Africa Basquetebol

05 maio 2011

ANGOLA : Pires Pereira aplaude iniciativa


O ex-presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), Pires Ferreira, homem que conduziu uma das instituições desportivas mais importantes do país, aplaudiu a realização amanhã, sexta-feira, dia 6, na província de Benguela, do I Encontro Nacional do Basquetebol, uma organização do órgão reitor da disciplina. O actual presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Provincial de Basquetebol de Cabinda, que dirigiu a FAB por um período de 16 anos, sendo oito na condição de vice-presidente e outros oito na qualidade de presidente de direcção, afirmou que espera ver debatido neste I Encontro Nacional, os principais problemas que afligem a modalidade mais titulada do país a par do andebol feminino, com dez títulos africanos, por formas a saírem subsídios que possam engrandecer ainda mais o basquetebol angolano.

“Este encontro do basquetebol é um fórum bastante importante, na medida em que dele poderão sair decisões que, certamente, darão o impulso necessário ao desenvolvimento da modalidade nas mais diversas esferas. Aquelas que são mais sensíveis, e eu poderei citar algumas, como a questão por exemplo, da massificação, do fomento do basquetebol como via para assegurar uma gestão equilibrada e harmoniosa da modalidade, quer do ponto de vista da sua qualidade, e quer os seus efeitos a nível daquilo que são os compromissos da modalidade e da federação, a nível da zona, continente e do mundo”, prognosticou o antigo homem forte da FAB.

Para Pires Ferreira, o facto do órgão reitor da modalidade ter agendado a “discussão” para apenas um dia, não significa que nela possam sair contributos valiosos para a disciplina que se quer cada vez mais ganhadora não apenas nos seniores masculinos mas sim, nos escalões inferiores, em ambas as classes. “Devemos atirar a tónica para a rentabilidade que nós pretendemos, ou seja, auspiciamos que este encontro seja positivo, independentemente da sua duração. Porque, repare, nós vimos falando deste Encontro Nacional do Basquetebol já há bastante tempo e, deve aqui dizer, que ainda no meu mandato nós já fazíamos referência a ele, como algo importante para a definição das linhas de força da gestão do basquetebol”.

O dirigente afirmou que, com uma estratégia de gestão deste mesmo acontecimento, uma gestão eficiente, é possível recolher contributos que depois de aprovados com prévia discussão, como é evidente, possam servir para o engrandecimento da modalidade.
O antigo dirigente federativo ressaltou o facto de, neste fórum, serem chamadas todos aqueles que, de uma forma directa ou indirecta, estão ligados à disciplina.

“Outro aspecto positivo desta reunião, chamemos assim, é facto de aglutinar pessoas que estão ligadas à modalidade ocupando os mais diversos cargos, incluindo mesmo aqueles que são apenas amantes e amigos da disciplina, mas que possam estar à mesma mesa e discutir os mais diversos problemas para se encontrar as soluções”, disse o antigo presidente da FAB.

“Agentes devem apostar
na criação da Liga Profissional”

Antigo presidente da FAB justifica a sua decisão devido à maior experiência acumulada ao longo dos anos.
Melo Clemente. A criação, brevemente, de uma Liga Profissional de Basquetebol será um dos temas a ser abordado no I Encontro Nacional de Basquetebol que a cidade das acácias rubras, Benguela, acolhe amanhã, sexta-feira. Para Pires Ferreira, os agentes ligados à modalidade e, em particular, os clubes, deviam apostar já na criação de uma Liga Profissional. “Eu acho do ponto de vista daquilo que é a nossa experiência, estou a falar da experiência dos clubes, dirigentes de um modo geral, do posto de vista do nível da nossa competição interna, justifica-se, plenamente, a criação de uma Liga Profissional. Ou seja, do ponto de vista subjectivo nós podemos e devemos evoluir para a criação de uma Liga.

Agora, a Liga é exigente, é um órgão que vai substituir aquilo que a federação tem feito no que toca à organização da competição, refiro-me os campeonatos nacionais e taças de Angola”. Entretanto, a massificação e o fomento da modalidade são dois dos temas que o nosso interlocutor gostaria ver debatido durante este Encontro Nacional. “A questão do fomento e da massificação deve constar dos temas a serem debatidos durante o conclave, apesar de isso ser um ponto que nos diversos mandatos foi se sucedendo na Federação Angolana de Basquetebol, um ponto de reconhecida importância. Mas a verdade é que, na prática, nós vemos pouco os resultados”. A formação deve merecer, igualmente, atenção dos participantes. “ Outra questão importante é formação. A formação a nível de todos os agentes que integram a nossa modalidade, desde os técnicos, jogadores e dirigentes”.

Temas como a participação dos clubes na gestão da competição sénior masculina (Criação da Liga), apoio do Estado ao desenvolvimento do desporto, a responsabilidade e posicionamento das diferentes estruturas da FAB e a ética no inter-relacionamento, a naturalização de atletas/oportunidades ou imperativo do desporto globalizado, o perfil do atleta nacional e a caracterização técnica do basquetebol angolano/seu impacto na competição internacional, vão dominar o I Encontro Nacional do Basquetebol. Para dissertar sobre os temas acima referenciados foram convidados Vitorino Cunha, ex-seleccionador nacional dos decacampeões africanos e Raul Duarte, técnico principal do Recreativo do Libolo, entre outros.

Dirignte aposta
na revalidação do Afrobasket

O actual presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Provincial de Basquetebol de Cabinda acredita que a revalidação do título africano será uma realidade, apesar de em alguns círculos a conquista do troféu ser posta em causa. “Eu tenho a plena consciência de que a nossa Selecção Nacional vai conquistar o Afrobasket do Madagáscar e marcará pela sexta vez consecutiva presença nos Jogos Olímpicos”, assegurou o antigo presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB). Mas, segundo diz, para tal é necessário colocar à disposição da equipa técnica as melhores condições de trabalho para que esta consiga dar o seu máximo para a consumação do objectivo primário, que é a reconquista do Afrobasket. “É preciso termos consciência que a revalidação só será possível se colocar-se à disposição do corpo técnico as melhores condições de trabalho”, alertou Pires Ferreira. MC

Competição feminina
deve ser melhorada

O estado em que se encontra o basquetebol feminino, que ano após ano vai perdendo o número de praticantes, também mereceu uma atenção especial do nosso entrevistado. “Sem querer apontar o dedo para a actual gestão, o problema do sector feminino já vem de ao longo dos anos, inclusive dos meus mandatos. Agora, é preciso que Federação, em parceria com as associações provinciais, trabalhem em conjunto para inverter o actual quadro que é bastante crítico”, disse.

Além dos esforços que as associações e a federação devem empreender, os governos províncias também são chamados a dar o seu contributo para o engrandecimento do sector feminino. “A sociedade toda devia estar unida para o apoio ao desporto e, neste particular, ao basquetebol porque entendo que Estado não pode ser o único patrocinador”, finalizou António Pires Ferreira. MC