CABO VERDE : Kitana Cabral diz que Ivan Almeida foi dispensado por actos de indisciplina

“Não posso ter um jogador dentro da selecção que bate bocas com o treinador, que não acata ordens para fazer determinados exercícios, não aceita ir ao ginásio e, se for, fica de pé para não fazer nenhum exercício recomendado pela equipa técnica seja qual for o pretexto que ele tenha”. É desta forma que o presidente da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol justifica a ausência de Ivan Almeida da selecção nacional de basquetebol que esteve recentemente no Afrobasket, na Costa do Marfim. Kitana Cabral considera que só faz falta quem está presente e que, desde o roupeiro até ao Presidente, todos são importantes para as manobras e o sucesso dos "Tubarões Martelo".

Segundo o líder da FCBB, Ivan Almeida veio de férias para jogar na equipa do Bairro e não falava com ninguém da equipa da Federação. “Eu posso não gostar de ti mas tenho que te respeitar. Em relação a este caso, é preciso esclarecer uma coisa, houve um momento quem estava seleccionado era só o Ivan Almeida. Fale-se no caso dos dois irmãos mas só um é que estava seleccionado. O grande erro da federação aconteceu no dia 26 de Julho, quando ambos foram dispensados do trabalho da federação”, esclarece Kitana Cabral. O dirigente falou em conferência de imprensa esta terça-feira, declarações que vêm confirmar a notícia avançada em primeira mão por este diário digital, que deu conta que os Irmãos Almeida foram dispensados e não viajaram para São Vicente com a restante comitiva.

“Acredito que ambos têm qualidade para estar na selecção mas não posso ter um jogador na selecção que não acata as ordens do treinador, até porque temos situações comparadas como o Briaima, que treinava com a selecção de manhã e à tarde jogava com o Seven Stars e outro dia de manhã estava no ginásio. Temos o Kevin Coronel, que fazia o mesmo com a Académica do Mindelo. Mas cada um é livre para fazer aquilo que bem entender. Mas nós estamos aqui para formar uma equipa e temos que ter as pessoas certas que enquadram dentro dos nossos parâmetros”, mostra o líder federativo.

Mas as revelações não ficam por aqui. Kitana Cabral diz que a FCBB tentou preservar o jogador que agora está no Lille de França até ao máximo, mas Ivan Almeida pediu um seguro altíssimo, que não está ao alcance dos cofres da Federação. Enquanto isso, Cabral dá o exemplo do Edy Walter Tavares, que joga em Espanha, mas que veio de graça, simplesmente com o intuito de defender a sua pátria, não tendo pedido qualquer seguro para representar a selecção.

“Nas vésperas de eu ir para Abidjan estive na casa do Ivan para convencê-lo a regressar à selecção. Até o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, também interveio nesta situação, mas sem sucesso. Em muitos países vemos jovens a morrer pela pátria. Uma pessoa é capaz de jogar pelo seu país independentemente de seguro ou não. De qualquer forma, o Ivan Almeida foi a única pessoa que perdeu esta chance de jogar o Afrobasket”, prossegue Kitana Cabral, dizendo que a FCBB fez tudo para regularizar o jogador na sua nova equipa.