Africa Basquetebol

03 novembro 2010

ANGOLA : Preocupada com a falsificação de idades na formação


A adulteração de idades detectada no seio dos atletas dos clubes filiados na Associação Provincial de Basquetebol da Huíla (APBH) está a impedir o arranque do campeonato local da modalidade nos escalões de iniciados, cadetes e juniores. Henriques Albano, secretário-geral da Associação de Basquetebol da Huíla, sublinhou que este fenómeno propalado em todo o mundo deve ser banido no sentido de não continuar a embaraçar o desenvolvimento desportivo no geral e, em particular, a modalidade no país.

“Lamentamos a forma como tivemos que retardar com o campeonato provincial porque agendamos o campeonato de iniciados, cadetes, juniores e seniores que deveriam arrancar todos na mesma data que foi ordenada. Feliz ou infelizmente nós estamos a encontrar um grande entrave com relação às inscrições dos iniciados, cadetes e juniores. É que os atletas não estavam a competir nos seus escalões devidamente orientados com a sua documentação”, confessou.

Revelou que todos os clubes da província estão com problemas de inscrição dos seus atletas, pois essas agremiações nunca foram reais em termos de entrega de documentação dos seus atletas. Por este andar da carruagem, a associação local da modalidade, aguarda até ao momento que os clubes se inscrevam, bem como tragam a documentação real dos atletas para se poder dar início do campeonato provincial nos escalões de formação.

De acordo com Henriques Albano, do “check-up” efectuado pela associação junto dos clubes viu-se que quem estava a jogar nos escalões de iniciados eram os cadetes; quem jogava na categoria de cadete eram os juniores, enquanto estavam a jogar nos juniores os seniores, o que não contribui para o futuro do basquetebol.

Atletas com identidade
de pessoas familiares

Associado a essa situação da adulteração das idades, o secretário-geral disse que há atletas que usam a identidade de irmãos. Referiu que para combater este mal que enferma em grande parte todas as modalidades no país, a APBH está a exigir no acto de inscrição dos atletas a documentação original, concretamente a Cédula Pessoal e o Bilhete de Identidade.

Sublinhou que no caso da entrega de uma cédula, o utente deverá apresentar o cartão de estudante para a associação junto da instituição escolar do aluno fazer um “check-up” e confirmar a veracidade dos factos, pois o que tem acontecido quando se faz uma investigação é que aparecem atletas a jogar com cédulas dos irmãos.

“Não tenho receio de dizer isso porque trazem cédulas dos irmãos. O mais ridículo é que sabem todos os dados do pai e da mãe e vêm jogar com a documentação do irmão. E nós estamos preocupados com esta situação vergonhosa. Por isso, queremos repor a verdade desportiva no basquetebol no tocante a identificação dos atletas que estão a competir”, frisou. Acrescentou que este é um trabalho que não pode ser feito somente na província da Huíla, por se tratar de um “veneno” que se regista a nível do país.

“E isto é uma chamada de atenção para a Federação Angolana de Basquetebol. Não pode permitir que atletas participem em campeonatos nacionais sem que para o efeito apresentem a documentação real. Quando a FAB não é exigente com a documentação de um determinado atleta no que diz respeito ao escalão, qualquer atleta compete. Daí, vamos continuar a ver o sénior a competir com um cadete, o sénior a jogar iniciado e isto é uma pouca-vergonha. Por isso é que o nosso basquetebol está num período de declínio muito forte que praticamente não conseguimos ver”, preveniu.