de Paulo Macedo só conseguiram reagir à entrada do minuto quatro, com o estreante Valdelício Joaquim a marcar os dois primeiros pontos para o combinado nacional.
Fruto da maior pressão defensiva exercida pela Selecção Nacional, os sul-coreanos deixaram de produzir e o inevitável Olímpio Cipriano tratou de igualar o placar a cinco pontos, quando estavam decorridos seis minutos e 44 segundos.
A partir daí, a Selecção Nacional passou a dominar o jogo, quer interior, quer exterior, tendo fixado o resultado ao cabo do primeiro período em 16-6. No segundo quarto, os campeões africanos entraram com a mesma atitude com que terminaram o período inicial, ao contrário do seu opositor que se mostrava bastante preso nos movimentos.
Quando restavam 42 segundos para o fim do segundo período, os angolanos venciam já por uma margem confortável de 20 pontos (36-16). Os sul-coreanos conseguiram reduzir a desvantagem ao soar o apito final do período (36-18).
Quando tudo indicava que o cinco nacional ia manter o domínio das operações no terceiro período, foram os sul-coreanos que estiveram em grande, valendo-se da sua eficiência nos lançamentos a longa distância. Nesta fase, a Coreia do Sul marcou 30 pontos, contra 16 do combinado nacional, o que perfez 52-48, à entrada do quarto derradeiro.
No último período, os angolanos conseguiram conter as acções ofensivas dos sul- coreanos, mas as facilidades defensivas concedidas pelo cinco nacional podiam ter criados dissabores à Selecção Nacional.
O estreante Yanick Moreira, poste de dois metros e 11 centímetros, a par do experimentado Olímpio Cipriano, extremo base, esteve em grande destaque ao anotar 16 pontos, tal como o seu colega. Milton Barros e Reggie Moore marcaram cada dez pontos, contra 14 do “cavalo de batalha”, Eduardo Mingas.
Yanick foi ainda o rei dos ressaltos, com dez, sendo seis ofensivos e quatro defensivos, seguido do outro novato em Campeonatos do Mundo, Reggie Moore, com seis, todos eles defensivos.
Do lado da Coreia do Sul, Sungmin Kim esteve em grande, ao contribuir com 15 pontos.
Joaquim Gomes “Kikas” e Hermenegildo Santos foram os únicos não utilizados pelo seleccionador nacional. Dos seis estreantes, cinco foram utilizados, designadamente, Islando Manuel, Edson Ndoniema, Reggie Moore, Roberto Fortes e Yanic Moreira.
Deste grupo, apenas Edson Ndoniema, Valdelício Joaquim e Reggie Moore marcaram, com dois, seis e dez pontos, respectivamente.
Ainda ontem, a Ucrânia bateu a República Dominicana, por 72-62, para a primeira jornada do Grupo C, ao passo que a Croácia vergou as Filipinas, para o grupo B, por 81-78.
DECLARAÇÕES
“Foi uma boa vitória”
"No final do desafio, no qual a Selecção Nacional derrotou a Coreia do Sul, em partida referente à primeira jornada do grupo D, Paulo Macedo era um homem visivelmente satisfeito pelo resultado final.
“Penso que foi um bom jogo, conseguimos a nossa primeira vitória que ao fim e ao cabo era o nosso grande desafio. Globalmente, houve etapas onde não estivemos muito bem, fundamentalmente no terceiro quarto, mas isso também porque houve um certo relaxamento da nossa parte que podia custar-nos caro”, revelou o seleccionador nacional.
Frente à Lituânia hoje, a partir das 19h00, Paulo Macedo afirmou que tudo vão fazer no sentido de realizar uma boa partida diante de uma das candidatas ao título mundial.
Jaehak Yoo
Coreia do Sul
“Angola foi superior”
"O técnico principal da Coreia do Sul, Jaehak Yoo, mostrou o seu conformismo no final da partida, na qual o seu seleccionado perdeu por 69-80 frente aos Campeões Africanos.
“Nós começámos bem mas infelizmente claudicámos nos dois primeiros períodos. No terceiro conseguimos incomodar o nosso adversário, mas a maturidade competitiva de alguns jogadores angolanos quebrou a nossa força de vontade”, reconheceu o técnico.
FICHA TÉCNICA
Pavilhão Arena de Gran Canária
Capacidade: Dez mil espectadores
Arbitragem: Elias Koromilas (Grécia), Sreten Radovic (Croácia) e Luis Roberto (Porto Rico)
Comissário: Nobuo Hashimoto (Japão)
ANGOLA: Olímpio Cipriano (16), Armando Costa (6), Roberto Fortes (0), Edson Ndoniema (2), Hermenegildo Santos (0), Valdelício Joaquim (6), Joaquim Gomes “Kikas” (0), Reggie Moore (10), Yanic Moreira (16), Islando Manuel (0), Milton Barros (10), Eduardo Mingas (14)
Treinador: Paulo Macedo
Coreia do Sul: Taejong Moon (8), Hee Park (0), Donggeun Yang (11), Taesul Kim (0), Jonghung Lee (4), Sunhyung Kim (15), Sungmin Cho (10), Heejong Yang (3), Sung Kim (6), Sekeun Oh (4), Jongkyu Kim (8), Ilyoung Heo (0).
Treinador: Jaehak Yoo
Marcha do marcador: 16-6, 36-18, 52-48, 80-69
O MEU MUNDIAL
Saber sofrer
Sofrer, saber sofrer e ganhar. A vitória ontem de Angola sobre a Coreia do Sul pela diferença de 11 pontos ganhou ainda mais valor. E mais importância por termos confirmado que, apesar de alguns furos em termos de exibição, somámos a primeira vitória, afinal o mais importante na estreia.
Em provas do género, vencer o primeiro jogo é sempre importante. Confere ao grupo de trabalho mais confiança, principalmente quando os próximos jogos são diante de equipas com outro cunho competitivo. O jogo de ontem dos sul-coreanos demonstrou que soubemos sofrer, que soubemos jogar e sofrer. E isso é muito importante.
Jogámos num ritmo fortíssimo, principalmente nos dois primeiros quartos. Os 18 pontos de diferença no final dos primeiros 20 minutos (36-18) retratam alguma dose de superioridade. Jogámos a bola, bem e rápido, sem desesperar. Nos dois últimos períodos, nos quais permitimos maior ousadia à Coreia, conseguimos ainda assim manter a nossa postura sem desfalecer.
Um nervosismo de primeiro jogo é normal num campeonato do mundo e também a Coreia do Sul superou todas as expectativas, principalmente nos momentos de menos acerto do combinado nacional. Não tivemos uma Angola suficientemente entrosada para amedrontar um adversário que tudo fez para contrariar o favoritismo dos angolanos.
Jogos assim existem, nos quais acontece exactamente aquilo que tem de acontecer. Ontem, os protagonistas da tarde fizeram tudo o que se esperava. O filme durou o tempo que estava previsto e acabou por vencer a melhor equipa em campo. Durante os 40 minutos de jogo nem por um único momento se duvidou da superioridade de Angola.
Em relação à nossa selecção resta apenas dizer que vontade não chega e o acreditar tem de ser maior. Valeu a exibição de Cipriano, o melhor marcador do jogo, com 16 pontos, nos 27 minutos que esteve em campo. O jogador do Recreativo do Libolo mostrou que o amor que tem à camisola simboliza um passado glorioso da geração de ouro, mas que tem vontade de perpetuar ensinamentos e glórias para estes nossos tantos jovens que só precisam de dizer a eles próprios que já chega de sermos os quase lá para passarmos a ser os que lá chegaram.
Hoje, diante da Lituânia é tudo diferente. O seu valor não se equipara ao do adversário de ontem. Podemos descobrir novos motivos para amar ainda mais esta selecção. É também um jogo importante pela confiança que alcançámos com a primeira vitória e pela convicção de que estamos aqui para competir e não para ver a banda passar. Isso é muito importante, no meu humilde ponto de vista, para a confiança. Temos de entrar em campo convencidos de que podemos fazer melhor do que ontem.
Vamos lá rapazes! Queremos mais, mais, muito mais.
Policarpo da Rosa, Gran Canária
O estreante Yanick Moreira, atleta que milita nos Estados Unidos, e o veterano Olímpio Cipriano estiveram em grande ao marcarem 16 pontos cada.
A selecção da Coreia do Sul entrou melhor no desafio, ao contrário dos campeões africanos, que mostraram algum nervosismo, fundamentalmente nos primeiros três minutos do quarto inicial.
A perder por 0-5, os comandados de Paulo Macedo só conseguiram reagir à entrada do minuto quatro, com o estreante Valdelício Joaquim a marcar os dois primeiros pontos para o combinado nacional.
Fruto da maior pressão defensiva exercida pela Selecção Nacional, os sul-coreanos deixaram de produzir e o inevitável Olímpio Cipriano tratou de igualar o placar a cinco pontos, quando estavam decorridos seis minutos e 44 segundos.
A partir daí, a Selecção Nacional passou a dominar o jogo, quer interior, quer exterior, tendo fixado o resultado ao cabo do primeiro período em 16-6. No segundo quarto, os campeões africanos entraram com a mesma atitude com que terminaram o período inicial, ao contrário do seu opositor que se mostrava bastante preso nos movimentos.
Quando restavam 42 segundos para o fim do segundo período, os angolanos venciam já por uma margem confortável de 20 pontos (36-16). Os sul-coreanos conseguiram reduzir a desvantagem ao soar o apito final do período (36-18).
Quando tudo indicava que o cinco nacional ia manter o domínio das operações no terceiro período, foram os sul-coreanos que estiveram em grande, valendo-se da sua eficiência nos lançamentos a longa distância. Nesta fase, a Coreia do Sul marcou 30 pontos, contra 16 do combinado nacional, o que perfez 52-48, à entrada do quarto derradeiro.
No último período, os angolanos conseguiram conter as acções ofensivas dos sul- coreanos, mas as facilidades defensivas concedidas pelo cinco nacional podiam ter criados dissabores à Selecção Nacional.
O estreante Yanick Moreira, poste de dois metros e 11 centímetros, a par do experimentado Olímpio Cipriano, extremo base, esteve em grande destaque ao anotar 16 pontos, tal como o seu colega. Milton Barros e Reggie Moore marcaram cada dez pontos, contra 14 do “cavalo de batalha”, Eduardo Mingas.
Yanick foi ainda o rei dos ressaltos, com dez, sendo seis ofensivos e quatro defensivos, seguido do outro novato em Campeonatos do Mundo, Reggie Moore, com seis, todos eles defensivos.
Do lado da Coreia do Sul, Sungmin Kim esteve em grande, ao contribuir com 15 pontos.
Joaquim Gomes “Kikas” e Hermenegildo Santos foram os únicos não utilizados pelo seleccionador nacional. Dos seis estreantes, cinco foram utilizados, designadamente, Islando Manuel, Edson Ndoniema, Reggie Moore, Roberto Fortes e Yanic Moreira.
Deste grupo, apenas Edson Ndoniema, Valdelício Joaquim e Reggie Moore marcaram, com dois, seis e dez pontos, respectivamente.
Ainda ontem, a Ucrânia bateu a República Dominicana, por 72-62, para a primeira jornada do Grupo C, ao passo que a Croácia vergou as Filipinas, para o grupo B, por 81-78.
DECLARAÇÕES
“Foi uma boa vitória”
"No final do desafio, no qual a Selecção Nacional derrotou a Coreia do Sul, em partida referente à primeira jornada do grupo D, Paulo Macedo era um homem visivelmente satisfeito pelo resultado final.
“Penso que foi um bom jogo, conseguimos a nossa primeira vitória que ao fim e ao cabo era o nosso grande desafio. Globalmente, houve etapas onde não estivemos muito bem, fundamentalmente no terceiro quarto, mas isso também porque houve um certo relaxamento da nossa parte que podia custar-nos caro”, revelou o seleccionador nacional.
Frente à Lituânia hoje, a partir das 19h00, Paulo Macedo afirmou que tudo vão fazer no sentido de realizar uma boa partida diante de uma das candidatas ao título mundial.
Jaehak Yoo
Coreia do Sul
“Angola foi superior”
"O técnico principal da Coreia do Sul, Jaehak Yoo, mostrou o seu conformismo no final da partida, na qual o seu seleccionado perdeu por 69-80 frente aos Campeões Africanos.
“Nós começámos bem mas infelizmente claudicámos nos dois primeiros períodos. No terceiro conseguimos incomodar o nosso adversário, mas a maturidade competitiva de alguns jogadores angolanos quebrou a nossa força de vontade”, reconheceu o técnico.
FICHA TÉCNICA
Pavilhão Arena de Gran Canária
Capacidade: Dez mil espectadores
Arbitragem: Elias Koromilas (Grécia), Sreten Radovic (Croácia) e Luis Roberto (Porto Rico)
Comissário: Nobuo Hashimoto (Japão)
ANGOLA: Olímpio Cipriano (16), Armando Costa (6), Roberto Fortes (0), Edson Ndoniema (2), Hermenegildo Santos (0), Valdelício Joaquim (6), Joaquim Gomes “Kikas” (0), Reggie Moore (10), Yanic Moreira (16), Islando Manuel (0), Milton Barros (10), Eduardo Mingas (14)
Treinador: Paulo Macedo
Coreia do Sul: Taejong Moon (8), Hee Park (0), Donggeun Yang (11), Taesul Kim (0), Jonghung Lee (4), Sunhyung Kim (15), Sungmin Cho (10), Heejong Yang (3), Sung Kim (6), Sekeun Oh (4), Jongkyu Kim (8), Ilyoung Heo (0).
Treinador: Jaehak Yoo
Marcha do marcador: 16-6, 36-18, 52-48, 80-69
O MEU MUNDIAL
Saber sofrer
Sofrer, saber sofrer e ganhar. A vitória ontem de Angola sobre a Coreia do Sul pela diferença de 11 pontos ganhou ainda mais valor. E mais importância por termos confirmado que, apesar de alguns furos em termos de exibição, somámos a primeira vitória, afinal o mais importante na estreia.
Em provas do género, vencer o primeiro jogo é sempre importante. Confere ao grupo de trabalho mais confiança, principalmente quando os próximos jogos são diante de equipas com outro cunho competitivo. O jogo de ontem dos sul-coreanos demonstrou que soubemos sofrer, que soubemos jogar e sofrer. E isso é muito importante.
Jogámos num ritmo fortíssimo, principalmente nos dois primeiros quartos. Os 18 pontos de diferença no final dos primeiros 20 minutos (36-18) retratam alguma dose de superioridade. Jogámos a bola, bem e rápido, sem desesperar. Nos dois últimos períodos, nos quais permitimos maior ousadia à Coreia, conseguimos ainda assim manter a nossa postura sem desfalecer.
Um nervosismo de primeiro jogo é normal num campeonato do mundo e também a Coreia do Sul superou todas as expectativas, principalmente nos momentos de menos acerto do combinado nacional. Não tivemos uma Angola suficientemente entrosada para amedrontar um adversário que tudo fez para contrariar o favoritismo dos angolanos.
Jogos assim existem, nos quais acontece exactamente aquilo que tem de acontecer. Ontem, os protagonistas da tarde fizeram tudo o que se esperava. O filme durou o tempo que estava previsto e acabou por vencer a melhor equipa em campo. Durante os 40 minutos de jogo nem por um único momento se duvidou da superioridade de Angola.
Em relação à nossa selecção resta apenas dizer que vontade não chega e o acreditar tem de ser maior. Valeu a exibição de Cipriano, o melhor marcador do jogo, com 16 pontos, nos 27 minutos que esteve em campo. O jogador do Recreativo do Libolo mostrou que o amor que tem à camisola simboliza um passado glorioso da geração de ouro, mas que tem vontade de perpetuar ensinamentos e glórias para estes nossos tantos jovens que só precisam de dizer a eles próprios que já chega de sermos os quase lá para passarmos a ser os que lá chegaram.
Hoje, diante da Lituânia é tudo diferente. O seu valor não se equipara ao do adversário de ontem. Podemos descobrir novos motivos para amar ainda mais esta selecção. É também um jogo importante pela confiança que alcançámos com a primeira vitória e pela convicção de que estamos aqui para competir e não para ver a banda passar. Isso é muito importante, no meu humilde ponto de vista, para a confiança. Temos de entrar em campo convencidos de que podemos fazer melhor do que ontem.
Vamos lá rapazes! Queremos mais, mais, muito mais.
Policarpo da Rosa, Gran Canária
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home