Jogadores do Promade clamam pagamento de salários
Representante de Cabinda pode desistir do Nacional
Fotografia: Jornal dos Desportos
Os atletas da formação sénior masculina de basquetebol do Promade Misto de Cabinda estão desmotivados em virtude de não receberem os seus ordenados deste Outubro do ano passado, situação que tem contribuído para a baixa de rendimento do conjunto nortenho que definiu como meta na presente época desportiva a melhoria do sexto lugar alcançado na edição transacta.
Apesar do começo auspicioso na segunda volta da trigésima segunda edição do Campeonato Nacional de Basquetebol em seniores masculinos, onde arrancaram duas soberbas vitórias na capital do país, Luanda, na dupla jornada do fim-de-semana, frente as formações da Universidade Lusíadas de Angola e do Sporting da Luanda, a quem venceu por 78-42 e 63-47 respectivamente, os índices motivacionais tendem a baixar a cada dia que passa, segundo fez saber o capitão da equipa mais ao norte do país, Cabinda, Luís Mário, atleta formado naquela agremiação desportiva.
"Primeiro gostaria de pedir as minhas sinceras desculpas ao treinador José Carlos Guimarães porque estou aqui a tratar de um assunto que afecta o grupo sem a permissão dele. Mas, na qualidade de capitão gostaria de afirmar aqui que de facto o grupo de um tempo a esta parte anda muito desmotivado, porque desde Outubro do ano passado que não recebemos os nossos salários. Esta situação tem se reflectido no desempenho do grupo", desabafou o base do Promade Misto de Cabinda.
O silêncio do maior patrocinador, no caso, o governo provincial de Cabinda, liderado agora por Mawete João Baptista, tem deixado ainda mais o grupo desesperado."Sinceramente não sabemos quando é que será resolvida a nossa situação porque até aqui o nosso patrocinador que como sabem é o governo provincial de Cabinda não tem se pronunciado em relação ao atraso salarial. Mas, apesar deste constrangimento nós temos tentado dar o nosso melhor a fim de dignificarmos o basquetebol de Cabinda.
Por isso, gostaria de apelar as autoridades de Cabinda no sentido de solucionarem o problema o mais rapidamente possível porque muitos de nós somos chefe de família e ficar cinco meses sem receber salário e penoso para nós", disse Luís Mário visivelmente agastado com a crise que se instalou na sua agremiação desportiva.Outro atleta interpelado pela reportagem do Jornal dos Desportos foi Casimiro Cardoso, basquetebolista que na época passada representou as cores do Grupo Desportivo Interclube.
"Penso que a situação já chegou ao extremo. O grupo está completamente desmotivado, nós temos família e vivemos unicamente do basquetebol, e é extremamente complicado quando acontecem situações do género. Desde já pedimos a compreensão do governo de Cabinda no sentido de resolver a nossa situação".
O poste do Promade Misto de Cabinda apontou mesmo a paragem dos trabalhos caso a situação não se resolva nos próximos dias.
"Penso que a solução será mesmo paralisar com os trabalhos caso a situação não se resolva”, alertou o poste.Entretanto, o Jornal dos Desportos apurou que o executivo da província de Cabinda liderado Mawete João Baptista prometeu sanar o problema mas a verdade é que a situação se mantém estacionária.
José Carlos está esperançado
na resolução do problema
Apesar da desmotivação apodera-se da equipa, o coordenador e mentor do projecto "Promade", José Carlos Guimarães, está esperançado que a situação que o clube atravessa nesta altura (falta de salários) poderá ser resolvido nos próximos tempos.Sem entrar em pormenores sobre os problemas que estão afectar a sua agremiação, o comandante do Promade Misto de Cabinda mostrou-se cauteloso, quando lhe foi indagado sobre a falta de motivação do grupo resultante do não pagamento dos salários.
"É um bom observador mas, a coisas que não adianta tu fugires e realmente apoderou-se da equipa a insegurança, falta de motivação mas continuo a dizer que são problemas de fórum interno. Eu particularmente continuo a acreditar que vamos todos juntos ultrapassar isso, mas há situações que são quase inevitáveis porque de facto é duro descrever o que se passa dento da equipa", desabafou o técnico.
Face a falta de pagamento dos salários o técnico José Carlos Guimarães afirmou que tem sentido dificuldades em reunir o grupo nas sessões de treinos."Vou para aquilo que é mais importante desportivamente. Vezes a em que não posso treinar com dez nem com doze porque a atletas que dizem treinador nós não estamos em condições de treinar porque temos muitos problemas sociais, problemas estes motivados por incumprimentos contratuais que é uma realidade mas que é uma fase da vida que temos que estar preparado é verdade, mas que tem sido muito difícil".
O coordenador do projecto "Promade"mostrou-se solidário com os seus atletas."Eu estou do lado dos meus atletas. São muitos anos, o que é importante e eu tenho transmitido isso ao grupo é que ninguém nos pode apontar o dedo dizendo que nós não trabalhamos, que nós não dignificamos quem nos apoio. Eu continuo a acreditar no nosso patrocinador, tenho a certeza que vamos ultrapassar este período muitíssimo difícil que estamos a viver".
Atletas enaltecem papel do técnico
"O técnico José Carlos Guimarães tem sido formidável porque tem tirado do seu bolso o dinheiro para poder manter a equipa a jogador no Campeonato Nacional. E se nós ainda continuamos a jogar graças a ele que tem sabido nos moralizar neste momento tão difícil que o clube atravessa. O técnico neste momento está sem soluções porque os seus parcos recursos foram todos para equipa e perante esta situação tem pensado seriamente em abandonar o barco e só não o fez aind
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