MOÇAMBIQUE : ELIMINATÓRIAS DA ZONA VI: Aposta na transição para Afrobásquetebol
TRANSITAR para os Campeonatos Africanos de Basquetebol, a serem disputados nos meados deste ano, eis a bandeira que as selecções nacionais de seniores masculinos e femininos transportam para Joanesburgo, cidade que a partir de domingo será palco da fase de apuramento da Zona VI para as duas maiores competições da bola-ao-cesto continental.
Sem embandeirar em arco, as formações moçambicanas acreditam no sucesso na terra do rand, donde deverão carimbar o passaporte rumo ao Afrobásquete de Masculinos, a ter lugar em Agosto, na Costa do Marfim, e de Femininos, a realizar-se em Outubro, no Mali. Apesar das festas natalícias e do fim do ano nas últimas duas semanas, o trabalho, globalmente, não foi perturbado, tendo os atletas se compenetrado nesta árdua missão de levar o país à conquista do lugar na fina-flor africana.
O apuramento zonal estava previsto para arrancar no sábado, mas, devido ao número exíguo de selecções participantes, foi adiado para domingo. Em masculinos, estarão em Joanesburgo a anfitriã África do Sul, Moçambique, Zimbabwe, Malawi, Botswana e provavelmente Zâmbia, enquanto em femininos a prova será disputada por sul-africanas, moçambicanas e zimbabweanas.
Pelo facto de comportar apenas três equipas, a prova feminina seta disputada no sistema clássico de todos contra todos, em duas voltas, enquanto a masculina conhecerá um percurso de todos contra todos, numa única volta. No entanto, em face da incerteza dos zambianos e da provável desistência dos tswanas, pode ser que também a competição masculina venha a realizada numa volta.
Angola, na qualidade de campeã africana em masculinos e de terceira classificada em femininos, está isenta das eliminatórias zonais, pelo que não marcará presença agora na África do Sul, uma vez apurada automaticamente para o Afrobásquete.
A Zona VI qualifica para o Campeonato Africano uma única selecção, daí ser imperiosa a conquista do primeiro lugar. Mas a competição de Joanesburgo servirá, igualmente, de apuramento para os Jogos Africanos de Maputo-2011. Nestas circunstâncias, e tendo em conta que Moçambique tem presença garantida na prova, o segundo classificado terá vaga garantida na olimpíada continental.
PRATA DA CASA
Por enquanto, tanto na selecção masculina como na feminina, os técnicos Milagre Macome e Carlos Alberto Niquice (Bitcho) optaram pela prata da casa, isto é, preferiram efectuar a eliminatória zonal com atletas que actuam intramuros, na perspectiva de dotá-los de competitividade internacional que muito lhes falta, já que este ano existem duas frentes: Jogos Africanos e Afrobásquete. No entanto, isto não quer dizer que estejam a ser preteridos os “estrangeiros”, pois na altura devida serão chamados a emprestar a sua colaboração e experiência à selecção.
Uma vez ausente o seleccionador nacional, o espanhol Joseba Garcia, que foi passar férias no seu país, após conquistar pelo Maxaquene a Liga Vodacom, a turma masculina trabalha sob o comando de Milagre Macome, coadjuvado por Carlos Ferro. O “mister” não esconde a obrigação que sente em relação à qualificação, apesar da forte oposição que terá dos sul-africanos, ainda mais a actuarem no seu ambiente.
Macome fala do valor dos seus atletas, da sua margem de progressão e, acima de tudo, da sua vontade férrea de ganhar a qualificação para o Afrobásquete, a principal montra da bola-ao-cesto continental. Aliás, nas últimas edições, Moçambique vem marcando presença regular no campeonato, pelo que esta é mais uma aposta dos jogadores no sentido de estarem na Costa do Marfim, em Agosto.
Para a campanha Joanesburgo, o seleccionador vinha trabalhando com os seguintes atletas: Pio Matos Jr., Augusto Matos, Igor Matavele, David Canivete Jr., Sete Muianga e Custódio Muchate (Desportivo); Sílvio Letela, Stélio Nuaila, Fernando Manjate e Samora Mucavele (Maxaquene); Gerson Novela, Edson Monjane e Octávio Magoliço (Ferroviário de Maputo); André Velasco, Ismael Nurmamade e Sérgio Macuácua (Ferroviário da Beira); Elton Mazive e Luís de Barros (Costa do Sol).
No que diz respeito aos femininos, a probabilidade de apuramento é maior. A diferença de nível com as sul-africanas é mais acentuada, conforme se viu no último Afrobásquete, em Madagáscar. Aliás, fazendo fé na crença das suas atletas, o técnico Carlos Alberto Niquice afirma que a selecção deve chegar à África do Sul e cumprir a sua obrigação de vencer.
Ao longo deste período de preparação, o treinador esteve e trabalhar com Anabela Cossa, Valerdina Manhonga, Inguivild Mucauro, Odélia Mafanela, Leia Dongue e Filomena Micato (Desportivo); Nádia Rodrigues, Ondina Nhampossa e Amélia Macamo (Maxaquene); Aleia Rachide, Delmira Castro e Marta Ganje (A Politécnica); Carla Silva, Nádia Zucule e Deolinda Gimo (Ferroviário).
As selecções moçambicanas seguem hoje para Joanesburgo, donde regressam no dia 16.
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