Africa Basquetebol

20 outubro 2012

ANGOLA : Federação e Clubes estão de costas viradas


Sorteio do Campeonato Nacional de basquetebol em seniores masculinos foi marcado por acessos debates
Fotografia: Jornal dos Desportos
Os clubes participantes no Campeonato Nacional de basquetebol em seniores masculinos mostraram-se indignados pela forma como a direcção técnica da Federação Angolana de Basquetebol conduziu, na última quinta-feira, a reunião técnica da referida competição.

Depois de terem sido notificados através do comunicado número 64, que adiantava, como agenda de trabalhos, a discussão e aprovação do modelo de competição, do regulamento da prova e o sorteio da prova, os representantes dos clubes foram surpreendidos pelo órgão reitor da modalidade que entrou para a reunião técnica já com os moldes de disputa definidos, situação que gerou acessos debates.

A direcção técnica da FAB havia definido que a fase regular do Campeonato Nacional, com início previsto para 17 de Novembro, seria disputado no sistema de todos contra todos a duas voltas, ao passo que a fase de grupos seria jogada no sistema de todos contra todos a uma volta, devendo o primeiro classificado beneficiar de um ponto de bonificação, além de efectuar quatro jogos consecutivos na condição de equipa visitada.
Os clubes Recreativo do Libolo, Interclube e Petro de Luanda reprovaram o modelo previsto por, segundo eles, ferir a verdade desportiva, e acusaram a direcção da FAB de estar a impor a sua vontade, sem respeitar a opinião das agremiações que, no entender dos seus delegados, são os principais actores. Depois de acessos debates, a direcção técnica da FAB viu-se forçada a recuar na sua decisão e aceitou a proposta apresentada pelos clubes, que defendiam que a fase de grupos fosse também jogada no sistema de todos contra todos a duas voltas. Outro ponto que mereceu acesos debates foi o relacionado com o ponto de bonificação que o primeiro classificado recebe à entrada da “Final Four”.
 Neste particular, Libolo, Interclube e as demais agremiações mostraram-se indiferentes, ao passo que o Petro de Luanda, que se fez representar no acto pelo vice-preisidente para o basquetebol, Benjamim Romano, e Manuel da Silva “Gi”, técnico-adjunto, defenderam que as equipas à entrada para a última fase estivessem em igualdade de circunstâncias.
Perante esta indefinição, a direcção técnica submeteu proposta a votação e mais uma vez a decisão da maioria prevaleceu. O secretário-geral da FAB, Tony Sorimento, que auxiliou o director ténico da federação, Nuno Teixeira, argumentou que o actual modelo de disputa do “Nacional” é o mais acertado, na medida em que as 11 equipas que disputam a competição terminam a época desportiva com o mesmo número de jogos, ao contrário do modelo de “play-off”, que beneficia apenas as equipas que lutam pelo ceptro, já que as demais ficam cerca de quatro meses sem competir. Este ano, o país realiza o Campeonato Nacional de Basuqtebol pela 35ª vez.

ÉPOCA 2012/2013
Tony garante prova regular


Ao contrário da época anterior, em que as sucessivas greves dos árbitros acabaram por manchar a temporada, este ano, a direcção da Federação Angolana de Basquetebol prometeu realizar uma competição regular, segundo fez saber Tony Sofrimento, Chefe do Gabinete Técnico e de Formação e secretário-geral da FAB.
“Estamos a trabalhar no sentido de fazermos uma prova regular, respeitando as datas previamente marcadas”, assegurou o executivo da FAB. A fase regular, a ser disputada no sistema todos contra todos a duas voltas, arranca a 17 de Novembro, devendo a primeira volta terminar a 20 de Dezembro. O período que vai de 4 a 15 de Janeiro está reservado a jogos em atraso da primeira volta, em face do engajamento dos clubes angolanos na fase final da Taça dos Clubes Campeões Africanos, com palco em Malabo, Guiné Equatorial.
A segunda volta da fase regular começa a 18 de Janeiro de 2013 e termina a 9 de Março. A fase de grupos começa a 29 de Março e termina a 13 de Abril, ao passo que a fase final é jogada de 26 de Abril a 19 de Maio. As partidas da 35ª edição do “Nacional” disputa-se às sextas e sábados, sendo excepcionalmente realizados jogos às terças-feiras. Na temporada transacta, a direcção técnica da FAB viu-se forçada a retirar duas voltas à fase final devido às paragens constantes da prova, motivadas pelas greves dos árbitros, que exigiam o pagamento dos seus subsídios na totalidade.
MC.
REACÇÕES
Romano considera “absurda” decisão da FAB


O vice-presidente para o basquetebol do Petro de Luanda, Benjamim Romano, cosiderou de “absurda” a atitude da direcção técnica da Federação Angolana de Basquetebol, que havia notificado os clubes para discutir o modelo de competição do “Nacional” e o seu regulamento, quando, na verdade, estes assuntos já estavam decididos. “É incompreensível. Como é que a federação convoca os clubes para uma reunião que tinha três pontos para serem discutidos, nomeadamente, modelo de competição, regulamento da prova e sorteio, e na hora não se cumpre a agenda que eles próprios criaram? Enquanto a FAB continuar a impor a sua vontade, sem ouvir os principais intervenientes, nunca iremos a lado nenhum”, afirmou o vice-presidente para o basquetebol dos petrolíferos da capital, que “abandonou” a sala de reuniões com os nervos à flor da pele.

Já o director-geral do Libolo, Nelson Oliveira, afirmou no final do encontro “que gostou da forma democrática como os assuntos foram debatidos”.
Questionado sobre os objectivos da equipa para a temporada 2012/2013, aquele responsável garantiu que a sua agremiação vai lutar para manter o título de campeão nacional, além de apostar noutras provas. Manuel de Sousa “Necas”, técnico-adjunto do Interclube, mostrou-se satisfeito com o sorteio, onde na primeira jornada enfrentam o actual campeão nacional, o Libolo. “Para nós, é motivo de grande satisfação começar a competir com o campeão nacional em título. Para esta temporada, vamos procurar melhorar a prestação da edição passada”, disse. Das 11 equipas inscritas, apenas o ASA e o Sporting de Cabinda não enviaram os seus representantes ao sorteio. MC