Africa Basquetebol

12 julho 2013

ANGOLA : Título africano deve servir de alerta - seleccionador

Luanda - O título africano de basquetebol conquistado pela selecção nacional masculina de sub-16 deve servir de alerta para o país não se acomodar, uma vez que a realidade interna a nível de formação é menos boa, disse hoje, em Luanda, o seleccionador Manuel Silva “Gi”.
 
Falando à Angop o estado da modalidade em Angola, o treinador apontou o fraco nível competitivo e a falta de regularidade nas provas, o desajuste entre os calendários de seniores, juniores e juvenis como algumas das causas desta sua apreciação.
De acordo com Gi, 45 anos de idade, o quadro competitivo tem que ser reestruturado, tornando as provas regulares, com duas voltas no torneio de abertura, todos contra todos, contrariamente a divisão por grupos como tem sido.
“Os miúdos precisam do maior número de jogos possíveis e uma prova todos contra todos é o mais indicado, faz-se um número de partidas aceitável e aumenta a competição”, justificou.
Comentou o facto de, ao contrário do passado, existir poucos jogadores a fazerem dupla categoria júnior/sénior, apontando o desfasamento no calendário de ambos como motivo.
“Já não há miúdos a fazerem dupla com os seniores como antes porque eles começam a trabalhar em Fevereiro com a época sénior a terminar e nesta altura é difícil enquadrares um júnior”, disse.
Defendeu a necessidade de a temporada ser uniformizada com os escalões de formação para se continuar a potenciar as selecções jovens com atletas bem preparados.
 Adiantou que o título vai servir de mola impulsionadora para se apostar mais nas camadas jovens, pois acredito que o órgão reitor da modalidade não vai se acomodar com o troféu.
 Manuel da Silva, que foi campeão pela equipa portuguesa Física de Torres Vedras em juvenis, tendo menção honrosa da parte das entidades autárquicas pelo contributo no basquetebol, disse que os pais também jogam papel importante no processo de formação dos atletas.
 Na sua opinião, os mesmos devem ser mais interventivos durante a formação dos filhos, conversando com os técnicos e com os próprios jogadores, participando de forma activa neste processo.
Acrescentou que o basquetebol jovem em Angola precisa de mais apoios por parte dos clubes e das entidades responsáveis pelo desporto no geral para que sirva de garante ao escalão principal.
“É frequente nos jogos dos escalões de formação faltar árbitros, é possível dizer que estamos bem assim”, questionou, realçando que a imprensa joga um papel importante no desenvolvimento da modalidade, com mensagens encorajadoras e criticas construtivas.