Africa Basquetebol

07 setembro 2011

MOÇAMBIQUE : JOGOS AFRICANOS MAPUTO 2011 - Básquete feminino: Anabela Cossa: a gostosa cereja no cimo do bolo…

OS espectadores mais sensíveis correram sérios riscos de apanhar um colapso cardíaco. É verdade que prezamos as nossas basquetistas e a sua carreira nos Jogos Africanos tem sido verdadeiramente deslumbrante. No entanto, fazerem-nos sofrer como ontem o fizeram, diante da Argélia, podia mesmo ter sido fatal. Mas ainda bem que temos na selecção as mãos mágicas da enguia Anabela Cossa, que precisamente sobre a buzina, após sofrer falta em baixo da tabela, se encarregou de converter os dois lançamentos livres e colocar Moçambique a vencer por um ponto 68-67.
Indubitavelmente, esta foi a partida em que os moçambicanos mais sofreram, tanto na bancada como nas quatro linhas. O desafio do dia anterior, face à Nigéria, tinha sido bastante complicado, até porque estava em causa a discussão do primeiro lugar do Grupo A. Porém, ontem, o facto de as argelinas terem assumido o comando do marcador (66-67), nomeadamente a cinco segundos do fim, na sequência da conversão de um lance livre, curiosamente, após falta de Anabela Cossa, pela primeira vez na prova, o público chegou a equacionar a possibilidade de derrota.
Só que, se no basquetebol um jogo vale sobretudo pelos seus segundos finais, então, mais do que o triplo de Sofia Saidani a estabelecer a igualdade (66-66) e do lance livre que proporcionou às magrebinas passarem à dianteira. Anabela Cossa, inquestionavelmente, entrou na história deste desafio. Um desafio disputado sob muita intensidade e no qual, caso não fossem alguns erros defensivos no quarto período, a nossa selecção podia muito bem ter vencido sem sobressaltos, se considerarmos que chegou a desfrutar de uma vantagem de 14 pontos.
Mas ainda bem que as argelinas foram uma formação batalhadora e que acreditou no triunfo até às últimas consequências, pois esse sofrimento obrigou a selecção anfitriã a encontrar melhores estratégias atacantes para se desenvencilhar daquele adversário. E não foi nada fácil. Ana Flávia Azinheira esteve impecável na concretização, Deolinda Ngulela a armar o jogo, Anabela Cossa a marcar e fazer marcar, Leia Dongue e Deolinda Gimo no jogo nas alturas, mas as argelinas apresentaram-se muitíssimo bem estrategicamente, ao saberem esperar pelo melhor momento para atacar a discussão do resultado.
Acabou, desse modo, por ser uma partida com uma ponta final imprópria para cardíacos, com Anabela Cossa a ser a cereja no cimo de um bolo que corria o risco de ter um sabor acre.
Jogaram e marcaram: Valerdina Manhonga (0), Deolinda Ngulela (7), Ana Flávia Azinheira (15), Anabela Cossa (7), Zinóbia Machanguana (1), Cátia Halar (6), Carla Silva (4), Leia Dongue (7), Ruth Muianga (2), Ondina Nhampossa (3), Odélia Mafanela (8) e Deolinda Gimo (8).