Africa Basquetebol

27 novembro 2010

ANGOLA : Interclube na final da Taça dos Campeões Africanos


O Interclube apurou-se para a final da 16ª edição da Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol sénior feminino, ao derrotar ontem, na Tunísia, o ABC de Abidjan (Cote d'Ivoire), por 64-47. Ao intervalo, as angolanas venciam por 31-18. Nas meias-finais a equipa angolana deixou pelo caminho o IMGS dos Camarões, depois de uma vitória por 77-27. Nas rondas anteriores, as representantes angolanas, derrotaram na jornada inaugural, o Sportif de Bizert (Tunísia) e o BBCM do Madagáscar, por 84-53, e 98-53, respectivamente. A prova decorre de 19 a 27 deste mês.

A fase de grupos contou com 10 equipas divididas em dois grupos de cinco. A equipa treinada por Apolinário Paquete vai defrontar hoje, na final, a vencedora da meia-final entre First National Bank da Nigéria e o Desportivo de Maputo de Moçambique, cujo resultado era por nós desconhecido até a hora do fecho desta edição. A presença na final vem confirmar a aposta da direcção do clube do Rocha Pinto, que reforçou-se de forma a vencer a competição.

FAB augura época positiva

O presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), Gustavo da Conceição, manifestou quinta-feira, em Luanda, o seu optimismo quanto a uma temporada 2010/20011 bastante positiva, a julgar pelo engajamento do seu elenco e demais agentes desportivos do país. Em declarações à Angop, no final do jogo da Supertaça Wlademiro Romero, no Pavilhão da Cidadela, vencida pelo 1º de Agosto, por 77-66, diante do Recreativo do Libolo, o também responsável máximo do Comité Olímpico Angolano (COA) referiu que o grande interesse de todos os envolvidos deixa boas perspectivas.

"Apesar de ser um início de época, posso garantir que foi um jogo muito bem disputado. Isso deixa boas perspectivas. Por isso, sei que muita gente ligada à modalidade e ao desporto, no geral, está engajada para ver o basquetebol sempre a trilhar os caminhos da organização e do êxito", disse. Acrescentou que a instituição que dirige vai continuar a primar pelos aspectos organizativos, para manter o prestígio já granjeado pelo basquetebol angolano no país e no estrangeiro.

Gustavo da Conceição considerou justa a posição tomada pelos árbitros, ao reclamarem pagamentos atrasados, o que levou ao adiamento da disputa do troféu de início da época, mas apelou aos homens do apito que tenham agora por um comportamento de verdadeira neutralidade no ajuizamento de situações de jogo na presente temporada desportiva. "Não posso condenar a atitude que tomaram, na medida em que era uma reivindicação justa, quando nós é que estávamos em falta.

Mas ainda bem que tudo se resolveu em consenso para o bem do basquetebol", frisou. A desistência da equipa do Desportivo da Huíla no Campeonato Nacional também mereceu atenção do responsável máximo da FAB, que expressou a sua tristeza, principalmente pelos investimentos feitos pelo Governo angolano em infra-estruturas desportivas naquela região, na altura do Afrobasket’2008, com a construção de pavilhão multiuso.

Desportivo desiste do "Nacional"
devido a dificuldades financeiras

A equipa sénior masculina de basquetebol do Clube Desportivo da Huíla vai falhar o XXXIII Campeonato Nacional da "bola ao cesto", por dificuldades financeiras. O anúncio oficial da desistência foi feito na última quarta-feira, 24, no Lubango, em conferência de imprensa, pelo presidente de direcção da Associação Provincial de Basquetebol da Huíla, Luís Garrido, quando radiografava o estado actual da modalidade nas terras altas da Chela.

Luís Garrido disse ser com "bastante mágoa" que a Huíla fica de fora do campeonato por razões financeiras, já que, na sua opinião, o projecto do Desportivo da Huíla, que está a ser desenvolvido há quatro anos, em termos de recursos humanos, "tem estado a apresentar resultados e até positivos". O presidente da Associação da Huíla referiu que a província esteve mais de 10 anos arredada da mais alta-roda do basquetebol, tendo, como incentivo a realização do Afrobasket no país e devido à boa vontade de algumas instituições particulares, apostadas, há quatro anos na prática da modalidade, sobretudo a nível do escalão de seniores.

Por esse motivo, acrescentou os amantes da modalidade, em geral, e a população huilana, em particular, vão estar privados de assistir, durante a época basquetebolística de 2010/2011, os jogos do "Nacional". Durante a conferência de imprensa, realizada na sede da Associação provincial de futebol da Huíla, (APFH), esclareceu que até à semana passada, havia esperança em ter a formação do Desportivo da Huíla a participar no "Nacional".

Luís Garrido sustentou que, a nível da associação, tudo foi feito para preservar a modalidade e tornar possível essa intenção do único representante huilano em basquetebol. Porém, não se encontrou o apoio de certas sensibilidades. O dirigente desportivo afirmou que foram contactados empresários do Lubango e de Luanda para apoiaram a equipa, reunindo 50 mil dólares para o início. Foi também abordada a questão com o próprio Desportivo da Huíla, clube que é filiado do 1º de Agosto, para que desse o passo seguinte, não tendo havido resposta deste. Adiantou que, no contacto mantido com a direcção do Desportivo, foi-lhe dito que já não havia dinheiro para o basquetebol sénior masculino.

"Não temos nada para dar ou fazer. O que tínhamos, tudo esgotou", citou. Disse mesmo não saber se a decisão tem a ver com a despromoção da equipa de futebol do clube do Girabola, pois, na sua opinião, muitos dirigentes têm o futebol como cartão de visita dos clubes. Luís Garrido afirmou que o primeiro passo não tem de ser dado pelo Governo da província da Huíla, mas pela Federação Angolana de Basquetebol (FAB). Salientou que, se houvesse uma aproximação entre a FAB e as associações, no geral, e em particular a da Huíla, hoje, o basquetebol na província da Huíla, ao nível dos seniores, não estaria no estado em que se encontra.

Indignado com a situação, afirmou que a província tem condições, em termos de recursos humanos, para ter duas equipas na categoria de seniores e acrescentou que, por este e outros motivos, “nós, associação da Huíla, apontamos o dedo à FAB, por ser a primeira mentora ou uma das culpadas da situação do basquetebol a nível da alta competição aqui na província. Não estamos a pedir dinheiro”, rematou.
Gaudêncio Hamelay, no Lubango