Africa Basquetebol

20 junho 2007

MOÇAMBIQUE : Selecção feminina já treina: E a Cátia, “mister” Blanco?

Sorridentes, eis as “alvi-negras”
Sorridentes, eis as “alvi-negras”

TENDO no horizonte duas importantes frentes continentais, designadamente os Jogos Africanos de Argel, no próximo mês de Julho, e o Afrobásquete de Dacar, em Setembro, a Selecção Nacional de Basquetebol Feminino encontra-se a trabalhar desde a noite de segunda-feira, no pavilhão do Estrela Vermelha. Do lote das 20 atletas pré-convocadas, destaca-se, porém, a ausência da “alvi-negra” Cátia Halar, inequivocamente a maior revelação da recente fase preliminar da Taça dos Campeões, tendo a equipa técnica optado por algumas jogadoras cujo desempenho esteve confrangedoramente abaixo do nome que ostentam na “bola-ao-cesto” nacional.
Maputo, Quarta-Feira, 20 de Junho de 2007:: Notícias
Desde o início da temporada, nomeadamente no Torneio de Abertura conquistado pelo seu time, Cátia Halar vem-se destacando de forma soberba, tanto do ponto de vista técnico como de concretização, atingindo cifras espantosas para uma jovem que somente agora começa a fazer furor. Foi uma das unidades nucleares no triunfo do Desportivo na primeira prova da época, e Nazir Salé, treinador “alvi-negro” e um dos membros da equipa técnica da selecção, sabe-o muito bem, sendo, por isso, de estranhar que não tenha esgrimido – no bom sentido – argumentos suficientes para que a sua atleta fosse chamada à pré-selecção.

Destemida e bastante viva nas acções ofensivas, Cátia já está a ganhar uma particularidade que pode fazer dela uma verdadeira “bomba”: o elevado índice de concretização a partir dos 6.25 metros, juntando-se à irrepreensível mestria de Nádia Rodrigues, um grande reforço que o Desportivo foi buscar este ano, e Anabela Cossa, a baixinha e franzina base carregadora de piano.

Na recente Taça dos Campeões de África, em que as “alvi-negras” salvaram a honra dos anfitriões, ao obterem a qualificação para a fase final, a decorrer em Outubro próximo, em Maputo, Cátia foi de uma primorosidade extraordinária, conseguindo em todos os jogos, particularmente nos decisivos, contribuir de forma decisiva para as vitórias da sua formação. Por exemplo, no espectacular diálogo intramuros, frente ao ISPU, destroçou as adversárias e terminou com 17 pontos, somente superada pela indiscutível craque Ana Flávia Azinheira, que “nunca sabe jogar mal”.

ADJUNTOS INDIFERENTES?

O técnico espanhol Alberto Blanco chegou a Maputo no sábado e assistiu ao derradeiro embate, diante do Inter de Luanda. Embora se tenha cingido pelos sete pontos, no dia em que Anabela Cossa foi abrir o baú do seu recital de básquete, a nº 9 “alvi-negra” teve uma exibição extremamente relevante para o final feliz do Desportivo, com a obtenção do visto para a fase final da principal competição continental a nível de clubes.

O seleccionador nacional, provavelmente, não conheça o suficiente desta poderosa jogadora. No entanto, os seus três adjuntos, Armando Meque, Carlos Aik e Nazir Salé – por ordem alfabética, já que, aparentemente, não existe uma hierarquia entre eles – estavam à altura de propor, com sucesso, o nome de Cátia Halar.

Entretanto, após cumprir estes dias treinando em Maputo, a selecção segue no dia 30 de Junho corrente para Portugal, onde irá efectuar o estágio antes dos Jogos Africanos de Argel. Às ordens de Alberto Blanco e seus adjuntos encontram-se as seguintes 20 jogadoras: Ana Flávia Azinheira, Ana Branquinho, Aleia Rachide, Tânia Wachene, Vaneza Júnior, Eduarda Chongo, Amélia Macamo e Iracema Ndauane (ISPU); Ruth Muianga, Janete Monteiro, Ondina Nhampossa, Carla Silva e Deolinda Gimo (Ferroviário); Valerdina Manhonga, Anabela Cossa e Nádia Rodrigues (Desportivo); Deolinda Ngulela e Márcia Mpfumo (Estados Unidos); Nika Gemo (Alemanha) e Clarisse Machanguana (Itália).