Africa Basquetebol

23 dezembro 2011

MOÇAMBIQUE : LIGA NACIONAL DE BASQUETEBOL EM SENIORES MASCULINOS: Nova “locomotiva” de volta ao continente

ARREDADO dos palcos continentais nos últimos anos, o Ferroviário, renovado e com um horizonte mais lato, regressa à África no próximo ano, na sequência do título nacional da bola-ao-cesto conquistada domingo, um feito visto como o ressurgir da “locomotiva” e a coroação de um fecho da época verdadeiramente em grande.
Apesar de algumas vozes entenderem que o Ferroviário não tem equipa para África, uma vez que, à excepção dos internacionais Octávio Magoliço, Custódio Muchate e Gerson Novela – os dois primeiros, inclusive, chamados a reforçar outros emblemas nas competições continentais – os restantes atletas praticamente não possuem experiência suficiente para enfrentar a Taça dos Campeões de África, os “locomotivas” preferem esperar para ver, até porque ainda há muito tempo pela frente para pensar nesse assunto.
Por enquanto, os verde-e-branco estão a festejar. Uma festa que, segundo o técnico Carlos Aik, tem um sabor muito especial, considerando o facto de o triunfo ter sido sofrido, confirmado apenas nos derradeiros e segundos e perante um Desportivo que se bateu com galhardia.
Comentando o facto de o Ferroviário com rosto de campeão ter surgido precisamente no final da temporada, o treinador diz que, basicamente, o mais importante é a forma como se acaba e não como se começa e, neste caso concreto, os “locomotivas”, felizmente, acabaram bem.
“É verdade que, honestamente, gostaríamos de ter ganho outras provas porque, para mim, até tínhamos condições para tal, mas, por ordem de prioridades, hierarquicamente a Liga Nacional era a primeira competição cujo objectivo era realmente ganhar, já que é a mais importante do país”, considerou Aik.
Apesar de tudo, segundo julga o “mister”, ao longo do ano o Ferroviário podia ter trabalhado um bocadinho melhor, podia ter tido outro tipo de atitude relativamente às provas, principalmente ao Campeonato da Cidade do Maputo, que é a competição mais renhida e bem disputada.
Especificamente no que diz respeito ao embate decisivo com o Desportivo, Aik disse que, normalmente, as finais não são para jogar bem, nem para jogar mal, mas sim para ganhar.
“De qualquer forma acho que nós, pelo controlo do jogo que tivemos durante a maior parte do tempo, não precisávamos de chegar a este extremo e nem sequer havia necessidade de sofrermos até ao fim. Aliás, mesmo perto da conclusão da partida tínhamos o resultado praticamente controlado e estávamos com uma vantagem de oito pontos. No entanto, os atletas, como qualquer outro ser humano, cometeram alguns erros na parte final, o que acabou ditando toda aquela emoção que se viveu no fim. Mas também tem o seu sabor ganhar o jogo com sofrimento, porque uma final é sempre uma final, e os meus jogadores estão de parabéns”, concluiu Carlos Aik, que se afirmou habituado a conquistar títulos nacionais.
MVP aos 20 anos
O Melhor Jogador (MVP) da Liga Nacional de Basquetebol é um jovem “locomotiva” de 20 anos. Trata-se de Ermelindo Novela, que se diz bastante feliz pela distinção, sobretudo por acontecer na sua primeira temporada na categoria de seniores e ter juntado, também, o título nacional.
“Isso quer dizer que estou a trabalhar e vou continuar a trabalhar para ser MVP nos próximos anos. Não vou baixar a cabeça e nem me envaidecer por esta distinção”, referiu Ermelindo.
Nado nos Jogos Escolares, onde representou a província de Maputo nos Festivais Nacionais, o jovem MVP classificou a final de extremamente dura e que, para o efeito, a sua equipa já estava com a lição devidamente estudada, conhecendo as características competitivas do Desportivo. “Trabalhámos para superar todas as barreiras e conseguimos. Somos campeões com todo o mérito e isso foi provado nas quatro linhas”, vincou.
Para além de Melhor Jogador do campeonato, Ermelindo Novela foi escolhido para o “Cinco Ideal”, juntamente com o seu colega Custódio Muchate, Armando Baptista, do Ferroviário da Beira, Amarildo Matos, do Desportivo, e Fernando Manjate, do Maxaquene.