ANGOLA : Fim do ciclo de vitórias
O brilhante castelo que a Selecção Nacional construiu durante duas décadas e meia, cuja primeira pedra, data dos anos 80, com a conquista do Campeonato Africano de Juniores, a que se seguiu o de seniores, foi ontem “assaltado” pela selecção da Tunísia que pela primeira vez no seu historial arrebatou o título de campeão africano. Depois de ter experimentado por duas ocasiões o pódio, a Selecção Nacional conquistou o seu primeiro título africano em 1989, competição realizada em Luanda.
Seguiram-se as conquistas de 1991, 1993 e 1995. O continente africano conhecia então, uma nova potência a nível da “bola ao cesto”.O ciclo de conquistas da Selecção Nacional veria a ser quebrado em 1997, no Campeonato Africano das Nações, no Senegal. Em 1999, o país chamava a si a organização do Afrobasket. E para não variar, já sob liderança de Mário Palma o cinco nacional voltou a arrebatar a medalha de ouro.
Posteriormente, a Selecção Nacional conquistou mais cinco títulos, fazendo seis títulos consecutivos, feito jamais alcançado por nenhuma selecção do mundo. Os angolanos ainda detêm o maior número de conquistas, num total de dez, contra cinco, do Egipto.
MC, em Antananarivo
Nigéria conquista bronze
A Nigéria mostrou ser uma das melhores equipas da actualidade e conquistou a terceira posição da XXVI edição do Campeonato Africano das Nações em Basquetebol, mercê da vitória ontem à tarde, no Palácio dos Desportos, de Antananarivo, diante da Costa da A partida espelhou o nível de evolução da modalidade no continente, onde os nigerianos mostraram que a histórica derrota frente à selecção angolana se deve à experiência do adversário.
Durante a partida, os nigerianos sempre estiveram à frente do marcador, embora a Costa do Marfim mostrasse estar esclarecida tanto nas variantes da defesa como do ataque. No quarto inicial, viu-se uma Nigéria ousada, mas o défice no ataque não permitiu grande distanciamento, em termos de pontuação, e superiorizou-se apenas por três pontos de diferença (20-17). No quarto seguinte, os terceiros classificados conseguiram dar conta das falhas cometidas na área de rigor e aumentaram a safra para 13 pontos (40-27).
Os marfinenses voltaram a recompor-se na segunda parte e encurtaram a distância para quatro pontos no terceiro quarto (58-54). Porém, fruto da melhor projecção nigeriana, sobretudo, no ataque, sentenciou o desfecho com a vantagem de 77-67.
Hélder Jeremias, em Antananarivo
Tunísia arrebata
1º anel continental
Edição Ano Organização Ouro Prata Bronze
I 1962 Egipto Egipto Sudão Marrocos
II 1964 Marrocos Egipto Marrocs Palestina
III 1965 Tunísia Marrocos Tunísia Argélia
IV 1968 Marrocos Senegal Marrocos RCA
V 1970 Egipto Egipto Senegal Tunísia
VI 1971 Senegal Senegal Egipto Mali
VII 1974 RCA RCA Senegal Tunísia
VIII 1975 Egipto Egipto Senegal Sudão
IX 1977 Senegal Senegal C. Marfim Egipto
X 1980 Marrocos Senegal C. Marfim Marrocos
XI 1981 Somália C. Marfim Egipto Somália
XII 1983 Egipto Egipto ANGOLA Senegal
XIII 1985 Costa do Marfim C.Marfim ANGOLA Egipto
XIV 1987 Tunísia RCA Egipto ANGOLA
XV 1989 Angola ANGOLA Egipto Senegal
XVI 1991 Egipto ANGOLA Senegal Egipto
XVII 1993 Quénia ANGOLA Egipto Senegal
XVIII 1995 Argélia ANGOLA Senegal Nigéria
XIX 1997 Senegal Senegal Nigéria ANGOLA
XX 1999 Angola ANGOLA Nigéria Egipto
XXI 2001 Marrocos ANGOLA Argélia Egipto
XXII 2003 Egipto ANGOLA Nigéria Egipto
XXIII 2005 Argel ANGOLA Senegal Nigéria
XXIV 2007 Angola ANGOLA Camarões Cabo Verd
XXV 2009 Líbia ANGOLA C.Marfi Tunísia
XXVI 2011 Antananarivo Tunísia Angola Nigéria
Obrigado Jaime Covilhã
Apesar de ter perdido a final da XXVI edição do Campeonato Africano das Nações, a Selecção Nacional que a partir das meias-finais passou a ser conduzida pela dupla técnica angolana Jaime Covilhã e Artur Casimiro Barros, dignificou o prestígio alcançado há mais de 20 anos. Por isso, o meu muito obrigado ao técnico Jaime Covilhã.
Melo Clemente
Classificação
1º Tunísia
2º Angola
3º Nigéria
4º Costa do Marfim
5- Senegal
6º RCA
7º Camarões
8º Marrocos
9º Mali
10º Moçambique
11º Egipto
12º Rwanda
13º Madagáscar
14º África do Sul
15-º Chade
16º Togo
Angola perde com a Túnisia
A Selecção Nacional perdeu ontem a final da XXVI edição do Campeonato Africano das Nações, diante da sua similar da Tunísia, por 56-67. Com este triunfo, os tunisinos apuraram-se directamente para os Jogos Olímpicos de Londres, que decorrem entre 28 de Julho a 12 de Agosto de 2012. Ao contrário das partidas anteriores, nas quais a Selecção Nacional mostrou determinação e sobretudo força para superar as adversidades, ontem, os decacampeões africanos estiveram apáticos.
O quarto inicial foi desastroso para os decacampeões africanos, apesar de terem equilibrado em algumas etapas da partida. Os tunisinos foram mais fortes nos lançamentos a longa distância, ao contrário do cinco nacional, e terminaram o primeiro período com uma vantagem de 12 pontos (9-21). No segundo quarto, a Selecção Nacional melhorou a defesa e efectuou uma incrível recuperação de 21 pontos de diferença, para 11 ao cabo dos primeiros 20 minutos.
Joaquim Gomes “Kikas” e Felizardo Ambrósio eram os únicos que conseguiam superar as torres tunisinas. E quando se esperava por uma reacção mais aguerrida do cinco nacional na etapa complementar, eis que os pupilos de Jaime Covilhã claudicaram, ao contrário dos tunisinos que afastaram nas meias-finais a Costa do Marfim, até então vice-campeão africana. Os angolanos tentaram recuperar até aos dez pontos, mas o adversário esteve determinado em quebrar o ciclo vitorioso dos decacampeões.
Opinião dos técnicos
Jaime Covilhã |Angola
“Foi uma vitória justa”
O técnico principal da Selecção Nacional, Jaime Covilhã, reconheceu no final da partida, a supremacia dos tunisinos sobre os angolanos.“Penso que foi uma vitória justa da selecção da Tunísia, porque ao longo da partida mostrou maior maturidade competitiva. Quero dar os parabéns aos meus jogadores, porque foram de facto verdadeiros heróis”, disse o jovem técnico.
Adel Tlatli |Tunísia
“Vencemos
o jogo na táctica”
Adel Tlatli, visivelmente emocionado pela conquista da XXVI edição do Campeonato Africano das Nações, afirmou que o triunfo da sua selecção esteve na táctica. “Tivemos pela frente uma grande selecção. Tacticamente, estivemos muito bem e acredito que foi aí que conseguimos derrotar a selecção de Angola”, disse Adel Tlatli.
Salah o melhor
O poste salah Mejri, da Tunísia, foi eleito Jogador Mais Valioso da XXVI edição do Campeonato Africano das Nações que ontem terminou na capital malgaxe. Apesar de não ter brilhado na final, Salah foi durante a primeira fase e posteriormente nos oitavos, quartos e meias-finais, o atleta mais preponderante da sua selecção.
Carlos Morais no cinco ideal
O extremo base do Atlético Petróleos de Luanda e da Selecção Nacional, Carlos Morais, constou do cinco ideal da XXVI edição do Campeonato Africano das Nações, competição que ontem disse adeus, com a consagração da selecção da Tunísia. Os actuais campeões africanos colocaram três jogadores, Marouan Kechrid, Macram Ben e Salah Mejri. Completou a lista o nigeriano ImeUdoka.
Melo Clemente
Ficha técnica
Pavilhão: Palácio dos Desportos
Capacidade: Cinco mil
Arbitragem: Anastasios Piloidis (Grécia), Joseph Bissang (França), Vitalis Gode (Quénia)
Comissário: Fode Conde
Angola: Valdelício Joaquim (0), Armando Costa (2), Carlos Morais (17), Domingos Bonifácio (11), Simão Santos (0), Leonel Paulo (0), Joaquim Gomes “Kikas” (11), Miguel Kiala (0), Felizardo Ambrósio (11), Jorge Tati (0), Milton Barros (0), Eduardo Mingas (4)
Treinador: Jaime Covilhã
Tunísia: Radhouane Slimane (1), Marouan Laghnej (4), Amine Maghrebi (0), Mourad Mabrouk (3), Marouan kechrid (21), Mohamed Hadidane (15), Lassaad Chouaya (0), Mohamed Ghyaza (3), Macram Ben (4), Amine Rzig (14), Toumi Zied (0), Salah Mejri (2)
Treinador: Adel Tlatli
Marcha do marcador:
9-21, 29-40, 41.54, 56-67
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